terça-feira, 30 de julho de 2019

Sociedade médica faz campanha para que cirurgia metabólica em pacientes com diabetes tipo 2 e obesidade leve seja realizada por planos de saúde


Entidade criou um site com informações sobre a doença, que atinge 4 milhões de brasileiros


A SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Brasileira e Metabólica) lançou uma campanha para orientar a população sobre os riscos e tratamentos da Diabetes tipo 2 e, paralelamente, sensibilizar a ANS (Agência Nacional de Saúde) sobre a importância de incluir a cirurgia metabólica no Rol das Diretrizes de Utilização. Com o slogan “Cirurgia Metabólica, uma Nova Vida para pacientes com Diabetes Tipo2”, a campanha tem um site específico que reúne informações sobre a doença: www.vidanovametabolica.org.br.

A cirurgia metabólica foi aprovada no final de 2017 pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) como tratamento para diabetes tipo 2 para pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 30 Kg/m2 a 35 Kg/m2, no entanto, o procedimento ainda não foi incluído no rol da ANS e, portanto, não é coberto pelos planos de saúde.

“A cirurgia metabólica é um tratamento muito eficiente para pacientes com diabetes tipo 2. Logo nos primeiros dias após o procedimento, já é possível ver alterações na doença. Antigamente, acreditava-se que a melhora no diabetes era causada pela perda de peso, mas não é apenas isso. As mudanças metabólicas causadas por ela estimulam a produção de substâncias que reduzem a resistência à insulina e preservam o pâncreas, melhorando também a qualidade da insulina produzida”, explica o cirurgião bariátrico Admar Concon Filho, membro da SBCBM e presidente do Hospital e Maternidade Galileo, em Valinhos (SP).

A cirurgia metabólica é igual à cirurgia bariátrica, o que muda é o seu objetivo. Enquanto a bariátrica tem como objetivo principal a redução de peso, a metabólica visa a mudança no metabolismo para a cura de doenças. Atualmente, apenas a cirurgia bariátrica é coberta pelos planos de saúde. Ela é indicada para pacientes com IMC acima de 40 Kg/m2 ou acima de 35 Kg/m2, mas, neste caso, é necessário ter doenças causadas pela obesidade.

“Quando o paciente tem IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2, mas possui diabetes tipo 2, ele tem indicação para a cirurgia metabólica. Ela já foi aprovada por cerca de 50 entidades médicas e pelo CFM, mas, infelizmente, ainda não é realizada pelos convênios médicos, o que acaba limitando muito o acesso a ela”, explica Concon. Ele destaca, no entanto, que a indicação da cirurgia metabólica segue outros critérios, além do IMC. “É necessário comprovar a falta de resposta ao tratamento clínico e ter idade entre 30 e 70 anos. Também é necessário ter menos de dez anos de diagnóstico de diabetes”, orienta.

O Brasil possui atualmente cerca de 14 milhões de pessoas diagnosticadas com o diabetes tipo 2. Além disso, mais de 50% das pessoas que têm a doença não sabem. Estima-se que o número de pessoas com a doença triplique nos próximos 17 anos.





Dr. Admar Concon Filho - cirurgião bariátrico, cirurgião do aparelho digestivo e médico endoscopista. Ele é palestrante internacional, membro titular e especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, além de membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e membro da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders.


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