quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Autismo e Inclusão Escolar


   A inclusão escolar não é só um desejo, mas um direito da pessoa com TEA ( Transtorno de Espectro Autista). Nenhuma escola, pública ou privada, pode negar a matrícula de um autista ou cobrar por um professor auxiliar ou mediador escolar, quando necessário.

    Inclusão escolar não significa apenas inserir a criança ou adolescente com TEA no ambiente escolar. Começa antes mesmo da recepção do aluno. Os professores e a equipe devem conhecer as particularidades e necessidades de cada aluno com TEA e, em conjunto com os pais e profissionais, auxiliar no plano educacional individualizado e colocar em prática estratégias que promovam o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas, pedagógicas e de autonomia.

      À escola cabe fazer a adaptação do conteúdo escolar, capacitar, humanizar professores e equipe. É importante que flexibilize horário de entrada, saída, alimentação, quando houver necessidade. Muitas vezes, o aluno com autismo se desregula no horário da entrada devido aos inúmeros estímulos auditivos e visuais, uma dica é que ele entre antes ou após este momento. Os professores, além de acompanhar de perto o aprendizado, devem reforçar junto aos demais alunos da classe a importância do respeito e do acolhimento em relação ao colega com TEA.

       Usar da previsibilidade, imagens, quadros de rotina, histórias sociais trabalhar com o concreto, manter o aluno próximo ao professor e usar de assuntos de interesse na hora de ensinar são algumas das estratégias que auxiliam o aprendizado e desenvolvimento da criança ou adolescente com TEA na escola.
Em muitos casos, faz-se necessário um professor auxiliar ou um acompanhante terapêutico que estará ao lado do aluno em sala de aula e em contato direto com os pais e com a equipe que o acompanha, tornando as adaptações necessárias mais simples, visando sempre o desenvolvimento integral da criança ou adolescente com TEA.

        Um ambiente escolar acolhedor e humanizado propicia inúmeras possibilidades de aprendizado e desenvolvimento social e relacional não só para os alunos com autismo, mas para todos que terão oportunidades de aprender sobre diferenças, amor, respeito e se tornarem adultos capazes de fazer a diferença na sociedade.





Deborah Kerches (CRM 102717-SP) - Neuropediatra especialista em Transtorno do Espectro Autista (TEA), diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil de Piracicaba, membro da Sociedade Brasileira de Neuropediatria, da Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil (ABENEPI), da Academia Brasileira de Neurologia e da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Além de ser palestrante e preceptora do Programa de Residência Médica em Pediatria da Prefeitura do Município de Piracicaba com Especialização em Preceptoria pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês.Também ministra cursos e workshops sobre os mais variados temas ligados a Neuropediatria, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Saúde Mental Infanto Juvenil.


Nenhum comentário:

Postar um comentário