Cerca de 15% dos
casais em idade fértil têm dificuldades para engravidar naturalmente
Constituir uma família e vivenciar todos os avanços
de uma gravidez é o sonho de muitas pessoas. No entanto, nem sempre isso
pode se tornar real por meios naturais, o que leva muitos casais a procurarem a
Reprodução Assistida. “O diagnóstico de infertilidade pode ser assustador e,
muitas vezes, confundindo. Portanto, é imprescindível consultar um especialista
para compreender as diferentes técnicas de reprodução disponíveis”, comenta o ginecologista
responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, Dr. Renato de
Oliveira.
Com o intuito de auxiliar os casais, Dr. Renato
esclarece as dúvidas mais frequentes sobre medicina reprodutiva:
A infertilidade é um problema exclusivo das
mulheres?
Não, não é. É fundamental o conhecimento que as
causas de infertilidade possuem uma distribuição parecida, sendo identificado
um fator exclusivamente feminino em 30% dos casos, assim como se identifica um
fator exclusivamente masculino em 30% dos casos. O problema está em ambos em
também 30% das investigações e, em 10 % dos casais o motivo para a
infertilidade não é identificado, situação denominada infertilidade sem causa
aparente.
Quando a mulher deve procurar especialista?
De um modo geral, aproximadamente 85% dos casais
alcançarão uma gravidez em até um ano de relações sexuais sem o uso de métodos
anticoncepcionais e com ciclos menstruais regulares. “Após
esse período, é importante investigar a causa da infertilidade e procurar o
especialista em reprodução humana. Caso a mulher tenha mais de 35 anos, é
importante que essa consulta seja realizada após seis meses de tentativas. Após
40 anos de idade, a procura de um especialista deve ser imediata, conforme
recomendação da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva”, comenta Oliveira.
A mulher tem 100% de chance de engravidar, após o
procedimento de reprodução assistida?
Segundo a rede latino-americana de reprodução
assistida, quando a mulher é diagnosticada infértil, as chances do procedimento
ser bem sucedido é de 30% a 50% por tentativa de alta complexidade, ou seja,
fertilização in vitro (FIV) ou sua variante denominada ICSI (injeção
intracitoplasmática de espermatozoides). Ressalta-se que este dado foi
estabelecido em mulheres com idade até 35 anos. Alguns fatores como a idade da
mulher, dados da história clínica e o tempo de infertilidade podem afetar o
sucesso da reprodução assistida. Já as taxas de parto de mulheres são de 31% em
mulheres com até 34 anos, 22% em mulheres de 35 a 39 anos e 11% a partir dos 40
anos.
Casais homossexuais podem realizar tratamentos?
Recentemente o Conselho Federal de Medicina (CFM)
aprovou uma resolução que garante aos casais homossexuais o direito de recorrer
à reprodução assistida para ter filhos. No caso de casais femininos, uma das
principais decisões diz respeito à escolha de qual delas levará a gestação à
frente, sendo necessário realizar exames de rotina e investigação para
infertilidade a fim de analisar o sistema reprodutor da mulher, fator que pode
contribuir na escolha de quem levará a gestação é a idade. Para os casais
masculinos, o óvulo deve ser requerido no banco de doadoras e fertilizado com o
material genético de um deles. A partir disto, busca-se uma doadora de óvulos
anônima e o útero de substituição precisa ser de familiar até o quarto grau de
parentesco. “Na falta de parentes, o especialista complementa que é
imprescindível encaminhar o caso ao CFM, explicando a situação e pedindo
autorização para que outra pessoa, que não seja parente, possa contribuir.
"Nestes casos, uma amiga poderia ser uma alternativa”, esclarece o médico.
Nos tratamentos para gravidez sempre nascem gêmeos?
Das gestações obtidas por fertilização in vitro
(FIV), 70% podem ser gestações únicas, 27% gêmeos e 3% triplas ou mais.
“Atualmente, com a nova regulamentação do CFM, mulheres de até 35 anos recebem,
no máximo, dois embriões; de 36 a 40 anos, recebem até três embriões; e
mulheres com mais de 40 anos, o número máximo de células transferidas sobre
para quatro. A tendência mundial é que cada vez mais se opte por transferir
apenas um embrião de maior qualidade”, finaliza o especialista.
Criogênesis,