terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Onda de calor no Brasil: por que idosos são os mais afetados e como protegê-los?

Especialista explica os riscos de insolação em pessoas acima de 60 anos e dá dicas para prevenir complicações durante os dias mais quentes

 

A onda de calor que atinge o Brasil já tem suas principais vítimas: os idosos, especialmente aqueles com doenças preexistentes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas com mais de 65 anos estão entre os grupos mais vulneráveis a altas temperaturas, com riscos aumentados de desidratação, insolação e até óbito.

 

 Segundo a médica e professora de Saúde Coletiva do Centro Universitário São Camilo, Maria Elisa Manso, conforme a pessoa envelhece ocorrem mudanças fisiológicas naturais que aumentam a vulnerabilidade ao calor. “Há alterações na regulação da temperatura corporal, com diminuição da resposta à transpiração e menor capacidade de resfriamento. Além disso, mudanças na composição corporal, como redução da massa muscular e aumento da gordura também influenciam a resposta ao calor”, esclarece.


Ela destaca que, nos idosos, a função renal está reduzida e há diminuição da percepção de sede, o que pode levar à desidratação. Medicamentos comumente usados por essa faixa etária, como sedativos, tranquilizantes e diuréticos também podem afetar a termorregulação, agravando os riscos.

 

Segundo o Ministério da Saúde, idosos representam cerca de 70% das internações por doenças relacionadas ao calor no Brasil e os Dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) mostram que, em períodos de temperaturas extremas, as internações de pessoas com 60 anos ou mais aumentam em até 25% por doenças cardiovasculares ou respiratórias causadas pelas altas temperaturas.

 

No Brasil, onde as ondas de calor têm se intensificado devido às mudanças climáticas, a atenção a esse grupo deve ser redobrada.


A prevenção é a melhor estratégia. Manter-se hidratado, evitar exposição ao sol em horários críticos (entre 10h e 16h) e utilizar roupas leves são medidas essenciais para proteger os idosos dos efeitos do calor extremo.

 

Sinais e sintomas de insolação em idosos


A professora lista os principais sinais de insolação em idosos:


•        Temperatura corporal elevada: pode ultrapassar 40°C.


•        Pele quente e seca: vermelhidão, calor e ausência de suor são comuns.


•        Confusão mental: desorientação, agitação ou perda de consciência podem ocorrer.


•        Náusea, vômito e tontura: a respiração pode ficar rápida e superficial, e o pulso, rápido e fraco.


•        Dor de cabeça intensa e fraqueza muscular: cãibras também são frequentes.



Primeiros socorros em casos de insolação


A especialista recomenda as seguintes medidas:


1.      Mover o idoso para um local fresco: leve/o para um ambiente com sombra ou com ar-condicionado.

2.      Resfriar o corpo: aplique compressas frias ou toalhas úmidas em áreas como pescoço, axilas e virilhas. Se possível, ofereça um banho frio.

3.      Hidratar: ofereça água ou bebidas isotônicas, desde que a pessoa esteja consciente e consiga ingerir líquidos.

4.      Monitorar sinais vitais: verifique temperatura, pulso e respiração regularmente.

5.      Buscar ajuda médica: se os sintomas persistirem ou houver perda de consciência procure atendimento médico imediatamente.


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