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Embora seja pouco discutida, a incontinência urinária é uma
condição que afeta milhões de mulheres e pode comprometer atividades simples do
dia a dia, como rir, praticar exercícios ou até dormir tranquilamente. O
impacto vai além do desconforto físico, interferindo na autoestima e na vida
social. No entanto, apesar de sua alta incidência, muitas mulheres demoram a
buscar ajuda por vergonha ou falta de informação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de 45% das
mulheres acima de 40 anos convivem com o problema. Para a Dra. Rita Piscopo,
médica da Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), a
avaliação da incontinência urinária deve ser feita de maneira detalhada para
garantir um tratamento eficaz. “O primeiro passo é realizar uma história
clínica completa, investigando a frequência das perdas urinárias e os fatores
que as desencadeiam. Muitas vezes, a paciente acredita que se trata de um problema
sem solução e acaba se adaptando à condição sem buscar ajuda”, explica.
O exame físico é uma das etapas mais importantes do diagnóstico.
“Durante a consulta, avaliamos o tônus do assoalho pélvico e realizamos testes
de esforço para observar se há perda involuntária de urina. Esse exame permite
entender a gravidade do problema e definir qual a melhor abordagem para cada
caso”, ressalta a médica.
A incontinência urinária pode se manifestar de diferentes formas,
e reconhecer os tipos é essencial para um tratamento adequado. “A incontinência
de esforço ocorre quando a perda de urina acontece durante atividades que
aumentam a pressão abdominal, como tossir, espirrar ou levantar peso. Já a
incontinência de urgência está associada a uma necessidade repentina e
incontrolável de urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia. A forma mista
combina ambos os sintomas e costuma trazer um impacto ainda maior à qualidade
de vida da paciente”, detalha a Dra. Rita Piscopo.
Para diferenciar os tipos, o médico pode utilizar ferramentas como
questionários padronizados, entre eles o International Consultation on Incontinence
Questionnaire (ICIQ). Além disso, exames complementares são
indicados em alguns casos. “A urodinâmica é um exame essencial quando há
dúvidas no diagnóstico ou em situações mais complexas. Ele nos permite avaliar
o funcionamento da bexiga e identificar a presença de contrações involuntárias
que podem estar causando os sintomas”, acrescenta.
Outro recurso importante é o diário miccional, que ajuda a entender
os hábitos urinários da paciente ao longo do dia. “Solicitamos que a paciente
registre a frequência das micções, os episódios de perda urinária e possíveis
gatilhos. Esse acompanhamento fornece um panorama mais claro da situação e
auxilia na escolha da melhor abordagem terapêutica”, explica a especialista.
Além disso, segundo a Dra. Ana Paula Faller, médica da Associação
Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), a infecção urinária pode,
em alguns casos, causar perda involuntária de urina. “Isso ocorre devido a
vários fatores relacionados à infecção, incluindo: irritação da bexiga
(cistite), hiperatividade do músculo detrusor, aumento da frequência urinária e
nos casos de infecção urinária de repetição, a inflamação persistente pode enfraquecer
temporariamente os mecanismos de controle da micção”, complementa a Dra. Ana
Paula.
A Dra. Carolina Haddad, médica da Associação Mulher Ciência e
Reprodução Humana do Brasil (AMCR), também explica que a prevenção deve começar
na mulher jovem, “Os treinamentos de conscientização da musculatura pélvica e
prevenção nas mulheres que fazem atividade física de alto impacto são
essenciais. Também é importante informar sobre a associação entre o assoalho
pélvico, gravidez e parto, e devemos observar e ajustar hábitos e estilo de
vida (alimentação, exercícios, frequência miccional, evitar obesidade, esvaziar
a bexiga antes dos exercícios, controle da musculatura pélvica durante o
esforço, e uso de medicações)”, completa a médica.
Apesar do impacto significativo na vida das mulheres, a
incontinência urinária tem tratamento. “Há diversas opções, desde mudanças no
estilo de vida e fisioterapia pélvica até tratamentos mais avançados como:
laser e radiofrequência, ultrassom microfocado, botox e até mesmo cirurgia. O
mais importante é que a mulher saiba que não precisa conviver com esse problema
em silêncio”, afirma a Dra Carolina Haddad.
AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site.
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