terça-feira, 21 de maio de 2019

Inseminação Artificial ou Fertilização in Vitro? Qual o melhor método para realizar o sonho da maternidade?


Especialista em Reprodução Humana explica o passo a passo dos dois procedimentos mais buscados por mulheres que desejam engravidar


Muitas mulheres que sentem dificuldade para engravidar naturalmente buscam ajuda médica e são aconselhadas a partirem para um tratamento de reprodução assistida. É neste momento que chegam as dúvidas: a qual tratamento devo me submeter? Fertilização in Vitro ou Inseminação artificial? Qual a diferença entre eles?

Basicamente, o que difere os dois métodos é a forma como os óvulos serão manipulados e fecundados pelo espermatozoide.

A Inseminação Artificial, ou intrauterina, é indicada para os casos mais simples de infertilidade, como mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos, endometriose leve e casais nos quais os homens apresentam pequenas alterações no sêmen (baixa mobilidade ou dificuldade de movimentação). Casais homoafetivos femininos e mulheres q querem engravidar por produção independente também podem optar pela técnica, com sêmen de doador.

Já a FIV (Fertilização in Vitro) é o método indicado em casos mais complexos de infertilidade, como endometriose profunda, mulheres com baixa reserva ovariana por causa da idade avançada ou outro motivo, obstrução nas tubas uterinas, alteração genética que possa afetar o bebê e, no caso dos homens, quando o sêmen apresenta baixa concentração ou mobilidade, ausência de espermatozoides ou em casos de reversão da vasectomia. 

Pensando em sanar algumas dúvidas comuns, a médica Rosane Rodrigues, especialista em Reprodução Humana da Clínica Invita e do Instituto Crispi São Paulo, explica o passo a passo dos dois procedimentos:


Inseminação Artificial

Para as mulheres, começamos o processo no início do ciclo menstrual, prescrevendo alguns hormônios específicos para a indução da ovulação e formação de folículos (contendo óvulos). Por meio de ultrassonografias seriadas conseguimos acompanhar o crescimento desses folículos. No momento exato da ovulação (detectado pela ultrassonografia), partimos para a etapa de transferência dos espermatozóides para o interior do útero. O parceiro deve fazer a coleta de sêmen, que posteriormente será preparado e selecionado em laboratório. Num procedimento simples (parecido com um exame ginecológico), realizado em clínica de reprodução assistida, inserimos um cateter bem fininho por onde passam os espermatozoides que serão depositados cuidadosamente o mais próximo possível das trompas, com a finalidade de encontrar os óvulos e fertilizá-los, formando assim o embrião. O procedimento dura alguns minutos e no dia seguinte a mulher está liberada para voltar às suas atividades normais, porém sem muitos esforços. O teste de gravidez pode ser feito após 12 dias.


Fertilização in Vitro

Já o processo da FIV é um pouco mais longo que o da Inseminação Artificial. O procedimento é feito em etapas, o que requer mais tempo de tratamento. Na etapa 1, fazemos a estimulação dos ovários com medicamentos específicos para induzir uma maior produção de folículos (contendo os óvulos). Através de ultrassons seriados, podemos acompanhar o crescimento desses folículos e determinar o momento certo de entrarmos com outro hormônio, que ajudará a romper esses folículos, ocasionando então a liberação dos óvulos. Feito isso, partimos para a etapa da Punção de Óvulos. Este é um procedimento cirúrgico, que deve ser feito numa clínica de reprodução assistida, via vaginal e sob efeito de anestesia. Ao final do procedimento, a mulher deve ficar na clínica por algumas horas, sendo liberada no mesmo dia e devendo manter mais alguns dias de repouso em casa. A etapa seguinte da FIV é fertilização dos óvulos puncionados com os espermatozoides que foram coletados e previamente selecionados. Este método é realizado por um embriologista. Nesta fase, o material fecundado é colocado em uma incubadora em condições adequadas para a formação do embrião. No dia seguinte já é possível verificar quantos embriões se formaram e selecionar os melhores para permanecerem na incubadora em fase de desenvolvimento por três a seis dias. Depois deste tempo de incubadora já é possível selecionar os melhores embriões e partir para a última etapa: a transferência de embriões. Este é um procedimento indolor, feito por um cateter bem fininho e que não necessita de anestesia. Os embriões selecionados são depositados cuidadosamente em local estratégico para que possam se fixar no útero. Após a transferência a mulher deve ficar em repouso em casa por um dia e fazer poucos esforços por 15 dias. O exame de gravidez pode ser realizado 10 a 12 dias após a transferência. Se houver o tão sonhado positivo damos início ao acompanhamento pré-natal da gestação. 

De acordo com as estatísticas, a taxa de sucesso da Inseminação Artificial  é de 20% a 30%  e a de FIV varia entre 40% e 60%. 

"Nos dois métodos a chance de sucesso é grande, porém só um médico especialista em Reprodução Humana é capaz de saber qual é o melhor para cada paciente. Para isso são feitos exames, consultas, acesso ao histórico do casal e só depois de um diagnóstico de infertilidade traçado é que partimos para o procedimento mais adequado", finaliza Rosane. 





 Fonte: Dra Rosane Rodrigues - médica especialista em Reprodução Assistida  da Invita Medicina Reprodutiva, em Moema, SP e do Instituto Crispi de Cirurgia Minimamente Invasiva. Mestre em Tocoginecologia pela Santa Casa de São Paulo e professora da Pós-Graduação em Reprodução Humana Assistida do Instituto Sapientiae, SP. CRM110.213



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