Surto de meningite
fúngica após cirurgias plásticas causou 12 mortes no MéxicoCrédito: Envato
Vírus, fungos, bactérias. Esses microorganismos,
que convivem com os seres humanos em todo lugar, podem causar grandes tragédias
se não estiverem sob controle nos ambientes hospitalares. A falta de
biossegurança em uma cirurgia, por exemplo, pode ser fatal. Em 2023, um surto
de meningite fúngica assolou pacientes que realizavam procedimentos estéticos
no México, causando 12 mortes. De acordo com relatório publicado pelo periódico
New
England Journal of Medicine, dos Estados Unidos, a origem do surto
foi uma agulha contaminada por um fungo da família Fusarium solani
que estava sendo usada para aplicar anestesia e acabou introduzindo o fungo nos
pacientes.
A meningite é a inflamação das membranas que
envolvem o sistema nervoso central. É uma síndrome caracterizada pela irritação
dessas membranas, que tem como principais sintomas dor de cabeça, confusão
mental e sonolência, podendo chegar ao coma, dependendo de fatores como idade
do paciente, exposição e estado imunológico. "As meningites podem resultar
de infecções causadas por bactérias, vírus e até fungos, como Candida spp. e
Cryptococcus sp., por exemplo", explica a doutora em Microbiologia e
professora do curso
de Biomedicina da Universidade Positivo, Giovana Carolina Bodnar. Por fazer
parte da flora microbiana normal, o fungo do gênero Candida se dissemina pelo
sangue por meio de cirurgias abdominais, podendo causar meningite fúngica.
Além da meningite, as cirurgias - inclusive as
cirurgias plásticas - podem apresentar outros riscos potenciais relacionados a
infecções bacterianas ou virais e reações alérgicas a medicamentos ou materiais
utilizados durante o procedimento. "Esses procedimentos trazem riscos como
complicações anestésicas, assimetrias, necrose tecidual, formação de cicatrizes
anômalas e tromboembolismo, podendo levar o paciente à morte, dependendo da
gravidade da situação", alerta a especialista.
No caso das plásticas, a fim de minimizar os riscos
que as cirurgias podem trazer, Giovana ressalta que é crucial que o paciente
escolha um consultório ou clínica que adote medidas rigorosas de biossegurança,
contando com profissionais qualificados e instalações de saúde confiáveis.
"Em procedimentos estéticos, é essencial que ocorra a assepsia adequada do
paciente e dos profissionais de saúde, a esterilização de instrumentos, o uso
de materiais descartáveis e de equipamentos de proteção individual",
detalha. Além disso, ela reforça que é fundamental que o paciente esteja ciente
de todos os riscos envolvidos e busque orientação adequada, por profissionais
habilitados e qualificados, antes de se submeter a qualquer tipo de intervenção
cirúrgica.
O número de procedimentos estéticos teve um aumento
significativo nos últimos anos, especialmente no Brasil, segundo colocado no
ranking de 2022, com mais de três milhões de registros, atrás apenas dos
Estados Unidos. Entretanto, levando em consideração apenas os procedimentos
cirúrgicos, os brasileiros lideraram a lista, com mais de dois milhões de
cirurgias plásticas no ano. Os dados são da Sociedade Internacional de Cirurgia
Plástica Estética (ISAPS).
Universidade Positivo
up.edu.br/
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