Especialista explica os riscos de insolação em pessoas acima de 60 anos e dá dicas para prevenir complicações durante os dias mais quentes
A onda de calor
que atinge o Brasil já tem suas principais vítimas: os idosos, especialmente
aqueles com doenças preexistentes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), pessoas com mais de 65 anos estão entre os grupos mais vulneráveis a
altas temperaturas, com riscos aumentados de desidratação, insolação e até
óbito.
Segundo a
médica e professora de Saúde Coletiva do Centro Universitário São Camilo, Maria
Elisa Manso, conforme a pessoa envelhece ocorrem mudanças fisiológicas naturais
que aumentam a vulnerabilidade ao calor. “Há alterações na regulação da
temperatura corporal, com diminuição da resposta à transpiração e menor
capacidade de resfriamento. Além disso, mudanças na composição corporal, como
redução da massa muscular e aumento da gordura também influenciam a resposta ao
calor”, esclarece.
Ela destaca
que, nos idosos, a função renal está reduzida e há diminuição da percepção de
sede, o que pode levar à desidratação. Medicamentos comumente usados por essa
faixa etária, como sedativos, tranquilizantes e diuréticos também podem afetar
a termorregulação, agravando os riscos.
Segundo o
Ministério da Saúde, idosos representam cerca de 70% das internações por
doenças relacionadas ao calor no Brasil e os Dados do Sistema de Informações
Hospitalares do SUS (SIH/SUS) mostram que, em períodos de temperaturas
extremas, as internações de pessoas com 60 anos ou mais aumentam em até
25% por doenças cardiovasculares ou respiratórias causadas pelas altas
temperaturas.
No Brasil, onde as
ondas de calor têm se intensificado devido às mudanças climáticas, a atenção a
esse grupo deve ser redobrada.
A prevenção é a
melhor estratégia. Manter-se hidratado, evitar exposição ao sol em horários
críticos (entre 10h e 16h) e utilizar roupas leves são medidas essenciais para
proteger os idosos dos efeitos do calor extremo.
Sinais
e sintomas de insolação em idosos
A professora lista
os principais sinais de insolação em idosos:
• Temperatura
corporal elevada: pode ultrapassar 40°C.
• Pele quente e seca: vermelhidão, calor e ausência de suor são comuns.
• Confusão mental: desorientação, agitação ou perda de consciência podem ocorrer.
• Náusea, vômito e tontura: a respiração pode ficar rápida e superficial, e o pulso, rápido e fraco.
• Dor de cabeça intensa e fraqueza muscular: cãibras também são frequentes.
Primeiros
socorros em casos de insolação
A especialista
recomenda as seguintes medidas:
1. Mover
o idoso para um local fresco: leve/o para um ambiente com sombra ou com
ar-condicionado.
2. Resfriar
o corpo: aplique compressas frias ou toalhas úmidas em áreas como pescoço,
axilas e virilhas. Se possível, ofereça um banho frio.
3. Hidratar:
ofereça água ou bebidas isotônicas, desde que a pessoa esteja consciente e
consiga ingerir líquidos.
4. Monitorar
sinais vitais: verifique temperatura, pulso e respiração regularmente.
5. Buscar
ajuda médica: se os sintomas persistirem ou houver perda de consciência procure
atendimento médico imediatamente.
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