quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Na volta do ensino presencial, recursos digitais devem apoiar escolas para avaliar grau de conhecimento dos alunos


Estudo feito pelo Instituto Crescer aponta que a maioria dos docentes não sabe se o aprendizado foi assimilado. Algumas regiões do país já usam a tecnologia para avaliação


 

Com a reabertura gradual das instituições de ensino acontecendo em todo o país, além da preocupação em acolher crianças e jovens que tiveram dificuldades em lidar com esse período, educadores das redes públicas e privadas terão de correr atrás para validar o nível de conhecimento atingido pelos estudantes durante o ensino remoto.

 

Segundo levantamento feito em setembro pelo Instituto Crescer, quase metade dos 528 professores de educação básica e do ensino superior entrevistados dizem não saber avaliar se os alunos estão realmente aprendendo por meio das aulas online. Perguntados sobre como tem sido essa experiência, 46% dos docentes participantes escolheram a opção "diferente, mas ainda não consigo avaliar se os estudantes realmente estão aprendendo”.

 

Dessa forma, o planejamento para o retorno ao ensino presencial vai requerer um tempo a mais para que cada docente possa identificar aquilo que foi ou não aprendido durante a quarentena. Um caminho que a própria pesquisa aponta é o uso de plataformas digitais para fazer tal avaliação. Os dados mostram que 87% dos professores estão usando recursos tecnológicos diariamente para realizar atividades remotas com os estudantes.

 

Mais acostumados a lidar com a tecnologia, os próprios recursos usados para ensinar também podem se transformar em ferramentas de avaliação de desempenho, como é o que tem feito a Escola Estadual Yervant Kissajikian, localizada na região de Itaquera, zona leste de São Paulo, onde a comunidade utiliza a plataforma Mangahigh nas disciplinas de Matemática.

 

A plataforma, disponibilizada para toda a rede pública do estado gratuitamente, tem auxiliado professores a tomar conhecimento de possíveis dificuldades que os alunos puderam ter na disciplina durante o ensino remoto. Segundo a diretora do colégio, Roberta Santos, a retomada presencial das aulas será conduzida de maneira mais organizada a partir disso. “Por meio da plataforma, identificamos quais são as habilidades que não foram assimiladas pelos alunos, para trabalhá-las nas aulas de reforço quando retornarmos presencialmente”, explica.

 

Na ferramenta, os alunos conseguem desenvolver competências requeridas na BNCC a partir de uma linguagem lúdica e audiovisual, baseada numa metodologia que envolve a resolução de problemas matemáticos em ambientes de games e quizzes. Nela, os professores conseguem classificar qual objeto do conhecimento não foi compreendido de forma adequada, trabalhando pontualmente aquele tema com o aluno. “Se tratando da matemática, conseguimos até mesmo relembrar conteúdos de anos anteriores para ajudar o aluno a compreender determinado conceito”, completa Santos.


 

Aulas presenciais? Não neste ano

 

Na cidade de Veranópolis, no Rio Grande do Sul, o engajamento dos estudantes com o ensino remoto foi satisfatório a ponto de a prefeitura, por meio de uma pesquisa com a cidade, continuar com o formato para, pelo menos, até o fim do ano. O motivo? Para a secretária de Educação, Izabel Menin, o sucesso do formato se deve “à utilização de plataformas digitais que permitem, tanto aos professores como aos alunos, acompanhar detalhadamente quais são os principais problemas que aparecem na aula”.

 

Na etapa de reabertura, explica, as aulas presenciais acontecerão apenas em situações em que o digital não conseguiu resolver o problema. “Caso um aluno se sinta com muita dificuldade em aprender o tema, agendamos um encontro com um professor do colégio para que se resolva a dúvida de maneira pontual. Até o momento, as ferramentas digitais estão dando conta”.

 

De acordo com os dados da secretária de educação, de 2.600 estudantes de toda a rede, cerca de 90%, em média, por mês, acessam todos os suportes digitais oferecidos pela prefeitura, incluindo a Mangahigh.

 

 



Mangahigh

www.mangahigh.com

 

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