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sábado, 22 de agosto de 2015

INCOR DESENVOLVE TÉCNICA INÉDITA DE TRATAMENTO DO RONCO




Instituto do Coração desenvolve série de exercícios diários que diminuem o ronco e melhoram a apneia do sono leve e moderada.
Quem nunca passou uma noite em claro por causa de um roncador insistente que atire o primeiro travesseiro. Segundo estimativas, cerca de 54% da população adulta sofre de ronco – com grande prevalência em obesos, idosos e mulheres na pós-menopausa (sim, nessa fase da vida feminina, muitas delas vão se tornar roncadoras, se nada for feito). E, a depender das estatísticas, os brasileiros vão roncar cada vez mais, já que dois dos fatores que levam ao ronco continuam a crescer no País: a obesidade pesa sobre 18% da população, e a progressão da idade continua a avançar (em 2030, 13% dos brasileiros terão mais de 65 anos). O prejuízo não é apenas das horas de sono ou do estigma social. O ronco pode ser um dos sinais de um problema ainda mais grave: a apneia obstrutiva do sono, fator de risco importante para as doenças cardiovasculares.
Pesquisadores do Laboratório do Sono do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) desenvolveram uma técnica de tratamento pioneira que, se praticada diariamente e com orientação de fonoaudiológo, reduz a frequência e a altura do ronco até ele se tornar quase imperceptível, em alguns casos. A nova técnica é efetiva também no tratamento da apneia do sono de grau leve e moderado, diminuindo o número de engasgos durante a noite. O estudo brasileiro foi publicado na revista acadêmica
CHEST e seus resultados surpreenderam a comunidade médica e a imprensa internacional. (como na ABCNews e na Medical Daily, entre outros)
“Até hoje não havia registro científico de um tratamento que combinasse eficácia nos resultados e facilidade para a adesão do paciente à terapia. Acreditamos que a técnica brasileira está tendo essa repercussão por unir essas duas características”, diz o Dr. Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista e diretor do Laboratório do Sono que orientou a pesquisa de desenvolvimento da técnica antirronco do Incor.
Os tratamentos existentes para o ronco são muitos e incluem desde cirurgias para desobstrução das vias aéreas superiores, implantes no palato, dispositivos intraorais até orientações para perda de peso e mudança postural. O grande problema da maior parte dos estudos até hoje é que o ronco não foi medido de forma objetiva.
A técnica Incor de tratamento do ronco consiste numa série de seis exercícios para fortalecer os músculos envolvidos direta ou indiretamente na produção do ronco e na apneia obstrutiva do sono. Com duração de oito minutos, os exercícios são realizados três vezes ao dia e, para facilitar ainda mais a adesão do paciente ao tratamento, sempre incorporados às atividades rotineiras (como se alimentar, escovar os dentes ou no percurso para o trabalho, por exemplo).
“Embora seja de fácil execução e não tenha qualquer contraindicação, os exercícios devem ser prescritos, orientados e acompanhados por profissionais especializados”, reforça a fonoaudióloga Vanessa Ieto, autora do estudo que resultou na nova técnica.
Essa medida é necessária para que os desvios na execução dos exercícios sejam diagnosticados e corrigidos ao longo do tratamento. “Ao fazer o movimento errado, seja por um milímetro, serão trabalhados músculos que nada têm a ver com a cessação do ronco”, explica a especialista do Incor.

Até que o ronco nos separe
Foi a exigência da esposa (namorada, à época) que levou o condutor de trem do Metrô de São Paulo Gustavo Richieri, 30 anos, a procurar um tratamento para diminuir o barulho que incomodava sua parceira noites seguidas. “Ela reclamava e me cutucava para eu acordar. A qualidade do meu sono realmente não era boa. Eu me sentia bem cansado, indisposto durante o dia. Pensei que a única saída fosse a cirurgia”.
Gustavo é um dos 39 voluntários do estudo do Incor que teve melhora significativa no ronco. Hoje ele não abre mão dos exercícios diários. “Minha esposa comenta que o meu ronco diminuiu, e a apneia que eu tinha algumas vezes por hora cessou. Eu realmente me sinto mais recuperado e descansado quando acordo. O meu dia rende bem mais”.
Para Nelson Ieto, 65 anos, o sinal de alerta para o ronco veio do susto que ele levou ao ter um infarto, em 1999. Ele parou de fumar (vício que cultivava havia mais de 35 anos) e de beber e procurou se cuidar cada vez mais. Ao realizar o exame de polissonografia, ele teve o diagnostico de apneia do sono de grau moderado. “Eu não sabia do mal que pode estar por trás do ronco. As pessoas são leigas nisso, mas fiquei preocupado”.
Aposentado e morando na pequena cidade de Lucélia, Nelson agora cumpre fielmente a série de seis exercícios principalmente durante as caminhadas diárias. Sobre a sua disciplina, ele sentencia:“ou a gente faz ou faz, não tem outra opção”. “Hoje eu me sinto uma pessoa realizada, porque estou cultivando hábitos para viver melhor”, diz Nelson, que cobra de sua esposa, familiares e amigos que levem a sério o ronco. “As pessoas só dão importância quando passam por uma situação de risco”.
Como são os exercícios
De forma simplificada, os seis exercícios que compõem o tratamento antirronco do Incor são:

