quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Pesquisa aponta que falta de planejamento e análise de fatores culturais explicam 47% dos fracassos em negociações de M&A

Estudo da consultoria Mercer mostra que fusões e aquisições são o principal caminho de crescimento para empresas, mas para alcançar o sucesso terão que dedicar olhar especial à cultura organizacional e capacitação de pessoas 

A pesquisa da consultoria Mercer, Delivering the Deal - The unrealized  potential of people in  deal value creation, aponta que a falta de planejamento adequado é responsável por quase metade das negociações de M&A mal sucedidas. De acordo com o levantamento, 47% dos fracassos nesse tipo de transação têm relação direta com a dificuldade de identificar e administrar riscos ligados às pessoas. O levantamento foi realizado com mais de 750 profissionais de companhias de private equity e empresas listadas na Fortune 1000. 

O principal fator encontrado pela pesquisa foi a liderança, apontada por 19,4% dos respondentes como maior responsável por dificultar a criação de valor após o fechamento das negociações. Cultura organizacional (19,1%), retenção de talentos (18,7%) e produtividade da força de trabalho (7,6%) também foram aspectos citados como decisivos para os fracassos. Segundo o estudo, aproximadamente 60% dos profissionais fundamentais para uma operação são perdidos de 18 a 24 meses após uma negociação de M&A. 

“Diante desse cenário, é necessário olhar com atenção para o desenvolvimento de uma cultura organizacional, capacitação de gestores e líderes, retenção de talentos estratégicos para o negócio, a partir do período de due diligence para ajudar a garantir que a empresa atinja seus objetivos estratégicos. Embora seja o aspecto mais crítico para alcançar o sucesso nesses processos, ainda que muito subestimado, o alinhamento das lideranças é fundamental para garantir que o pós-acordo do negócio seja bem-sucedido”, explica Renata Andrade Alves, líder local de M&A da Mercer no Brasil. 

A Mercer dedica uma equipe especializada em processos de M&A em cada um dos 44 países que está presente, com processos que auxiliam as empresas do início das prospecções à etapa final da união das empresas. “Temos um background sólido de realização de milhares de negócios de M&A ao redor do mundo, o que nos permitiu desenvolver uma metodologia que analisa a importância das pessoas na criação de valor”, explica a executiva.

 

M&A como aposta para o crescimento 

A pesquisa mostrou também que a maioria das empresas aposta em M&A para superar concorrentes e pavimentar a evolução, e a tendência é que esse direcionamento se intensifique na década vindoura. Para 56,7% dos executivos que participaram, o apetite por fusões e aquisições nos próximos 24 meses será igual ao ápice registrado antes do início da pandemia do novo coronavírus. O baixo crescimento experimentado por empresas de diferentes setores nos últimos anos tem as incentivado a buscar crescimento por meio de aquisições.  

Em 2020, houve uma forte diminuição no volume global de fusões e aquisições. Na América Latina, por exemplo, tanto o volume de negócios quanto os valores envolvidos apresentaram queda, conforme indica o gráfico abaixo. 

“As transações de M&A vinham em um processo de retomada quando, no ano passado, surgiu a pandemia da Covid-19. Muitas empresas interromperam negócios porque não sabiam quais seriam os reflexos da crise. Agora, com o crescimento do trabalho online e países conseguindo vacinas, temos visto nova evolução”, afirma Renata Andrade Alves, líder local de M&A da Mercer no Brasil. “Vimos uma movimentação intensa de investidores estrangeiros no Brasil durante os últimos meses. É um reflexo de vários fatores, como a diminuição de preços dos ativos nacionais, mas o que nos chama a atenção é um potencial de crescimento de M&A no país”, analisa Renata. 

Foco em transformação Digital deve impulsionar fusões e aquisições 

Capacidades digitais e melhoria nas tecnológicas estão no topo das prioridades do negócio, de acordo com o estudo da Mercer. A pandemia obrigou as empresas a investirem do dia para noite em infraestruturas digitais mais robustas, tanto para sua operação interna quanto na oferta de seus produtos e serviços. Algumas empresas vêm buscando estabelecer uma integração mais fluida e holística em canais de comunicação para evitar esgotamento e ajudar funcionários com diferentes modalidades e estilos de trabalho. Isso deve motivar aquisições de empresas que ofereçam diferentes soluções tecnológicas que possibilitem um ambiente mais confortável para seus colaboradores atuarem à distância, se capacitarem para essa nova realidade quanto para entrega eficiente de produtos e serviços, o que será essencial para seu crescimento. Além disso, a concorrência tem motivado os executivos das empresas a investirem em soluções tecnológicas e digitais que possibilitem uma redução de custos e aumento das margens de lucros, a partir da automatização de processos.

 Para conferir o relatório completo da pesquisa, acesse aqui


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