segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Agosto Laranja: como Terapia Ocupacional ajuda pacientes de Esclerose Múltipla a terem mais qualidade de vida

   

Mês marca campanha de conscientização sobre EM. Doença neurológica autoimune atinge cerca de 40 mil brasileiros, conforme estimativa

 

Agosto é marcado como o mês de conscientização da Esclerose Múltipla, doença neurológica, crônica e autoimune que atinge cerca de 40 mil brasileiros, conforme estimativa da Associação Brasileira de EM (ABEM). Na EM, as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, o que provoca lesões cerebrais e medulares.

A doença é mais comumente registrada entre os 20 e 40 anos de idade, com os pacientes tendo sintomas como fadiga, problemas de coordenação e equilíbrio, além de espasticidade (rigidez de um membro, como as pernas). Os quadros podem levar a dificuldades motoras, sensitivas e até mesmo cognitivas. Por isso, os surtos podem levar a uma perda de autonomia e qualidade de vida.

Ainda sem conhecer as causas e também sem cura, os tratamentos disponíveis são voltados para a inibição do processo inflamatório e redução das crises ao longo do tempo. Para garantir estes objetivos, a Terapia Ocupacional (T.O) pode ser uma importante aliada para os pacientes com Esclerose Múltipla.

“A Terapia Ocupacional trabalha com a conservação de energia, porque é o esforço excessivo que pode ser muito prejudicial para os pacientes. O nosso desafio é fazer o exercício, porque é preciso manter as atividades, mas sem levar à exaustão. O objetivo é manter e preservar ao máximo as funções”, explica a terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem mais de 30 anos de experiência.

Segundo ela, atividades que podem parecer muito simples, como escovar os dentes ou fechar um botão de roupa, podem ser um trabalho árduo para um paciente com Esclerose Múltipla. Contudo, o acompanhamento de um terapeuta ocupacional pode garantir mais autonomia ao paciente.

“Nas crises, o corpo vai ficando sem força e rígido, muitas vezes até com tremor.  O T.O oferece dispositivos e técnicas que ajudam o paciente a entender como conservar energia e reconectar corpo e mente nas funções. É preciso fazer o movimento fluido e suave, e isso acontece com preparo cognitivo, ou seja, antecipação desse movimento”, complementa Syomara.


Métodos utilizados

Diferentes métodos são utilizados pela Terapia Ocupacional para o acompanhamento de pacientes com Esclerose Múltipla. Entre eles, de acordo com Syomara, está o Perfetti. “Ele faz com que o paciente entre em conexão com o próprio corpo, o que muitas vezes é perdido por conta da EM. Às vezes, a pessoa não tem noção de como está sentada, por exemplo. Com o Perfetti, treinamos o paciente para que ele faça o movimento mais próximo do normal possível. É um treinamento árduo, exaustivo cognitivamente, mas que tem apresentado bons resultados nos pacientes”, afirma.

Outro método também bastante utilizado é o Bobath, que trabalha com adaptações, e a Terapia da Mão, que consta em alongamentos passivos que, com a evolução, também passam a ser ativos.

“Muitos pacientes pensam que é força, mas costumamos falar no consultório que não é força, é jeito. Com os exercícios, é possível entender que, com jeito, com antecipação, entendendo a trajetória, entendendo todo o movimento do corpo, não é preciso força, mas sim o movimento fluido e suave”, reforça Syomara.

 

Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 33 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação dos membros superiores em pacientes com lesões neuromotoras. Faz atendimentos com terapia infantil e juvenil, adultos e terceira idade. Desenvolve trabalhos com os métodos Bobath, Baby Course Reabilitação Neurocognitiva Perfetti, Reabilitação de Membro Superior-Terapia da Mão, Terapia Contenção Induzida (TCI) e Imagética Motora entre outros.

 

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