Especialista em
Reprodução Humana explica o passo a passo dos dois procedimentos mais buscados
por mulheres que desejam engravidar
Muitas mulheres que sentem dificuldade para
engravidar naturalmente buscam ajuda médica e são aconselhadas a partirem para
um tratamento de reprodução assistida. É neste momento que chegam as dúvidas: a
qual tratamento devo me submeter? Fertilização in Vitro ou Inseminação
artificial? Qual a diferença entre eles?
Basicamente, o que difere os dois métodos é a forma
como os óvulos serão manipulados e fecundados pelo espermatozoide.
A Inseminação Artificial, ou intrauterina, é
indicada para os casos mais simples de infertilidade, como mulheres com
Síndrome dos Ovários Policísticos, endometriose leve e casais nos quais os
homens apresentam pequenas alterações no sêmen (baixa mobilidade ou dificuldade
de movimentação). Casais homoafetivos femininos e mulheres q querem engravidar
por produção independente também podem optar pela técnica, com sêmen de doador.
Já a FIV (Fertilização in Vitro) é o método
indicado em casos mais complexos de infertilidade, como endometriose profunda,
mulheres com baixa reserva ovariana por causa da idade avançada ou outro
motivo, obstrução nas tubas uterinas, alteração genética que possa afetar o
bebê e, no caso dos homens, quando o sêmen apresenta baixa concentração ou
mobilidade, ausência de espermatozoides ou em casos de reversão da
vasectomia.
Pensando em sanar algumas dúvidas comuns, a médica
Rosane Rodrigues, especialista em Reprodução Humana da Clínica Invita e do
Instituto Crispi São Paulo, explica o passo a passo dos dois procedimentos:
Inseminação Artificial
Para as mulheres, começamos o processo no início do
ciclo menstrual, prescrevendo alguns hormônios específicos para a indução da
ovulação e formação de folículos (contendo óvulos). Por meio de
ultrassonografias seriadas conseguimos acompanhar o crescimento desses
folículos. No momento exato da ovulação (detectado pela ultrassonografia),
partimos para a etapa de transferência dos espermatozóides para o interior do
útero. O parceiro deve fazer a coleta de sêmen, que posteriormente será
preparado e selecionado em laboratório. Num procedimento simples (parecido com
um exame ginecológico), realizado em clínica de reprodução assistida, inserimos
um cateter bem fininho por onde passam os espermatozoides que serão depositados
cuidadosamente o mais próximo possível das trompas, com a finalidade de
encontrar os óvulos e fertilizá-los, formando assim o embrião. O procedimento
dura alguns minutos e no dia seguinte a mulher está liberada para voltar às
suas atividades normais, porém sem muitos esforços. O teste de gravidez pode
ser feito após 12 dias.
Fertilização in Vitro
Já o processo da FIV é um pouco mais longo que o da
Inseminação Artificial. O procedimento é feito em etapas, o que requer mais
tempo de tratamento. Na etapa 1, fazemos a estimulação dos ovários com
medicamentos específicos para induzir uma maior produção de folículos (contendo
os óvulos). Através de ultrassons seriados, podemos acompanhar o crescimento
desses folículos e determinar o momento certo de entrarmos com outro hormônio,
que ajudará a romper esses folículos, ocasionando então a liberação dos
óvulos. Feito isso, partimos para a etapa da Punção de Óvulos. Este é um
procedimento cirúrgico, que deve ser feito numa clínica de reprodução
assistida, via vaginal e sob efeito de anestesia. Ao final do procedimento, a
mulher deve ficar na clínica por algumas horas, sendo liberada no mesmo dia e
devendo manter mais alguns dias de repouso em casa. A etapa seguinte da
FIV é fertilização dos óvulos puncionados com os espermatozoides que foram
coletados e previamente selecionados. Este método é realizado por um
embriologista. Nesta fase, o material fecundado é colocado em uma
incubadora em condições adequadas para a formação do embrião. No dia seguinte
já é possível verificar quantos embriões se formaram e selecionar os melhores
para permanecerem na incubadora em fase de desenvolvimento por três a seis
dias. Depois deste tempo de incubadora já é possível selecionar os melhores
embriões e partir para a última etapa: a transferência de embriões. Este é um
procedimento indolor, feito por um cateter bem fininho e que não necessita de
anestesia. Os embriões selecionados são depositados cuidadosamente em local
estratégico para que possam se fixar no útero. Após a transferência a
mulher deve ficar em repouso em casa por um dia e fazer poucos esforços por 15
dias. O exame de gravidez pode ser realizado 10 a 12 dias após a transferência.
Se houver o tão sonhado positivo damos início ao acompanhamento pré-natal da
gestação.
De acordo com as estatísticas, a taxa de sucesso da Inseminação Artificial é de 20% a 30% e a de FIV varia entre 40% e 60%.
"Nos dois métodos a chance de sucesso é
grande, porém só um médico especialista em Reprodução Humana é capaz de saber
qual é o melhor para cada paciente. Para isso são feitos exames, consultas,
acesso ao histórico do casal e só depois de um diagnóstico de infertilidade
traçado é que partimos para o procedimento mais adequado", finaliza
Rosane.
Fonte: Dra Rosane Rodrigues - médica
especialista em Reprodução Assistida da Invita Medicina Reprodutiva,
em Moema, SP e do Instituto Crispi de Cirurgia Minimamente Invasiva. Mestre em
Tocoginecologia pela Santa Casa de São Paulo e professora da Pós-Graduação em
Reprodução Humana Assistida do Instituto Sapientiae, SP. CRM110.213
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