Empurrar a língua contra o céu da boca e deslizá-la para trás;
·  Sugar a língua para cima, pressionando-a por completo contra o céu da boca;
·  Forçar a parte posterior da língua contra o “chão” da boca, mantendo a sua ponta em contato com os dentes incisivos inferiores;
·  Elevar a parte de trás do céu da boca e a úvula (conhecida popularmente como “campainha”) enquanto diz a vogal “A”;
·  Posicionar o dedo na parte interna da bochecha entre os dentes e pressionar a bochecha para fora (cada lado da boca);
·  Durante a alimentação, manter uma mastigação bilateral alternada e deglutição usando a língua no palato.
A pesquisa
A técnica do Incor foi testada num grupo de 39 pacientes adultos (de 20 a 65 anos), de ambos os sexos, com queixas de ronco. Ela é uma evolução (porque mais simplificada e, portanto, de melhor adesão do paciente), de outra técnica também inédita desenvolvida pelo Laboratório de Sono do Incor, para tratamento da apneia do sono de grau moderado, que foi a tese da fonoaudióloga Katia Guimarães.
Segundo o Dr. Lorenzi Filho, a simplificação da técnica original para o tratamento também do ronco só foi possível porque agora se consegue medir o ronco objetivamente, graças a outra tecnologia inédita desenvolvida pela parceria do Incor com o Instituto de Física da USP.
O aparelho de registro contínuo do ronco grava os sons concomitantemente à polissonografia e, por meio de um software, analisa e registra a intensidade e a frequência do ronco. “Antes disso, não tínhamos como medir o ronco de forma objetiva e, portanto, era-nos impossível avaliar também a sua melhora por meio dos exercícios”.
Por meio do exame de polissonografia e do registro contínuo do ronco, os participantes do estudo foram diagnosticados em três grupos: ronco primário ou aquele associado à apneia obstrutiva do sono de grau leve ou moderado.
Depois disso, eles foram divididos em dois grupos: um que fazia os exercícios do Incor e o outro que foi submetido somente a exercícios respiratórios e uso de dilatador nasal. Além disso, a percepção do ronco foi avaliada pelo paciente e pelo seu parceiro de quarto, por meio da aplicação de questionário.
O Grupo Controle não apresentou variação no ronco. Em contrapartida, o da Terapia obteve melhora significativa, segundo a percepção dos companheiros de quarto dos roncadores.
A realização de novos exames e um registro contínuo do ronco também não deixou dúvidas: houve diminuição da frequência do ronco em 36% e de 60% em sua potência, que representa o barulho total do ronco durante a noite. Outro benefício não menos importante para o Grupo Terapia foi uma relevante, embora suave,
diminuição da circunferência do pescoço, a conhecida “papada”.
Além do peso, da idade e, no caso das mulheres, o período pós-menopausa, existem outros fatores que levam ao ronco primário ou à piora daquele associado à apneia obstrutiva do sono, explica o Dr. Lorenzi Filho.
“Dormir de barriga para cima é uma delas, porque a língua cai para trás e obstrui a faringe; o consumo de álcool e de sedativos é outra, uma vez que eles relaxam a musculatura dessa região, favorecendo sua vibração ou colapso”. Além de se esmerar nos exercícios antirronco, os roncadores têm que maneirar na bebida alcoólica, para não deixarem seu companheiro de quarto insone.
O que é o ronco
O ronco é o barulho causado pela vibração dos tecidos da faringe quando o ar passa nessa região. A garganta do ser humano, especificamente a faringe, é muito estreita. Quando dormimos, há um relaxamento natural dessa musculatura e uma tendência de colapso nessa região que vibra quando o ar passa por ela. “A presença de outros fatores como a obesidade e a idade avançada aumentam a chance do ronco”, explica o diretor do Laboratório do Sono.
Essa condição fisiológica favorecedora do ronco é agravada no obeso pelo acúmulo de gordura na região do pescoço, que dificulta ainda mais a passagem do ar. Já em pessoas idosas e também nas mulheres depois da menopausa, o ronco é favorecido pela flacidez dos tecidos da faringe que, sob relaxamento da musculatura durante o sono, vibra na passagem do ar.

