Boletim divulga dados assistenciais e
econômico-financeiros de amostra de operadoras e apresenta reflexos da pandemia
na saúde suplementar
A Agência Nacional
de Saúde Suplementar (ANS) está lançando um boletim informativo com o
monitoramento específico que vem realizando junto ao setor de planos de saúde
durante a pandemia do novo coronavírus (COVID-19). O material contempla
informações assistenciais e econômico-financeiras de uma amostra de operadoras
médico-hospitalares que responderam a Requisições de Informações feitas pela
ANS, mostrando os impactos da Covid-19 na saúde suplementar. São analisados
dados sobre ocupação de leitos, custos de internação, fluxo de caixa das
operadoras e inadimplência no setor. O objetivo do Boletim Covid-19 é subsidiar
a análise qualificada da Agência Reguladora sobre o tema, contribuindo para a
tomada de decisões no enfrentamento da pandemia, bem como apresentar à
sociedade informações importantes para a compreensão do cenário no mercado de
planos de saúde.
A maior parte das
informações apresentadas resulta de dados enviados pelas operadoras de planos
de saúde em atendimento a Requisições de Informações feitas pela ANS e de dados
extraídos do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), por meio do qual as
operadoras encaminham, trimestralmente, suas informações econômico-financeiras.
Também foram usados outros dados de envio obrigatório aos sistemas de
informação da Reguladora. A solicitação foi encaminhada a 109 operadoras que
atendem 80% do total de beneficiários do setor. É importante observar que os
dados assistenciais e econômico-financeiros analisados consideram diferentes
números de operadoras respondentes, em razão da natureza das informações
solicitadas.
Ocupação de
leitos
Para monitorar o
impacto da pandemia no atendimento assistencial prestado pelos planos de saúde,
foram coletadas informações de 45 operadoras que dispõem de rede própria e que
fazem parte da amostra selecionada (mencionada acima). O objetivo foi verificar
as principais tendências em relação à utilização de serviços de saúde hospitalares,
que representaram 32,69% das despesas assistenciais no ano de 2019, frente ao
atual contexto da pandemia, e avaliar as implicações diretas no setor de saúde
suplementar.
O boletim traz
gráficos que mostram a evolução da taxa de ocupação de leitos nos meses de
fevereiro, março e abril de 2019 e 2020, comparando-os quanto à evolução da
taxa de ocupação de leitos referentes à Covid-19 com demais procedimentos. Há,
ainda, informações que mostram o impacto dos custos com internação, verificado
pela comparação entre custos médios de internações por Covid-19 e outras
internações (clínicas e cirúrgicas), e a evolução do número de internações por
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) nesse período.
Pelos números
compilados é possível verificar que a taxa média da ocupação de leitos nos três
meses de 2020 apresentou queda em relação ao mesmo período do ano passado. Já a
taxa mensal de ocupação de leitos relativos à Covid-19 em relação a outros
procedimentos passou de 9% em fevereiro para 47% em abril. Também houve aumento
do número de internações de SARS em relação aos números do ano passado, com
curva ascendente também nos meses analisados deste ano.
Fluxo de
caixa e inadimplência
Nos dados
econômico-financeiros, foram consideradas informações de 99 operadoras para o
estudo de fluxo de caixa e de 102 operadoras para o estudo de inadimplência (as
demais operadoras não submeteram informações no prazo de elaboração desse
boletim). Os gráficos trazem informações que mostram movimento de entrada
(recebimentos) e saída (pagamentos) de recursos em um dado período - que
representa o capital de giro e a liquidez mais imediata das operadoras
analisadas; a evolução dos pagamentos efetuados pelas operadoras pela
utilização dos serviços de saúde pelos beneficiários (índice de sinistralidade
do caixa), antes e após o início da pandemia da Covid-19; e análise da
inadimplência, verificada pelo não pagamento de obrigações no prazo
estabelecido, observando-se os pagamentos recebidos e os saldos vencidos ou a
vencer.
Os dados de 2020,
que refletem a pandemia, mostram baixa variação do índice de sinistralidade de
caixa e aquém do que observado no último trimestre de 2019. Quando comparados
com dados de 2019, percebe-se uma tendência de variação sazonal dos índices do
setor. Além disso, a pouca variação também pode ser explicada pela
característica do ciclo financeiro do setor, no qual os planos efetuam o
pagamento de prestadores semanas após o atendimento médico. Ou seja, as contas
pagas até abril podem corresponder a procedimentos relativos aos meses de
janeiro, fevereiro e março deste ano, e ainda podem não ter sido impactadas
pela Covid-19. Cabe ressaltar, também, que o possível efeito da queda do número
de atendimentos verificados nos dados assistenciais poderá se refletir nos
valores de caixa nos próximos meses, caso o cenário seja mantido.
Os dados relativos
à inadimplência, por sua vez, também mostram que não houve variação
significativa em 2020 no comparativo com 2019, e o índice tem se mantido em 13%
nos meses de fevereiro, março e abril de 2020.
O Boletim Covid-19
ficará disponível na página específica sobre Coronavírus no site da ANS. Clique
aqui para acessar e baixar o arquivo.
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