Dificuldade de
manter equipe engajada e esgotamento mental viram pauta na rotina de trabalho
em casa
Com a extensão da quarentena, profissionais de
diversas áreas continuam em sistema home office, sem saber ao certo quando a
rotina empresarial voltará ao normal.
Para Renata Motone, consultora de RH da Luandre
Middle, o novo sistema apresenta vantagens e desvantagens, e como os demais,
deve ser analisado com ponderação, uma vez que grande parte das companhias
nunca o havia experimentado em grande escala. “Algumas até praticavam o
trabalho remoto, mas era feito de forma estruturada, em dias específicos e
atendia apenas alguns cargos, geralmente de liderança ou de profissionais como
consultores, por exemplo” diz.
A adesão em massa, sem precedentes, ao home office
acabou o desmistificando para muitos. Uma pesquisa recente*, que entrevistou
duas mil pessoas de todas as idades e de todo o país verificou que 73% desses
profissionais preferem não trabalhar de casa em tempo integral, depois da
pandemia.
Alguns dos motivos relatados são: a invasão de seu
espaço pessoal, a falta de convívio social e causas econômicas relacionadas a
terem de arcar com despesas relacionadas à infraestrutura de trabalho, como
internet, água, luz, telefone.
A questão de invasão da vida pessoal pelo trabalho
também é relatada em uma pesquisa* realizada no Reino Unido, com 500
trabalhadores. A conclusão foi de que 50% estavam infelizes com o desequilíbrio
entre home office e vida íntima, 33% se sentiam sozinhos, e 64% ainda relataram
insônia.
Novos desafios
Após mais de 50 dias de quarentena e um cenário de crise ainda sem grandes perspectivas de melhora, a percepção de ansiedade do início, voltada para a adaptação do home office, pode ter diminuído. Contudo, não se pode afirmar que os desafios deixaram de existir, muito pelo contrário, com o passar dos dias, os profissionais começaram a ter ciência do que faz ou não sentido no trabalho remoto, e questões como: insatisfação, ansiedade e inteligência emocional começam a aparecer.
“Temos de considerar todo o desgaste emocional
gerado por este momento de isolamento, que torna o processo do home office
ainda mais complexo, já que não se trata apenas de trabalhar em casa, mas também
de conviver com todo o entorno”, pontua Renata.
Ainda completa, que se torna papel da empresa
desenvolver programas direcionados para cuidar da saúde mental dos
colaboradores, dando suporte e estrutura a fim de proporcionar bem-estar para
todos.
Pontos positivos
Mas nem tudo está perdido. É possível identificar pontos positivos dessa nova forma de trabalho, tanto pela empresa, quanto pelo colaborador. Para a empresa, uma redução de custos com toda a infraestrutura física que um escritório exige. Já para o colaborador, evitar o desgaste com o deslocamento, principalmente quando se tratam de grandes distâncias, traz um impacto positivo. “O tempo economizado de deslocamento pode ser benéfico, inclusive, para aumento de produtividade e motivação”, afirma Renata.
Futuro dos Escritórios – o
novo normal
Muitos profissionais de RH acreditam que a forma como a gestão de pessoas é vista e conduzida mudará para sempre com a pandemia.
Muitos profissionais de RH acreditam que a forma como a gestão de pessoas é vista e conduzida mudará para sempre com a pandemia.
Renata acredita na mudança no sistema de trabalho,
mas faz uma ressalva: “algumas empresas podem deixar de locar espaços para seus
colaboradores, adotando integralmente o sistema home office, ou implementar um
rodízio entre equipes, para trabalharem em casa e evitar aglomerações. Porém,
tudo isso dependerá do quanto estas mudanças afetam a produtividade e,
principalmente, a qualidade de vida dos profissionais”
Luandre Soluções em Recursos Humanos
Fontes: *1 Consultoria Consumoteca
*2 Institute for Employement Studies
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