Mês das mães: suplementação na gestação para garantir demandas nutricionais da mulher e bebê

 

Escolha dos suplementos adequados, alimentação balanceada, alimentos a evitar e dicas bônus de nutricionista para impulsionar o planejamento gestacional

 

Natalia Barros, Nutricionista Mestre em Ciências pela UNIFESP e fundadora da NB Clinic, destaca a importância da escolha dos suplementos adequados e de uma alimentação balanceada para potencializar as chances de concepção e fortalecimento da saúde da mulher e bebê durante a gestação. 

Natalia ressalta que a suplementação durante o período pré-gestacional e gestacional pode ser crucial para garantir as demandas nutricionais essenciais. 

"Os suplementos formulados de maneira específica e nas doses adequadas podem assegurar a oferta necessária de determinados nutrientes, fundamentais para o desenvolvimento saudável do bebê e para a saúde materna", destaca. 

Para ela, um dos suplementos mais importantes é o folato, conhecido como ácido fólico, que desempenha um papel vital na formação do sistema nervoso do feto. Natalia enfatiza: "Apesar de ser encontrado em alimentos como feijão e espinafre, a suplementação é recomendada, especialmente antes da concepção, para prevenir defeitos congênitos do tubo neural, como a espinha bífida." 

Além do folato, o ferro é outro nutriente fundamental durante a gestação, essencial para a produção de glóbulos vermelhos e o transporte de oxigênio no corpo. A deficiência de ferro pode levar à anemia ferropriva, por isso a suplementação é comum, especialmente devido às dificuldades em obtê-lo apenas pela alimentação. "A dica importante aqui é não só ingerir os alimentos ricos na oferta de ferro (carne, peixe, leguminosas e vegetais verdes), como consumi-los junto a uma fonte de vitamina C que auxilia na absorção de ferro", sugere a nutricionista. 

A suplementação de cálcio também é importante para a saúde óssea do bebê e da mãe, além de desempenhar um papel essencial na contração muscular e na coagulação sanguínea. Natalia destaca que as necessidades de cálcio aumentam durante a gestação e podem não ser totalmente atendidas apenas pela dieta. 

Paras as tentantes, Natalia aponta que alguns nutrientes, como o ômega-3, vitamina D, coenzima Q10 e vitamina B6, podem contribuir para melhorar a fertilidade. "No entanto, é importante consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação, para obter orientações personalizadas de acordo com suas necessidades individuais", ressalta. 

Natalia também destaca a importância de uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes que ajudam na saúde reprodutiva, como vegetais, frutas, nozes, peixes e grãos integrais. "A alimentação por si só não é garantia de fertilidade, mas pode desempenhar um papel complementar na melhoria da saúde reprodutiva", conclui.

 

Gestantes: para printar, falar com seu médico e providenciar 

Vitamina B12

- Benefício: Necessária para formação adequada dos glóbulos vermelhos e manutenção do sistema nervoso. Ajuda a prevenir anemia megaloblástica. 

- Onde encontrar: Alimentos de origem animal como carne, peixe, ovos e laticínios. Suplementação importante para mulheres vegetarianas ou veganas.

 

Vitamina D

- Benefício: Crucial para a absorção de cálcio e desenvolvimento ósseo do bebê. Melhora o sistema imunológico e o humor. 

- Onde encontrar: Exposição solar adequada e suplementação, especialmente importante no inverno, quando a exposição solar é reduzida.

 

DHA (Ômega-3)

- Benefício: Essencial para crescimento cerebral do feto, função cognitiva e visual. Melhora a imunidade materna e reduz o risco de complicações cardíacas. 

- Onde encontrar: Peixes gordurosos, como salmão, sardinha e atum, além de suplementos de qualidade. Considerar possíveis contaminações de mercúrio e orientações específicas sobre consumo de peixe durante a gravidez.

 

Ácido Fólico (Folato)

- Benefício: Essencial para o desenvolvimento saudável do tubo neural do feto, prevenindo defeitos congênitos. Ajuda na formação de glóbulos vermelhos, promove saúde cardiovascular e fortalece o sistema imunológico. 

- Onde encontrar: Alimentos como feijão, espinafre e suplementos recomendados antes da concepção e durante a gestação.

 

Ferro

- Benefício: Essencial para a produção de glóbulos vermelhos e transporte de oxigênio. Previne anemia ferropriva. 

- Onde encontrar: Carnes, peixes, leguminosas, vegetais verdes. Importante consumir com fontes de vitamina C para melhor absorção.

 

Cálcio

- Benefício: Fundamental para saúde óssea do bebê e funções maternas. Essencial para formação de ossos e dentes, contração muscular, impulsos nervosos e coagulação sanguínea. 

- Onde encontrar: Laticínios, vegetais verde-escuros, tofu. Suplementação recomendada sob orientação médica se ingestão dietética não for suficiente.

 

Para Tentantes:

 

Vitamina B6

- Benefício: Regulação hormonal e melhoria da fertilidade em mulheres. 

- Onde encontrar: Uva, arroz, suco de laranja, alcachofra, iogurte, brócolis, couve-flor, ou suplementação, se necessário.

 

Vitamina C

- Benefício: Antioxidante que melhora a qualidade dos óvulos e espermatozoides, promovendo uma gravidez saudável. 

- Onde encontrar: Frutas cítricas, morangos, kiwi.

 

Vitamina E

- Benefício: Antioxidante que melhora a fertilidade, protegendo óvulos e espermatozoides contra danos oxidativos. 

- Onde encontrar: Nozes, sementes, óleos vegetais.

 

É bom evitar…

 

Vitamina A | O consumo excessivo pode causar malformações congênitas no feto;

 

Ervas e suplementos fitoterápicos | Exemplos são: erva-de-São-João, trevo vermelho, dong quai, pois podem interferir na fertilidade e função hormonal, afetando o equilíbrio hormonal e a concepção;

 

Cafeína em excesso | Ela é associada a problemas de fertilidade. Embora não haja uma quantidade exata definida como contraindicada, é recomendado limitar o consumo durante a tentativa de engravidar, incluindo café, chá preto, refrigerantes e energéticos;

 

Suplementos com ervas estimulantes | Exemplos são: ginseng, maca peruana. Eles podem afetar a fertilidade e saúde reprodutiva, interferindo nos hormônios e no ciclo menstrual. É importante ter cautela e consultar um profissional de saúde antes de utilizá-los. 

NATALIA BARROS - Nutricionista - Centro Universitário São Camilo. Mestre em Ciências Aplicadas. Departamento de Nutrição da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Fundou a primeira Pós-graduação em Saúde da Mulher e Reprodução Humana do Brasil. Docente convidada - Pós-graduação em Nutrição Materno infantil (USP). Aprimoramento em Nutrição Humana e Metabolismo Stanford University. Extensão em Saúde da Mulher AGE Educação em Saúde. Extensão em Comportamento Alimentar Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP)
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