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quinta-feira, 21 de maio de 2020

Maio Roxo/Covid-19: Sete fontes de nutrientes para melhorar o funcionamento intestinal e fortalecer a imunidade


Relação saudável entre a microbiota intestinal e o sistema imunológico pode representar um fator determinante para o corpo em caso de infecção pelo novo coronavírus

Um estudo liderado por pesquisadores do Departamento de Medicina Respiratória da Universidade de Zhejiang, na China, mostrou que parte das pessoas que testam positivo para a Covid-19 apresenta disbiose no intestino. Isso significa que esses pacientes apresentam um desequilíbrio na microbiota intestinal (popularmente conhecida como flora intestinal) - formada por vírus, fungos e bactérias que habitam o aparelho gastrointestinal -, reduzindo a capacidade de absorção de nutrientes e provocando carência de vitaminas. O impacto sobre o sistema imunológico é direto e pode ser um fator determinante em caso de infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

Os médicos que participaram do estudo chegaram a elaborar uma terapia para garantir a manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal como um dos passos para a melhora dos pacientes acometidos pela doença. A proposta se baseou na administração de prebióticos e probióticos, aliada a suporte nutricional, possibilitando a redução do risco de infecção secundária pelo deslocamento de bactérias e ou seus produtos do trato gastrointestinal para locais estéreis do corpo.

Isso sugere a disbiose como pressuposto de Covid-19. Porém, a adoção de hábitos saudáveis pode ajudar no funcionamento correto da microbiota intestinal e do sistema imune e servir como medida protetiva contra a ação do vírus diante de uma possível contaminação.

O doutor em Genética e Biologia Molecular Luiz Felipe Valter de Oliveira, CEO da BiomeHub - startup dedicada ao desenvolvimento de tecnologias de ponta para a área da saúde-, destaca que a resposta imune humana ajuda a gerenciar uma infinidade de tarefas e uma das mais importantes é combater doenças e estar atento ao seu movimento é fundamental para a promoção da saúde. De acordo com o pesquisador, o sistema imunológico do intestino, chamado GALT (tecido linfóide associado ao intestino), regula sua resposta inflamatória como uma parte importante do sistema imunológico geral do corpo. 

“O GALT precisa fazer seu corpo tolerar moléculas de alimentos e outras substâncias que são inofensivas, enquanto combate os patógenos que encontra. Comer os alimentos certos que alimentam seus  microorganismos pode ajudar a manter a integridade da barreira intestinal. Como uma grande proporção de nosso sistema imunológico está alojada em nosso intestino, o microbioma intestinal desempenha papel central na determinação de quando e quão bem nossa resposta imunológica opera. Em função do Covid-19, devemos reforçar nossos cuidados, principalmente quando falamos de imunidade”, justifica.

Pensando nisso, nutricionistas da BiomeHub prepararam uma lista de fontes de nutrientes que, se consumidos de forma balanceada e aliados à atividade física, são saudáveis ao movimento da flora intestinal e ajudam a fortalecer o sistema imunológico, são eles:

·  Proteínas: alimentos de origem animal (carne vermelha e branca, leite, ovos) e leguminosas (feijão, soja, ervilha, grão de bico).

·  Zinco: carnes de todos os tipos, principalmente a vermelha, derivados de animais e frutos do mar. amendoim, nozes, castanhas, gergelim, leguminosas, queijos.

·  Magnésio: leguminosas, oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas) e verduras folhosas.

·  Selênio: a principal fonte é a castanha do Pará ou do Brasil.

·  Vitamina A: está presente em fontes de gordura (queijo, gema do ovo) e em vegetais de coloração alaranjada, como manga, mamão e cenoura.

·  Vitamina C: presente nas frutas cítricas (laranja, mexerica, maracujá, limão, abacaxi), goiaba, acerola, pitanga, pimentão e cajú.

·  Complexo B: É composto por várias vitaminas disponíveis em todos os grupos. A B12 é encontrada apenas naqueles de origem animal.


*Lembrando que as informações não substituem a consulta com um nutricionista, considerando as particularidades de cada indivíduo.

