terça-feira, 30 de abril de 2024

Políticas de planos de saúde atrapalham a autorização e a realização de cirurgias

 De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, a pressão para utilizar técnicas menos custosas pode influenciar a eficácia das intervenções cirúrgicas e a satisfação dos pacientes


O papel das seguradoras e convênios é cada vez mais importante na sociedade. No entanto, suas políticas, muitas vezes, têm implicações profundas na acessibilidade e na qualidade do cuidado cirúrgico que os pacientes recebem, com diretrizes que influenciam as decisões médicas e a execução de procedimentos.

Uma das principais formas pelas quais as seguradoras impactam o cuidado cirúrgico é através da definição de quais procedimentos são cobertos e quais são excluídos. Muitas vezes, procedimentos considerados experimentais ou muito novos são deixados de lado, limitando o acesso a tecnologias cirúrgicas inovadoras que poderiam oferecer melhores resultados aos pacientes. 

Além disso, algumas políticas requerem que os pacientes passem por protocolos longos, e muitas vezes ineficazes, de tratamento conservador antes de aprovar um procedimento cirúrgico necessário.


Influência na escolha do médico e do hospital

De acordo com Rodolfo Damasceno, especialista em estratégias de autorizações cirúrgicas, as seguradoras podem impor limitações significativas nas decisões de médicos e hospitais em relação aos pacientes, afetando a qualidade do cuidado cirúrgico. “Essas restrições impedem que muitas pessoas recebam cuidados especializados ou utilizem hospitais com equipamentos mais modernos e técnicas cirúrgicas avançadas, atrasando tratamentos que poderiam ser finalizados com mais agilidade”, revela.

As políticas de seguradoras também exercem uma pressão significativa sobre médicos para que realizem procedimentos com maior rapidez. “O foco em reduzir custos pode levar à escolha de materiais de menor qualidade ou à redução do tempo alocado para cada paciente. Embora a eficiência seja importante, seu excesso pode comprometer a atenção necessária a cada caso”, alerta.


Autorizações e burocracia

Segundo Damasceno, o processo de autorização prévia requerido por muitas seguradoras para procedimentos cirúrgicos é fortemente impactado. “Este processo pode ser frustrante tanto para pacientes quanto para médicos, resultando em atrasos significativos no tratamento e levando a resultados indesejados após a cirurgia”, relata.

Para o especialista, as seguradoras desempenham um papel crucial no sistema de saúde, mas suas políticas podem ter implicações significativas. “É essencial que haja um equilíbrio entre o controle de custos e a provisão de cuidados de alta qualidade. Políticas mais flexíveis e a inclusão de médicos na formulação dessas políticas podem ser passos importantes para minimizar impactos negativos sobre os cuidados cirúrgicos e garantir que os pacientes recebam o melhor tratamento possível”, finaliza. 



Rodolfo Damasceno - Empreendedor com uma década de atuação na área de saúde, Rodolfo possui ampla expertise em estratégias de autorizações cirúrgicas junto às operadoras de saúde. Destaca-se por sua significativa contribuição, destravando mais de 10.000 processos cirúrgicos em um período de 10 anos e auxiliando médicos cirurgiões em diversas especializações. Além de ser o criador do Método RD3x, um impulsionador para a qualidade de vida dos Médicos Cirurgiões que pode triplicar o número de cirurgias autorizadas, o especialista também criou o Método RD+, um processo de consultoria que auxilia diretamente os pacientes que buscam a realização de determinados procedimentos cirúrgicos.
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