Segundo o Ministério da Saúde, mais da metade da população (52,5%) está com sobrepeso e, desses indivíduos, 18% já são considerados obesos. No quesito idade, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), não é diferente. Se hoje 8% dos brasileiros estão com idade superior a 65 anos, em 2030, serão 13% da população.

Ronco e apneia
A apneia obstrutiva do sono é caracterizada pela obstrução parcial (hipopneia) e/ou total das vias aéreas (apneia) recorrente durante a noite (nesse último caso, ocorre a parada da respiração por pelo menos dez segundos nos adultos). O ronco está presente em 70% a 95% dos casos de apneia.

A gravidade da apneia obstrutiva do sono é determinada pelo número de ocorrências de paradas da respiração por hora de sono: leve (5 a 15 paradas por hora), moderada (15 a 30) e grave (mais do que 30 eventos ou engasgos por hora de sono).

“Existem pacientes que possuem dois ou três eventos de apneia por minuto”, comenta a fonoaudióloga Vanessa. Para esses casos, caracterizados como graves, o tratamento indicado é o uso do aparelho CPAP (Continuos Positive Airway Pressure/pressão positiva contínua na via aérea – veja vídeo demonstrativo do aparelho).

A diminuição do fluxo de ar para os pulmões e as paradas respiratórias resultam numa menor oxigenação do sangue e em alterações no sistema nervoso autônomo (simpático) que, somadas, acionam uma cascata de alterações no metabolismo. Estão firmadas, assim, as bases para o surgimento e/ou agravamento da hipertensão, da aterosclerose e da obesidade, todos eles fatores de risco isolados para as doenças cardiovasculares, as que mais matam no mundo. Quando conjugados, eles aumentam ainda mais o risco de infarto, AVC e arritmias.
De acordo com estudo realizado na cidade de São Paulo pelo Instituto do Sono, um a cada três adultos tem algum grau de apneia obstrutiva do sono. Grande parte dessas pessoas segue sem diagnóstico e, portanto, sem tratamento, o que aumenta enormemente o risco das doenças cardíacas. “A presença do ronco pode ser um termômetro para que mais pessoas procurem o médico, seja diagnosticadas e tratadas”, alerta o Dr. Lorenzi Filho.

Os sintomas mais comuns da apneia são o ronco e a sonolência excessiva diurna. Em casos mais graves, pode ocorrer ainda sensação de sufocamento, ao acordar nas interrupções mais prolongadas da respiração. O sono interrompido provoca cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, depressão, redução da libido, impotência sexual e cefaleia.

