Muitas vezes os viajantes não têm conhecimento
das fraudes cometidas por prestadores de serviços turísticos
Tim Foster
Muitas vezes os
viajantes não têm conhecimento das fraudes cometidas por prestadores de
serviços turísticos
A implosão do submersível da Ocean Gate que tirou a
vida de cinco milionários em junho deste ano foi acompanhada por parte da
população mundial como uma história de filme. O que pouca gente sabe é que
diariamente viajantes das mais variadas partes do planeta também são colocados
em sérios riscos por serviços turísticos que operam fora dos padrões e sem
autorização.
Atividades de lazer comuns em nosso país, como
passear de jet ski, participar de voos de balão e até mesmo de passeios em
trilhas podem envolver irregularidades desconhecidas pelos turistas. Confira
alguns cuidados importantes:
Passeios de balão
Ao planejar um passeio de balão, por exemplo, a
primeira medida é escolher uma agência licenciada e experiente. Para oferecer
passeios de balão de forma legal e segura, as agências de turismo devem obter
licenças e certificados específicos relacionados à atividade.
As exigências podem variar de acordo com o país ou
a região, mas geralmente incluem o Certificado de Operador Aéreo (COA),
documento emitido pela autoridade de aviação civil do país, que atesta que a
empresa está autorizada a operar balões de acordo com as regulamentações
estabelecidas.
Também é necessário o certificado de
aeronavegabilidade, emitido para cada balão da frota da agência. Esse
certificado garante que a aeronave atende a todos os requisitos técnicos e de
segurança para realizar voos com passageiros, além da licença de piloto de
balão, certificados de manutenção, autorizações ambientais entre outros.
Passeios de jet ski
No caso de passeios de jet ski, também é necessário
ter atenção às normas. Em muitos países, a legislação marítima estabelece uma
idade mínima para pilotar jet skis, geralmente aos 16 anos. Além disso, é comum
a exigência de uma carteira de habilitação náutica específica para comprovar o
conhecimento e a habilidade do piloto para operar a embarcação de forma segura.
O uso de colete salva-vidas é uma das regras mais fundamentais e universais
para pilotar jet ski.
Excursões em busca da Aurora
Boreal
As viagens para ver a Aurora Boreal, no Ártico,
também estão entre os espetáculos da natureza que atraem viajantes do mundo
todo em busca de uma experiência única. No entanto, apesar da beleza da viagem,
as expedições também podem apresentar riscos, se não forem bem planejadas e
organizadas.
Especialista neste tipo de viagem , o brasileiro
Marco Brotto já fez mais de 120 viagens em busca do fenômeno e alerta: “Existem
prestadores de serviços turísticos que tentam rotineiramente contornar as
exigências legais, alugando carros ou vans e transportando grupos de pessoas de
forma irregular”, revela.
Segundo Brotto, para escapar das responsabilidades
legais, alguns guias de viagem informam ser uma família ou grupo de amigos
viajando juntos, quando na verdade se trata de um serviço contratado e
remunerado.”Essa prática é considerada fraude e pode configurar um crime”,
lembra Brotto.
O deslocamento pelos países do Ártico, quando não
executado por um guia autorizado e dentro da lei, pode se tornar um verdadeiro
pesadelo, especialmente em regiões polares e áreas remotas, com condições
climáticas extremas, incluindo temperaturas congelantes, ventos fortes e
tempestades de neve.
Essas condições podem dificultar o transporte e
representar ameaças à segurança dos viajantes, principalmente em casos em que o
motorista não possui treinamento e licença para dirigir.
Transporte de passageiros
Nos países com os quais o Brasil possui acordos de
reciprocidade para a condução com a carteira nacional, turistas e viajantes têm
a liberdade de dirigir durante sua estadia temporária. Entretanto, caso recebam
de alguma forma pagamento ou recompensa para conduzir veículos, mesmo que de
forma indireta, são considerados motoristas remunerados, o que pode mudar o
cenário legal.
Conduzir passageiros de forma profissional requer
um status de carteira de taxista ou licença específica para veículos de
transporte público. Essa exigência visa garantir a segurança de todos e a
qualidade dos serviços prestados, além de assegurar que os motoristas possuam a
devida competência para lidar com as demandas do transporte de pessoas e
condições climáticas.
Segundo Brotto, é importante estar atento às regras
e condições impostas pelos países destino. A Islândia, por exemplo, exige que,
além de motorista autorizado, o carro possua licença e registro para o
transporte de passageiros.
Já na Noruega, é necessário a carta de condução de
veículo de transporte de passageiros (PCV), garantindo que o motorista possui
competência profissional suficiente. Contudo, se a condução do veículo for
remunerada, também é necessário o Certificado de Condução Profissional (CPC)
para o transporte de passageiros em micro-ônibus contratado ou pago.
“Escolher operadores turísticos confiáveis, contar
com guias experientes e estar equipado com roupas adequadas e dispositivos de
localização são medidas essenciais. É o básico da organização para iniciar uma
aventura turísica”, conclui Brotto.
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