quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Causadora de AVC, fibrilação atrial é uma das maiores causas de morte no mundo

Com estima-se que esse tipo de arritmia cardíaca atinge entre 5% e 10% dos brasileiros e pelo menos 2,5% da população

 

Em 2021, o foco do Dia Mundial de Combate ao AVC, dia 29 de outubro, está no reconhecimento rápido dos sintomas de um acidente vascular cerebral e na resposta imediata para minimizar os efeitos e garantir a vida do paciente. Nesse contexto, a cardiologista Juliana Coragem, membro da Singulari Medical Team, chama atenção para problemas que elevam o risco, como é o caso da fibrilação atrial.

De acordo com a Sociedade Brasileira Arritmias Cardíacas (Sobrac), esse tipo de arritmia é a segunda maior causa de mortes no mundo, afetando pelo menos 2,5% da população. Já no Brasil, estima-se que entre 5% e 10% dos brasileiros serão atingidos pelo problema ao longo da vida.

 

Fibrilação atrial e AVC

De fato, a cardiologista explica que a fibrilação atrial é a arritmia mais frequente e é muito comum em idosos. Segundo a especialista, seu diagnóstico é feito com base na documentação por eletrocardiograma com traçado demonstrando o ritmo de fibrilação. “Ela é uma desregulação no ritmo cardíaco muito associada a um aumento substancial na morbimortalidade dos pacientes”, ressalta.

Um dos pontos que aumenta a preocupação com relação à fibrilação atrial e o risco elevado de AVC é o fato de que ela é considerada pelos médicos como um problema multifatorial, ou seja, com diversas patologias e causas envolvidas em sua gênese.

“Doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, doença valvar, hipertensão, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), apneia do sono, obesidade, tabagismo, consumo de álcool e até atividade física intensa em excesso são exemplos de gatilhos que podem desencadear a fibrilação atrial”, lista Juliana.

 

Quem deve ficar atento?

Como reforça a cardiologista, os idosos integram o principal grupo de risco com risco elevado de desenvolver a fibrilação atrial. Contudo, as probabilidades são ainda mais altas quando combinadas a comorbidades como as já citadas.

Por isso, de volta à busca por mais agilidade na resposta e prevenção ao AVC, a médica explica que o perigo dessa arritmia cardíaca está na alteração da contração atrial, que não ocorre da maneira habitual, correta. “Isso acaba formando o trombo, que são coágulos dentro do átrio esquerdo. Se esse trombo se solta, o paciente pode desenvolver eventos embólicos como o AVC”, esclarece.

 

Prevenindo o AVC nesse casos

De acordo com a médica cardiologista, a prevenção do AVC nos pacientes com fibrilação atrial deve ser feita por meio da anticoagulação, com o uso de medicação específica. Além disso, o tratamento pode ser feito com o controle do ritmo ou da frequência cardíaca, por isso o acompanhamento é obrigatoriamente individualizado, feito caso a caso. “O melhor tratamento para cada paciente depende da causa da fibrilação atrial”, completa.

Por fim, Juliana Coragem destaca também que é possível prevenir a fibrilação mesmo com o avanço da idade. Para isso, é fundamental adotar medidas e hábitos de vida saudáveis. “Se o paciente tiver alguma patologia como hipertensão ou diabetes, ele deve tratá-la adequadamente para evitar consequências ou complicações dessas comorbidades”, finaliza.


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