Conheça os fatores que mais dificultam a amamentação




Especialista do Lavoisier Medicina Diagnóstica explica as mamães de primeira viagem podem contornar os problemas na hora de amamentar
A amamentação é fundamental para o desenvolvimento do bebê. Além de fornecer nutrientes essenciais para o fortalecimento do sistema imunológico da criança no seu primeiro ano de vida, o ato de amamentar também ajuda a mãe a criar um vínculo com o seu bebê. Entretanto, no começo o processo pode não ser tão fácil.
“Mesmo com a orientação dos médicos e enfermeiros após o parto, algumas mulheres têm dificuldade de amamentar nas primeiras semanas. A principal dificuldade costuma ser o que chamamos de “pega” do peito, que é o encaixe adequado da boca do bebê ao mamilo da mãe”, afirma Dr. Jurandir Passos, ginecologista e obstetra do Lavoisier Medicina Diagnóstica. O especialista fala sobre os principais problemas que atrapalham a amamentação das mamães de primeira viagem.
Meu leite está sustentando o bebê?
Logo após o parto, é normal que a mulher leve um tempo para se adaptar à amamentação. Além de todas as mudanças físicas decorrentes das alterações hormonais e do nascimento do bebê, ela também precisa lidar com toda a ansiedade e expectativas que criou durante a gestação. As primeiras mamadas, por exemplo, costumam gerar muita insegurança, já que além de nem sempre serem confortáveis para a mãe, também não produzem muito leite, dando a impressão de que o bebê não está se alimentando adequadamente.
Antes mesmo do bebê nascer, algumas mulheres começam a produzir um líquido mais espesso, de cor amarelada, que continua a sair até a primeira semana de vida do bebê. “É o colostro, que embora pareça não ser tão consistente, é importantíssimo para a saúde do recém-nascido, por ser rico em anticorpos e vitaminas que ajudam no seu desenvolvimento intestinal”, reforça o médico.
Mastite
Comum principalmente nos primeiros meses após o nascimento do bebê, a mastite é uma inflamação da mama que gera muito desconforto e sintomas como dores, vermelhidão, inchaço e, em alguns casos, até a formação de abscessos mamários. Ela acontece devido ao entupimento dos canais por onde o leite passa, e, se não tratada adequadamente, pode impedir a amamentação.
Normalmente, o tratamento consiste em descanso da mama afetada e seu esvaziamento com bomba. Em alguns casos, o médico pode indicar antibióticos e anti-inflamatórios para aliviar os sintomas.
O bebê não quer mamar
Outro problema comum é a rejeição do bebê ao peito. Isso pode acontecer por vários motivos, desde uma pega errada, até dores de ouvido, resfriados, ou outros problemas que causem desconforto no bebê.
“Quando isso acontece, a mãe deve procurar um especialista que vai ajudá-la a ver o que está causando o problema. À principio, o indicado é não dar complementação com mamadeira ou outro tipo de leite, pois isso pode prejudicar ainda mais a amamentação posteriormente”, alerta Dr. Jurandir.
Segundo o médico, muitas mães na hora do desespero acabam complementando a alimentação do bebê com outro leite, que além de não ser tão rico nutricionalmente, também é mais adocicado e melhor ao paladar do que o leite materno. “É comum que, após ofertar outro leite ao bebê, ele comece a rejeitar o peito. Por isso a complementação deve ser dada apenas com recomendação médica”, reforça.
Tipos de mamilo
Poucas mulheres sabem, mas há tipos diferentes de mamilos, que podem ou não impactar na amamentação. Eles podem ser protrusos, planos ou invertidos, sendo o primeiro o mais fácil de adaptar a amamentação. “Mas isso não significa que aquelas mulheres que possuem o plano ou invertido não irão amamentar, apenas que elas precisam conhecer técnicas e formas para melhorar o processo da pega”, conclui o ginecologista.
Mesmo com todas as dificuldades, as mães devem se lembrar que a amamentação é ainda a melhor forma de alimentar o seu recém-nascido. É importante que todas as dúvidas sejam esclarecidas com seu médico, que irá mostrar as melhores maneiras de posicionar o bebê e se adequar a essa fase.


Pesquisa traz retrato inédito da saúde do idoso no Brasil




Do total de idosos diagnosticados com catarata, 47,6% foram operados pelo Sistema Único de Saúde e 37,9% das cirurgias foram cobertas por plano de saúde
Do total de idosos (60 anos ou mais) diagnosticados com catarata, 72,7% tiveram indicação de cirurgia e a realizaram, os demais não acharam necessário. Considerado um dos grupos de mais riscos de desenvolver complicações causadas pela gripe, os idosos também têm buscado o Sistema Único de Saúde (SUS) para a imunização. Nos 12 meses anteriores a realização da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, 73,1% das pessoas de 60 anos ou mais de idade tomaram a vacina contra a gripe, por meio do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Os indicadores de saúde no Brasil têm melhorado significativamente nos últimos anos e isso se reflete no aumento da expectativa de vida de homens e mulheres.

“As projeções populacionais do Brasil evidenciam o avanço do envelhecimento da população, o que exige uma adequação do sistema da saúde para receber essa população. Por isso, a Pesquisa Nacional de Saúde investigou alguns fatores relacionados à saúde das pessoas de 60 anos ou mais de idade. Os resultados irão auxiliar o Ministério da Saúde a traçar suas políticas públicas para os próximos anos”, ressaltou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ele destacou que a expectativa do brasileiro passou de 62,7 para 73,9 anos entre 1980 e 2013, um crescimento real de 11,2 anos. “Esse aumento se deve às medidas de combate à desnutrição, redução da mortalidade materna e infantil, ampliação do acesso a vacinas e medicamentos gratuitos, entre outras ações promovidas pelo governo federal em parceria com estados e municípios”, disse o ministro.

Do total de indivíduos de 60 anos ou mais de idade, estimada em 13,2% da população brasileira, 28,7% foi diagnosticada com catarata, com maiores proporções para o Centro-Oeste (33,7) e Nordeste (31,9). Menor diagnóstico em homens (24,6%) que em mulheres (31,9%), maiores proporções em brancos (30,5%) e para idosos com mais de 75 anos (47,5%). Do total de diagnosticados, 72,7% tiveram indicação de cirurgia e a realizaram, 47,6% usaram o SUS, e 37,9% foram cobertas por plano de saúde. 27,7% das pessoas de 60 anos ou mais de idade, que tiveram indicação de cirurgia de catarata não realizaram a cirurgia.

