Queimação no estômago ou inchaço após refeições pode ser indício de dispepsia funcional. Popularmente - e erroneamente - chamada de gastrite nervosa
Caracterizada
principalmente por desconforto estomacal, enjoo, vômitos, inchaço na região
abdominal, arrotos frequentes e queimação, a dispepsia funcional está
diretamente ligada a questões emocionais, o que torna necessária a atenção à
saúde mental para controlar os sintomas da doença. Diferentemente da gastrite,
não causa irritação na mucosa do estômago. O tratamento em geral é feito por
meio do uso de remédios que diminuem a acidez do estômago. Porém, o uso
prolongado desses medicamentos deve ser monitorado pelo médico.
A
gastroenterologista do Hospital Brasília Zuleica Bortoli explica que os
sintomas de dispepsia são basicamente os mesmos que surgem na gastrite em si. “A
diferença entre os dois quadros é que na dispepsia funcional não há inflamação
no estômago, mas alteração na sensibilidade e na motilidade gastrointestinal”,
esclarece a médica.
A boa notícia
é que a dispepsia funcional tem cura e é relativamente fácil de ser resolvida.
Para melhorar os sintomas, o recomendado é adotar uma alimentação leve, com
baixa quantidade de gordura, de álcool e de café. Já alimentos cozidos e que
sejam pouco fermentáveis são uma boa opção. A gastroenterologista destaca ainda
que a prática de atividades físicas ou de lazer ajudam a reduzir os níveis de
estresse e podem melhorar a qualidade de vida de pessoas que sofrem com a
doença.
Já em relação
à gastrite “clássica”, a médica explica que a doença pode ser causada pelo
consumo de alimentos mal lavados que contenham a bactéria H. pylori e pelo uso
prolongado de álcool, cigarro e anti-inflamatórios, pois causam irritação da
mucosa do estômago. “Tanto para essas situações quanto para pessoas que estejam
com má digestão ocasionada pela dispepsia, uma alimentação balanceada e alguns
tipos de chás podem ser grandes aliados no alívio da sensação de desconforto”,
diz a especialista.
Sobre qual profissional buscar
na incidência dos sintomas, Dra. Zuleica esclarece que o médico gastroenterologista
(mais conhecido apenas por gastro) é especialista no sistema digestivo, que
inclui boca, esôfago, estômago, intestinos, pâncreas e fígado. No entanto, como
a dispepsia funcional é desencadeada, principalmente, por questões emocionais,
acompanhamento psicológico também pode ser indicado.
Além do uso de medicamentos
que diminuem a acidez estomacal, devidamente receitados pelo médico, o melhor
jeito de tratar a dispepsia funcional é cuidar da saúde mental com
psicoterapia/psicanálise. Além disso, adotar técnicas de relaxamento; reservar
um momento para fazer coisas que dão prazer; optar por uma dieta que tenha como
base comida natural e de fácil digestão; consumir bastante água e evitar itens
industrializados, corantes, conservantes e excesso de açúcar são hábitos que,
se adotados, evitam não apenas a gastrite e a dispepsia, mas também muitas
outras doenças.
Dasa
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