A crise de fornecimento de água parece caminhar para um problema sério em nosso planeta. A previsão da ONU é que, para o ano de 2025, um terço da população seja afetada pelo estresse hídrico, e isto não está longe de acontecer caso a atual situação não melhore.
O estresse hídrico é uma situação
crítica que surge quando os recursos naturais disponíveis são menores do que a
demanda por ele. O crescimento da população mundial e do setor industrial
colocam uma grande pressão sobre a disponibilidade de água, destacando a
interferência humana como um dos principais fatores para que esse estresse
ocorra.
Outros fatores têm contribuído para o
estresse hídrico, como o desperdício de água devido às mudanças nos padrões de
consumo, mudanças climáticas (secas, ondas de calor, inundações, etc), desmatamento
e aquecimento global, levando a emissão de gases de efeito estufa. As áreas
afetadas pela presença do estresse hídrico já estão se tornando um problema de
saúde pública, afetando significativamente a economia e a política.
As plantas são afetadas
consideravelmente pelo estresse hídrico, tendo como consequência a diminuição
no crescimento e redução na produção de alimentos.
Segundo a definição dada pelos
biólogos, o estresse hídrico nas plantas é quando essas são colocadas em
condições ambientais onde a quantidade de água transpirada pela planta é maior
do que a quantidade que ela absorve. Em nosso país, este cenário é
característico principalmente em períodos de seca.
A água é essencial para as plantas em
todos os níveis. No nível molecular, a água atua como uma matriz para todas as
reações enzimáticas na fase fotoquímica da fotossíntese fornecendo hidrogênio e
oxigênio. No celular, a água tem um impacto direto na arquitetura dos órgãos e
em seu alongamento. Finalmente, no nível da planta, permite a assimilação dos
nutrientes presentes no solo, e a sua migração para a parte aérea da planta, ao
mesmo tempo que garante a regulação térmica dos tecidos expostos ao sol.
Consequentemente, um déficit hídrico prolongado altera os componentes da
produção. E os efeitos negativos do estresse hídrico nas culturas agrícolas
podem ser vários, como:
- O
número de flores e, portanto, o número de frutos e sementes produzidos,
resultando em uma diminuição na produção agrícola;
- Ocorre
a redução no tamanho do fruto e sementes, levando novamente a uma queda na
produção agrícola;
- As
plantas ficam mais sensíveis ao ataque de pragas e doenças, ocorrendo
significativas perdas de qualidade do produto colhido, tornando inadequados
para o mercado;
- Com
o desenvolvimento reduzido do sistema radicular e a falta de água no solo,
o aproveitamento do fertilizante aplicado é muito baixo, afetando
consideravelmente a nutrição da planta.
A tolerância ao estresse hídrico é
diferente entre as culturas, por exemplo, o tomate é mais tolerante que o
pimentão e o pepino. Algumas plantas alteram seus processos fisiológicos para
conservar a água, enquanto continuam a crescer. Embora essa adaptação permita
que algumas culturas tolerantes sobrevivam, onde outras culturas teriam sofrido
danos irreparáveis, o estresse hídrico prolongado, no entanto, afeta a
produtividade, pois custa muita energia à cultura.
Mais do que qualquer outro tipo de
estresse, o hídrico afeta principalmente o crescimento e a produtividade da
planta, bem como a qualidade dos frutos produzidos. Em reação a ele, este
último item pode desenvolver estratégias de controle para reiniciar seu
crescimento e aumentar seu potencial de produtividade, por exemplo, promovendo
o desenvolvimento de novas raízes, muitas vezes em uma área próxima à
superfície, a fim de absorver mais água.
A iniciativa Nutrientes Para Vida
(NPV), tem como missão destacar e informar a população a respeito da relevância
dos fertilizantes para o aumento da qualidade e segurança da produção
alimentar, mediante o uso da quantidade adequada de nutrientes no cultivo dos
alimentos e, consequentemente, proporcionando a melhoria da nutrição e saúde
humanas.
Valter Casarin -
Coordenador Científico NPV
NPV - Nutrientes
https://www.nutrientesparaavida.org.br/
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