terça-feira, 29 de outubro de 2019

Novembro Roxo: Conheça mais sobre a Prematuridade


 
Mês de sensibilização alerta para os riscos à mães e bebês


A prematuridade é um assunto pouco discutido se comparado a outros temas ligados à maternidade como o aborto ou a AIDS por exemplo. Porém ele é realidade para milhares de famílias brasileiras todos os anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 300 mil bebês nascem de forma prematura todos os anos no Brasil. Isso significa mais de 30 partos de prematuros por hora.

De acordo com a ONG Prematuridade.com, o nascimento prematuro é a principal causa de mortalidade infantil até 5 anos de idade em todo o mundo. Já no Brasil, a cada 30 segundos, um bebê morre em consequência do parto antecipado. Só esses números por si já deveriam trazer mais luz e atenção para a temática da prematuridade.

A campanha Novembro Roxo surge justamente com o intuito de mostrar os perigos e cuidados que devemos tomar caso nos tornemos vítimas desse tipo de parto de risco. Ela divide a atenção com o ‘azul’ em alusão à luta contra o câncer de próstata, mas infelizmente não goza do mesmo interesse e mobilização social.

“Fiquei dois dias internada antes de ter que ser submetida a uma cesariana de emergência, pois minha pressão chegou ao pico de 22/14 devido à pré-eclampsia que tive. Chiquinho nasceu de 30 semanas (7 meses), pesando 1,500 kg e medindo 41 cm no dia 15 de novembro de 2018 mas só pude vê-lo após o parto 2 dias depois, pois também tive de ficar internada na UTI. Todo o estresse me gerou falta de leite (nunca consegui amamenta-lo), uma segunda cirurgia que precisei fazer com 9 dias depois da cesárea, e um trauma pessoal que venho tratando com acompanhamento psicológico até hoje. ” – Marina Barbieri é roteirista, escritora e mãe de prematuro

O relato de Marina Barbieri é somente um entre tantos que passam pela emergência de um parto antes da hora. Os traumas que os pais carregam consigo depois de momentos tão carregados de tensão se revertem em falta de leite (como ocorreu com ela), depressão e diversos outros fantasmas que passam a rondar a vida da mãe de um prematuro.

Marina, que curiosamente também nasceu de forma prematura, escolheu canalizar suas energias em forma de palavras e prepara um livro que conta sua experiência desde a gravidez, passa pela prematuridade do parto, os cuidados que teve de ter após o nascimento e traz um afago a pessoas que diariamente passam pela mesma situação que ela vivera há quase 1 ano.

“Tive de esperar 9 dias para poder pegar meu filho no colo pela primeira vez. Vê-lo tão pequeno e indefeso através de uma caixa de acrílico ligado a fios e respiradores foi a pior experiência da minha vida. ” – Marina Barbieri

Os avanços da medicina indiscutivelmente trazem uma maior expectativa de sobrevivência ao prematuro, porém o nascimento de bebês antes da sua completa gestação (seja por causas externas ou não) precisa de mais diálogo e atenção por parte de órgãos públicos, população, imprensa e até mesmo nas redes sociais.





Marina Barbieri - escritora, roteirista e mãe de prematuro. Começou escrevendo sobre relacionamentos até criar a página “Deu Ruim”, sucesso na internet com textos e conteúdo que falam sobre amor, sexo, amizade, namoro entre outros. Casada e mãe, foi após o nascimento de Francisco (chamado carinhosamente por Chiquinho) que Marina foi arrebatada pelo “amor de mãe” e voltou suas atenções às causas maternas, em especial à questão da prematuridade, tão pouco abordada em nosso cotidiano, mas que afeta milhares de mães todos os anos.


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