terça-feira, 21 de maio de 2019

Conheça os 5 principais fatores de risco para degeneração macular relacionada à idade (DMRI)


Doença é a principal causa de cegueira irreversível em pessoas com mais de 50 anos nos países desenvolvidos



A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma das causas de cegueira irreversível depois dos 50 anos. A doença, que progressivamente vai comprometendo a mácula (área central da retina), é classificada em dois tipos: não-exsudativo ou seco (90%) e exsudativo (10%). Na forma exsudativa, que é a principal responsável pelos casos de cegueira, vasos sanguíneos anormais se formam sob a mácula – área responsável pela percepção de detalhes. Se não contida, com o tempo o paciente perde toda a visão central. Para a forma seca, que é bem mais comum, alguns tratamentos têm alcançado êxito. Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, é fundamental conhecer os fatores de risco de DMRI não só para evitar a doença, como para adiar o seu avanço e evitar perda de visão.

“Os cinco fatores de risco mais importantes da degeneração macular relacionada à idade são: 1) obesidade; 2) fumo; 3) hipertensão; 4) histórico da doença na família; e 5) ter mais de 50 anos. A DMRI é causada por depósitos de restos celulares que formam as drusas, destroem os fotorreceptores e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina. Como consequência, surgem cicatrizes que comprometem a visão central e a capacidade de distinguir cores. Além desses fatores de risco, a doença está estreitamente associada à exposição aos raios ultravioleta, ingestão de gorduras vegetais em excesso e dietas pobres em frutas, verduras e zinco”, diz Neves.

De acordo com o especialista, pessoas com dois ou mais fatores de risco combinados deveriam fazer check-up oftalmológico pelo menos uma vez ao ano. “Se o indivíduo notar perda rápida de visão ou perceber um aumento de distorção nas imagens, formando ondulações, é necessário investigar a forma úmida de DMRI – que é bem mais agressiva. O exame de fundo de olho faz parte de um primeiro diagnóstico, mas a confirmação depende de exames muito mais específicos, como a retinografia e a angiofluoresceinografia – que utiliza contraste injetável no braço antes de tirar uma série de fotografias da retina com máquina especialmente desenvolvida para essa finalidade.”

Quanto mais cedo o diagnóstico for estabelecido, maiores são as chances de o tratamento ser bem-sucedido. De todo modo, o paciente também pode contribuir no sentido de evitar os fatores de risco, como passar a se alimentar de forma saudável, diminuindo a quantidade de sal ingerido diariamente, parar de fumar, aumentar a prática de exercícios regulares e manter a pressão sanguínea sob controle, ainda que recorra a medicamentos específicos e devidamente prescritos. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 30 milhões de brasileiros sofrem de hipertensão arterial, mas somente 10% deles fazem controle adequado. Como mais da metade da população adulta está acima do peso considerado saudável – sendo que uma em cada cinco pessoas sofre de obesidade – os cuidados com a visão não devem ser negligenciados de forma alguma.

As injeções intravítreas, que em anos recentes começaram a ser utilizadas para tratar a DMRI (Lucentis, Eylia e Macugen), têm se mostrado eficientes, dando mais esperança aos pacientes. “O principal ganho desse tratamento é a interrupção da perda de visão”, diz o médico. “Embora nem todo paciente recupere a visão perdida, só o fato de interromper a progressão da doença e evitar que o paciente fique cego já é extremamente importante. Após dilatar a pupila e anestesiar o local, a injeção é aplicada diretamente no vítreo – camada gelatinosa localizada entre a retina e o cristalino, no fundo do olho. O paciente não sente dor e o procedimento precisa ser repetido em intervalos regulares para que os efeitos sejam duradouros”.






Fonte: Prof. Dr. Renato Neves - médico oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em SP – www.eyecare.com.br


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