150 minutos de atividade física na
semana já produzem resultados importantes na saúde
Atividade física e alimentação balanceada são primordiais para ter
uma vida saudável. A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 a
300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana (ou
atividade física vigorosa equivalente) para todos os adultos, e uma média de 60
minutos de atividade física aeróbica moderada por dia para crianças e
adolescentes. Mesmo sabendo dos benefícios, criar um hábito nem sempre é tão
fácil, porém é possível.
Pesquisa divulgada em 2023 na revista científica
PNAS apontou que não existe um número correto de dias para a adesão a uma
atividade, que pode variar de pessoa para pessoa e em decorrência da
complexidade do desafio. O trabalho aponta dicas para quem quer sair da inércia
e começar a se movimentar. Uma delas é treinar sempre nos mesmos dias, pois
ajuda a criar o hábito de ir para a academia.
O estudo afirma também que para 76% dos
frequentadores de academias, quanto maior o intervalo de tempo entre uma visita
e outra, menos provável foi a chance de continuarem a treinar de modo contínuo.
Em 69% dos casos, os usuários mantiveram treinos constantes quando compareciam
ao centro de treinamento sempre nos mesmos dias da semana. O trabalho
considerou registros de 60.277 frequentadores de 560 academias da rede 24h
Fitness.
Exercício é remédio
A atividade física reduz o estresse e sintomas de
ansiedade, melhora a qualidade do sono e a aprendizagem, reduz sintomas
depressivos, previne e diminui a mortalidade por doenças crônicas. Segundo o
cardiologista do Hospital Santa Catarina - Paulista, Dr. Nilton José Carneiro
há evidências científicas bem robustas a respeito do benefício da atividade
física e da alimentação balanceada ajudarem na prevenção de doenças
cardiovasculares, tanto em relação ao controle de fatores de risco, como
hipertensão, obesidade, síndrome metabólica, como também uma prevenção de
eventos maiores, como infarto e AVC.
“Para pacientes sem contraindicação, o ideal são pelo menos 150
minutos de atividade física por semana, dividido na maior parte dos dias, ou
seja, pelo menos 4 dias, o que levará a uma queda sustentada da pressão
arterial sistólica e diastólica”, explica o médico, que reforça: “Muitas vezes,
o indivíduo que tem nível de pressão arterial limítrofe, quando se engaja numa
atividade física e uma alimentação balanceada, pode ter uma normalização desses
níveis, sem precisar de tratamentos adicionais”.
Músculos em movimento
Segundo
o ortopedista do Hospital Santa Catarina – Paulista, Dr. Rodrigo Manzano
Stuginski, é muito importante manter o corpo em movimento. “O hábito de se exercitar
estimula a hipertrofia
muscular, melhora
a resistência à fadiga muscular, aumenta a massa óssea, além de melhorar a
amplitude articular e o equilíbrio”, informa. O médico afirma também que a
atividade física deve ser escolhida em conjunto com as necessidades de cada
pessoa. “Mesmo pacientes com doenças crônicas do sistema músculo esquelético ou
doenças osteo degenerativas podem realizar atividades físicas adaptadas às suas
limitações, obtendo benefícios do efeito do exercício sobre o corpo”.
O médico também informa que a partir dos 35 anos,
perdemos aproximadamente 0,5% da massa óssea por ano. Isso se acelera quando as
mulheres chegam à menopausa e, no caso dos homens, após os 50 anos: “O
exercício físico estimula o osso a aumentar a síntese de matriz óssea,
fortalecendo e ajudando o paciente a ganhar massa muscular. Ajuda também a
aumentar a densidade óssea e a reduzir as dores provocadas pela doença. Porém,
é fundamental ter antes a liberação médica para realizar atividades físicas, a
fim de minimizar os riscos de lesões”.
Saúde digestiva
Colocar o corpo em movimento também melhora a saúde intestinal.
Segundo o cirurgião e gastroenterologista do Hospital Santa Catarina –
Paulista, Dr. Fernando Bray, a partir de um mês adotando uma rotina de exercícios
regulares e cuidados com a alimentação, é possível perceber melhorias
significativas não só na saúde digestiva, mas também na saúde geral e
bem-estar. “Podemos observar que o corpo já apresenta sinais de melhora da
digestão com hábito intestinal adequado, pois exercícios, especialmente os
aeróbicos, estimulam o movimento peristáltico dos intestinos, reduzindo a
incidência de constipação. Isso ocorre porque a atividade física aumenta o
fluxo sanguíneo para os músculos do aparelho digestivo, facilitando o trânsito
intestinal. Além disso, a prática regular de atividade física está associada a
um menor risco de desenvolver doenças como divertículos, diabetes tipo 2, que
tem implicações diretas na saúde digestiva, e até alguns tipos de câncer do
aparelho digestivo, como o de cólon”, explica.
Dr. Fernando Bray explica que em pacientes com
doenças inflamatórias intestinais (DII), como a doença de Crohn e a retocolite
ulcerativa, que são condições autoimune, os exercícios também são recomendados:
“Estas doenças são caracterizadas por uma inflamação persistente no trato
gastrointestinal, o que pode levar a sintomas debilitantes. Além disso, a saúde
mental desempenha um papel crucial na gestão e na evolução dessas condições,
visto que o estresse e a ansiedade podem exacerbar os sintomas. É aí onde
percebemos o maior impacto dos exercícios e dieta balanceada, pois podem ajudar
a modular a resposta imune, potencialmente reduzindo a inflamação crônica
característica das DII. A atividade física promove a liberação de substâncias
anti-inflamatórias pelo corpo e reduz a produção de citocinas
pró-inflamatórias”.
Ainda segundo o médico, a prática de exercícios físicos é
conhecida por seus benefícios para a saúde mental, incluindo a redução de
sintomas de depressão e ansiedade. “Dado que o estresse psicológico pode
agravar as DII, manter uma boa saúde mental é fundamental. A atividade física
estimula a liberação de endorfinas, que ajudam na sensação de bem-estar”,
conclui.
Hospital Santa Catarina -
Paulista