quarta-feira, 30 de março de 2022

Você sabe como prevenir a hipertensão?

Doença, que é popularmente conhecida como pressão alta, atinge cerca de 36 milhões brasileiros adultos

 

A hipertensão arterial, popularmente conhecida como “pressão alta”, foi a principal causa de morte no mundo em 2019, responsável por cerca 10,8 milhões de óbitos de diferentes faixas etárias. Os dados são do Estudo da Carga Global de Doenças (GBD, em inglês), que alerta, também, para os riscos e prevenção da hipertensão.  
 
Segundo a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), 36 milhões de brasileiros adultos convivem com a hipertensão, que é responsável por até metade das mortes por doenças cardiovasculares, totalizando cerca de 200 mil óbitos todos os anos no país.   
 
Além do risco de óbito por hipertensão arterial, a doença favorece o surgimento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e do ataque cardíaco (infarto). No primeiro caso, a pressão alta pode causar o entupimento e rompimento das artérias que levam sangue ao cérebro, causando sequelas motoras e cognitivas pelo “derrame”. 
 
Já no caso de ataque cardíaco, o aumento da pressão sanguínea nas artérias ligadas ao coração, leva o órgão a bombear sangue de forma mais rápida e intensa, o que engrossa as paredes das artérias, dificultando o transporte de sangue e oxigênio para o coração. Sem a compensação de oxigênio, o músculo cardíaco acaba sofrendo os primeiros sinais do infarto. 
 
“Por ser frequentemente assintomática, a hipertensão evolui sem que o paciente perceba, afetando órgãos como o coração, cérebro, rins e vasos. Sem tratamento, a doença é responsável por 65% dos infartos agudos e cerca de 80% dos casos de AVC no Brasil”, destaca Gisele Abudh, diretora Técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h da Zona Leste, em Santos, litoral paulista. 
 
A unidade, que pertence à rede pública de saúde da Prefeitura de Santos e é gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, é referência no atendimento de casos de urgência e emergência, nas especialidades de Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia, e recebe diversos casos de pacientes com suspeitas de AVC e derrame mensalmente.   
 
Alguns sinais de alerta da hipertensão são tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. “Em casos agudos, onde o problema já começa a afetar os principais órgãos, o ideal é procurar ajuda médica o quanto antes, para evitar complicações”, explica a médica.  
 
Apesar de se manifestar em qualquer idade, a incidência da doença aumenta com o envelhecimento. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 65% dos indivíduos acima de 60 anos apresentam pressão arterial elevada, sendo a idade um dos fatores de risco.     
 
“Com a idade, as grandes artérias do corpo se enrijecem, perdendo sua capacidade em manter a pressão arterial controlada. Considerando o aumento da expectativa de vida do brasileiro, isso pode provocar um aumento da prevalência de hipertensão arterial na população idosa”, destaca Gisele. 
 
A especialista separou algumas dicas importantes que podem auxiliar na prevenção da hipertensão, confira:  
 
• Interrupção do tabagismo: É essencial parar de fumar. Além de evitar diversos malefícios a saúde, o fumo é o único fator de risco totalmente evitável da hipertensão e de mortes por doenças cardiovasculares. 
 
• Redução de sódio: Recomenda-se que o consumo de sódio seja limitado a duas gramas por dia. Para isso, evite o uso de saleiros, temperos prontos, alimentos defumados e enlatados. 
 
• Dieta saudável: Aposte no consumo de frutas, verduras, legumes, fibras e cereais. Uma dieta baseada nesses alimentos favorece o controle da pressão alta e contribuem para a saúde como um todo. 
 
• Atividade física: O sedentarismo é um dos fatores de risco para o desenvolvimento da pressão alta. Por isso, é recomendado praticar pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica por dia, como caminhada, ciclismo ou natação.  
 
• Controle do peso: A alimentação, aliada a realização de atividades físicas é importante para a redução do peso corporal, que permite um melhor controle dos níveis de pressão.  
 
Redução de bebidas alcoólicas: O consumo excessivo de álcool é responsável por cerca de 10% a 30% dos casos de hipertensão arterial. A ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a 30 gramas de álcool por dia, ou seja, uma garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 ml), duas taças de vinho (12% de álcool, 250 ml) ou uma dose de destilados (42% de álcool, 60 ml). 
 
• Consumo de potássio: A suplementação de potássio apresenta um impacto significativo na redução da hipertensão. Seu consumo pode ser feito através de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio, como feijões, ervilha, vegetais de cor verde escura, banana, melão, cenoura, beterraba, tomate, batata inglesa e laranja.  
 
• Suplementos Alimentares: Há evidências de que a suplementação de vitamina C, alho, linhaça, chocolate amargo, soja e ômega 3 atuam na redução discreta da pressão alta. 
 
Além da adoção de hábitos saudáveis no cotidiano, é essencial realizar o acompanhamento médico periódico para controle da pressão arterial. “Ao identificar qualquer alteração, apenas um profissional qualificado pode indicar qual a melhor forma de realizar o tratamento. Nunca use medicamentos ou suplementos por conta própria”, alerta a diretora da UPA Zona Leste.


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