ASSISTÊNCIA - Em 2014 foram realizadas 469.820 cirurgias de catarata em maiores de 60 anos, e 185.598 em 2015. A assistência à população idosa é realidade no Sistema Único de Saúde, que vem se adaptando ao envelhecimento da população. A cirurgia de catarata faz parte do rol de procedimentos das Cirurgias Eletivas (marcadas com antecedência) do SUS. Entre 2010 e junho de 2015, o Ministério da Saúde disponibilizou R$ 1,7 bilhão aos estados e municípios para a realização desses procedimentos, que incluem também ortopedia e outras áreas que vão variar de acordo com as necessidades de cada estado, como cirurgias vasculares e urológicas.

Outro ponto de assistência a essa população é o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Nos 12 meses anteriores à PNS 2013, 73,1% das pessoas de 60 anos ou mais de idade tomaram a vacina contra a gripe. A Região Nordeste registrou a menor proporção (69,4%), enquanto as Regiões Centro-Oeste e Sul apresentaram as maiores proporções desse indicador (77,1% e 77,9%, respectivamente).

A primeira campanha de vacinação do idoso contra gripe foi em 1999, contemplando a população acima de 65 anos. A partir de 2010, a vacinação foi ampliada para pessoas a partir de 60 anos. A adesão dos idosos à campanha de vacinação contra gripe aumenta ao longo dos anos. Em 2010, 15,3 milhões de pessoas acima de 60 anos receberam a vacina, o que representa 79,07% das pessoas que formavam esse público.  Em 2014, foram vacinadas 17,9 milhões de pessoas acima de 60 anos, 86,7% do público-alvo. Em 2014, o investimento foi de R$ 469,2 milhões para aquisição de 53,5 milhões doses.

LIMITAÇÕES FUNCIONAIS - Investigou-se nas pessoas com 60 anos ou mais de idade presença de limitação funcional na realização das atividades de vida diária (AVDs), como comer, tomar banho, ir ao banheiro, vestir-se, andar em casa de um cômodo para outro no mesmo andar, e deitar-se. A PNS revelou que 6,8% dos idosos têm limitações para realizar AVDs. As limitações aumentam com a idade: 2,8%, para 60 a 64 anos, 4,4% para 65 a 74 anos, e 15,6%, para 75 anos ou mais. Quanto maior o grau de instrução, menores as dificuldades, para as pessoas sem instrução, 10,2%; com fundamental incompleto, 6,2%; e com fundamental completo ou mais, 3,7%. No grupo de idosos que revelou possuir limitações funcionais, 84,0% destes precisava de ajuda para realiza-las, mas 10,9% não a recebiam.  17,8 recebiam ajuda de alguém remunerado e 78,8% recebiam cuidados da família.

Outro indicador abordado pela Pesquisa foi a presença de limitação funcional na realização de Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVDs), como fazer compras (de alimentos, roupas, medicamentos e outros); cuidar do seu próprio dinheiro; tomar seus medicamentos; e sair utilizando transporte como ônibus, metrô, táxi ou carro. Nesse contexto, 17,3% dos idosos têm limitações para realizar AIVDs, sendo a limitação maior em mulheres (20,4%) que em homens (13,4%). As limitações também aumentam com a idade: 6,4%, para 60 a 64 anos, 12,2% para 65 a 74 anos, e 39,2%, para 75 anos ou mais.

Com o objetivo de verificar os graus de autonomia e independência e a inserção social, a pesquisa verificou a participação das pessoas de 60 anos ou mais de idade em atividades sociais organizadas, como clubes, grupos comunitários ou religiosos, centros de convivência do idoso, entre outras. Em 2013, 24,4% das pessoas de 60 anos ou mais de idade relataram participar de atividades sociais organizadas, sendo a Região Nordeste a que registrou a menor proporção desse indicador (21,0%). Considerando a situação do domicílio, a proporção na área urbana foi 25,3% e na área rural, 19,2%. As mulheres apresentaram mais costume de participar dessas atividades do que os homens: 28,1% e 19,8%, respectivamente. Menores percentuais foram encontrados para as pessoas de 75 anos ou mais de idade (19,3%) e as pessoas sem instrução (18,1%).

PNS - O terceiro volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) foi realizado em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. Para dos dados antropométricos e pressão arterial, um morador foi selecionado; para Saúde da mulher, foram aquelas de 18 anos ou mais e para Saúde das crianças de menos de dois anos de idade, a mãe respondeu.  O estudo é considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil.

Durante o levantamento, foram coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas válidas para 205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para responder ao questionário.



Patrícia de Paula
Agência Saúde

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