Sarcopenia: o que essa condição causa e como preveni-la


Divulgação
A população acima de 50 anos é acometida por essa doença, que causa perda de mobilidade


O número de brasileiros que chegam até a terceira idade é cada vez maior. De acordo com o IBGE, em 1940, a expectativa de vida no país era de 40 anos, em média. Hoje, a maioria dos brasileiros vive até os 75, isto é, a população prolongou em mais 30 anos seu tempo de vida. E é exatamente por conta desse acréscimo que percebe-se cada vez mais problemas relacionados à velhice.
Um dos mais comuns é chamado de sarcopenia, que se resume à perda gradativa de musculatura, principalmente depois dos 50 anos. O problema de saúde, atualmente, acomete mais de 50 milhões de pessoas, com redução de mais de 25% da massa muscular.
Essa diminuição é um processo natural e inevitável, porém pode ocorrer um retardo na velocidade com que a debilidade chega. Há hábitos simples, presentes na rotina, que podem contribuir para uma longevidade sadia, enquanto outros têm o poder de acelerar ainda mais o comprometimento da mobilidade na terceira idade.
O conjunto de exercícios físicos e alimentação balanceada pode parecer uma recomendação repetitiva, mas é a mais efetiva contra esse mal, de acordo com a pesquisa publicada na revista especializada Geriatrics & Gerontology International. O estudo comparou a musculatura de 81 idosas de 65 a 80 anos, divididas em três grupos: mulheres que só faziam exercícios físicos, mulheres que só tomavam suplementação proteica (o popularmente conhecido whey protein) e mulheres que combinavam os exercícios com os suplementos.
Depois de 24 semanas de acompanhamento, percebeu-se que as que ingeriam o whey e se exercitavam apresentaram desenvolvimento significativo de músculos. O grupo que apenas fazia atividade física teve ganho de massa magra, porém em menos quantidade. Já as que só ingeriram a proteína não apresentaram mudanças.
A pesquisa, embora feita com um pequeno número de pessoas, comprova que a alimentação e o abandono do sedentarismo são as chaves para prevenir e retardar a aparição do quadro de sarcopenia.
A indicação dos profissionais de saúde é de que, para resultados realmente efetivos, a ingestão deve ser de 1,2 grama de proteína para cada quilo do peso do indivíduo. Uma  pessoa com 60 quilos, por exemplo, deve consumir 72 gramas do nutriente por dia, o que equivale a 120 gramas de carne, ou três ovos, em média, juntamente de qualquer tipo de exercício com peso. Ambas as ações devem ser acompanhadas por profissionais da saúde, para evitar desequilíbrios no organismo e lesões.

Diagnóstico da Covid-19 | 6 perguntas para Wilson Shcolnik


Presidente do Conselho de Administração da Abramed responde principais questionamentos sobre os exames capazes de identificar quem está ou não infectado


Em dezembro de 2019 a China disparou um primeiro alerta sobre uma pneumonia desconhecida e, desde então, todos os sistemas de saúde no mundo vêm enfrentando inúmeros desafios. Reconhecendo que o diagnóstico é parte fundamental da estratégia de combate à pandemia do novo coronavírus, os investimentos em novos testes são globais. Porém, a corrida contra o tempo - e contra a COVID-19 - desperta muitas dúvidas.

Para auxiliar nessa compreensão, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) conta com a expertise de Wilson Shcolnik, médico patolosgista e presidente do Conselho de Administração da entidade, para sanar os principais questionamentos sobre os exames capazes de identificar quem está ou não infectado.


O Brasil se atrasou para iniciar o diagnóstico?

Wilson Shcolnik – Não. Precisamos lembrar que essa é uma doença que não existia até o final de 2019. Portanto, quando o novo coronavírus surgiu, nenhum país no mundo estava preparado para enfrentá-lo. Logo que o surto chegou ao Brasil, alguns poucos laboratórios públicos e laboratórios privados iniciaram uma movimentação para desenvolvimento in house dos primeiros exames moleculares para diagnóstico da COVID-19. Na sequência, a indústria fornecedora dos insumos, tanto nacional quanto internacional, também otimizou sua produção para suprir a demanda mundial. Agora, o mundo está trabalhando na validação de testes sorológicos para identificação de anticorpos e o Brasil segue acompanhando essa movimentação.

