Você se considera uma pessoa criativa ou inovadora?
Às vezes, profissionais que possuem essas habilidades não reconhecem as
características em si mesmos e acabam se limitando, seja por medo de errar ou
do julgamento alheio. Em uma empresa, sugerir uma boa ideia pode abrir portas e
aumentar o seu leque de oportunidades.
Nesse mês de abril, temos o Dia Mundial da Criatividade e Inovação, data criada
pela Organização das Nações Unidas (ONU), para promover a busca por soluções
inovadoras e o incentivo da criatividade em todos os setores. De acordo com os
dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil passou a ocupar o
49º lugar entre 132 países no ranking de inovação em 2023, tornando-se o
primeiro colocado da América Latina.
Isso já representa um progresso, mas ainda falta muito para conquistarmos um
patamar mais alto e significativo. É claro que não é fácil ter a criatividade
ou inovação afloradas sempre, ainda mais que hoje em dia existem tantas coisas
parecidas, e também a facilidade de se copiar (certo ou não), o que torna cada
vez mais difícil criar totalmente do zero.
Quando falamos de empresas, lembramos dos cases emblemáticos de inovação: Nokia,
Kodak, Blockbuster. É essencial que as organizações e os líderes tenham esse
viés, para sugerir ideias diferentes, que façam com que a organização tome
rumos distintos e possa se destacar diante das demais. É um processo árduo,
onde haverá falhas e ideias que não vingam, mas que podem trazer um resultado
desproporcional, caso uma ideia dê certo.
No entanto, o líder não trabalha sozinho. Por isso, é fundamental que a
liderança incentive o time a ser criativo e inovador. Colaboradores que possuem
liberdade para compartilhar novas ideias são mais engajados com o trabalho e
tendem a melhorar suas performances. Aliado ao fato de que se sentirão mais
felizes, já que aquele será um espaço seguro para dividirem o que pensam.
Uma gestão por OKRs - Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados
Chaves) -, é capaz de ajudar bastante nesta tarefa, não importa se você está
remoto ou no escritório, visto que tem como premissa trabalhar por resultado. O
CEO da Nike, John Donahoe, culpa o home office pela falta de inovação na
empresa. Porém, eu discordo dele. Acho que está mais ligado a processos e à
liderança.
Trabalhar por resultados e com confiança nos ajudam a vencer a distância. Ou
seja, você e a sua equipe devem determinar o que significa ‘sucesso’ em relação
àquele tema e a partir daí determinar o que precisa ser feito. Parece bobo, mas
não estamos acostumados a trabalhar desta maneira, é um viés bem diferente do
tradicional, do comum, e vai ser muito útil.
Além disso, os OKRs possuem ciclos mais curtos, de geralmente três meses, o que
permite ajustes frequentes no plano de execução de estratégia, algo fundamental
quando estamos diante de um cenário de mais incerteza do que clareza das
coisas. Vamos testar hipóteses, algumas vão se verificar corretas, outras
furadas, então se uma ideia não foi criativa ou inovadora suficiente, sempre
será possível recalcular a rota: ver o que deu errado, não fazer mais e propor
um novo plano.
Perceba que falamos de falhas mais de uma vez. Isso vai acontecer no processo
de inovação e você e a organização em que trabalha precisam saber lidar com os
eventuais erros e não sair punindo as pessoas, pois isso com certeza vai matar
o espírito criativo delas. O correto nessas situações é entender o que não
funcionou, para poder consertar no próximo ciclo.
Pedro Signorelli - um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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