Pesquisa da BARE International mostra que maioria vai optar pelo e-commerce. Vendas ainda são inibidas pelo receio de golpes e falsas promoções. Eletrodomésticos, celulares e vestuário estão entre os itens mais desejados
Pré-aquecimento das vendas para o
Natal, a campanha de descontos Black Friday deste ano marcará uma temporada que
pode ajudar na recuperação do comércio. Pesquisa da BARE International, maior
fornecedora independente de dados e análise de experiência do cliente no mundo,
revela que 84% dos brasileiros pretendem comprar no período, sendo 83% pelo
canal online. Apenas 10% planejam consumir nas lojas físicas e outros 7%
realizarão a compra de forma híbrida: fechando o pedido pela internet, mas
retirando no estabelecimento.
Eletrodomésticos, celulares e vestuário estão entre as categorias mais
desejadas pelos consumidores durante o evento deste ano. Da amostra disposta a
consumir no período, 7% pretendem gastar até R$100. Outros 18%, entre R$100 e
R$200; e 23%, de R$200 a R$499. Os demais 52% planejam desembolsar mais de
R$500.
Dos 16% que não pretendem consumir na Black Friday, 26% não acreditam na
campanha, enquanto 74% declaram que não comprarão nada por conta da situação
financeira ruim. Desta parcela que não pretende comprar, muitos alegam que
tiveram experiências traumáticas em anos passados: 51% já se sentiram enganados
por alguma razão durante o evento. Outros 26% nunca compraram no período e 23%
nunca se sentiram lesados.
Receio de fraude
O percentual que não bota fé nas promoções é bem alto entre os 16% dos
entrevistados que não pretendem comprar em 2021: 71% deles apontam a Black
Friday como uma fraude, o que inclui os já citados 26% que suspeitam da
veracidade das promoções, mais uma parte considerável dos que apontaram a
condição financeira como motivo primário.
O restante (29%) acredita que as promoções deste período realmente existem.
"Percebemos que se trata de uma data que ainda inibe o consumo de algumas
pessoas por conta de fraudes e golpes aplicados", diz a gerente geral da
BARE International no Brasil, Tânia Alves.
Desde sua chegada ao Brasil, em 2010, a mega campanha do varejo tem a imagem
arranhada por descontos falsos e maquiagem de preços. As reclamações dos
consumidores vão, inclusive, além desses problemas. Falta de produtos nos
estoques do comércio, atrasos nos prazos de entrega acertados com os clientes e
endereços de venda online falsos contribuem para um estigma negativo que recai
sobre a liquidação, marcada para dia 29, mas que ganhou o mês de novembro todo
por aqui.
Para evitar surpresas desagradáveis, Tânia alerta que o recomendável é
pesquisar os preços com antecedência e verificar os dados e as políticas de
envio e troca das empresas. "Muitos também se pautam pelos comentários de
outros consumidores, daí a importância de manter um bom relacionamento com os
clientes", diz. Quase 30% dos consumidores que participaram do estudo
buscam informações no Reclame Aqui e nas próprias redes sociais das empresas.
Assim, só efetuam a compra em sites conhecidos e após todo o processo
recomendado por Tânia.
Consumo mais consciente
Um dado do estudo mostra um consumidor mais consciente no pós-vacina. Ou seja,
59% declararam não comprar nenhum produto ou serviço por impulso mesmo que
tenha um bom desconto aplicado. Outros 47% querem aproveitar as promoções para
já realizar as compras de presentes de Natal.
Mesmo assim, o marketing precisa ser mais assertivo e menos invasivo. Apesar da
ascensão e do fato de o WhatsApp ser a ferramenta mais utilizada para
comunicação no Brasil, 56% preferem receber informações sobre a Black Friday
pelo e-mail. Entre não receber nada e o WhatsApp o percentual fica dividido,
com 15% cada. Outros 12% apontam os aplicativos da marca como o melhor caminho.
E só 2% ainda escolhem o SMS.
O meio apontado pelos respondentes, para realizar buscas de promoções foram,
nesta ordem de preferência: sites de pesquisa, aplicativos das marcas, website
das lojas, Instagram, Facebook, Twitter e Linkedin. O consumidor mostrou também
que o fator principal que o leva a concluir a compra na Black Friday é o
desconto significativo, seguido do frete grátis, entrega rápida e cashback,
além de ganhar algum produto adicional, o último do ranking.
O estudou contou com a participação de 1.003 participantes, maiores de 18 anos,
sendo 61% do gênero feminino, 39% gênero masculino e 0.1% não-binário.
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