Por que o Brasil não testa toda a população sendo que essa é a recomendação da OMS?

Wilson Shcolnik – Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que os países testassem todo mundo, ela partiu de um cenário que seria o ideal. Porém, a própria Organização destacou a importância dessa recomendação ser contextualizada, reconhecendo que todos os países deviam compreender suas realidades para aplicar a melhor estratégia.

No Brasil temos uma população de quase 210 milhões de pessoas, o que nos difere, por exemplo, da Coreia do Sul, com aproximadamente 50 milhões de habitantes. Quando a curva de contaminação começou a subir, aumentando a demanda pelos testes, prontamente o Ministério da Saúde mudou sua abordagem direcionando os exames exclusivamente aos hospitais para pacientes sintomáticos graves. Essa atitude contribui para o melhor atendimento à população.

Agora que os testes sorológicos estão sendo fabricados e disponibilizados, o Brasil mais uma vez está traçando uma rápida estratégia para que esses testes sejam aplicados de forma segura e eficiente para o combate à pandemia de COVID-19, lembrando que mais uma vez esses exames devem ser priorizados a profissionais de saúde que precisam reassumir seus postos de trabalho e garantir o atendimento às pessoas infectadas. Secundariamente, servirão para inquéritos epidemiológicos que fornecerão informações para a liberação do distanciamento social.


Qual a diferença entre os testes?

Wilson Shcolnik – A principal diferença entre o teste molecular e o teste sorológico é o que é detectado. O RT-PCR é um teste molecular de alta complexidade capaz de identificar o RNA do vírus em uma amostra colhida com um cotonete prioritariamente nas mucosas respiratórias do paciente. É o teste apontado como padrão-ouro pela OMS por ter um resultado altamente seguro e conseguir identificar a doença no início da infecção.

Já o teste sorológico, categoria na qual estão inseridos os testes rápidos, detecta os anticorpos em amostras de sangue. Isso significa que sua eficiência depende tanto da qualidade do kit de diagnóstico quanto da realização seguindo as melhores práticas laboratoriais e respeitando a janela imunológica que varia de indivíduo para indivíduo e cuja média é de 8 dias do aparecimento dos sintomas.


Posso comprar um teste na farmácia e fazer em casa?

Wilson Shcolnik – Não. Não existe autoteste para diagnóstico de COVID-19. Tanto o RT-PCR quanto o teste sorológico, inclusive o teste rápido, devem ser realizados seguindo as melhores práticas laboratoriais, sempre com a supervisão de um profissional de saúde habilitado. Recentemente, a Anvisa autorizou a realização dos testes rápidos em farmácias e drogarias, o que significa que o cidadão comum poderá fazer o teste nesses ambientes, porém reforçamos que é fundamental que assim como feito nos laboratórios, os testes nas farmácias sigam as recomendações da Anvisa e das sociedades médicas para garantir resultados confiáveis e a segurança da população.


Todos os testes são confiáveis?

Wilson Shcolnik – Os kits de diagnóstico são produzidos por fabricantes nacionais e internacionais e precisam de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e validação. Os testes utilizados no sistema público são validados pelo Ministério da Saúde por meio do Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). Já os testes utilizados na saúde suplementar poderão ser validados por uma força-tarefa realizada pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML) em parceria com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL). Nesse caso, a expertise de laboratórios privados está sendo aplicada para a checagem de eficiência e segurança desses exames e a lista com os resultados será disponibilizada em breve ao público.


Posso ir a um laboratório e pedir para fazer o teste?

Wilson Shcolnik – A recomendação é que os exames de diagnóstico de COVID-19 sejam solicitados pelos médicos, profissionais com a competência necessária para avaliar cada caso e definir a necessidade ou não de diagnóstico laboratorial. Se você tiver tosse e febre, por exemplo, a recomendação é que permaneça em casa, em repouso, se alimentando bem e, principalmente, em isolamento. Caso apresente falta de ar, deve procurar uma unidade de saúde.



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