Os idosos com mais de 65 anos são os mais
afetados pela hipertensão. Ao todo, 60,9% dessa população que vive nas capitais
brasileiras afirma ter o diagnóstico. Dados do SIM também mostram 388,7
mortes por dia em 2017
Em 2018, 24,7% da
população que vive nas capitais brasileiras afirmaram ter diagnóstico de
hipertensão. Os novos dados Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018) mostram
também que a parcela da sociedade mais afetada é formada por idosos: 60,9% dos
entrevistados com idade acima de 65 anos disseram ser hipertensos, assim como
49,5% na faixa etária de 45 a 54 anos. Essa última edição da pesquisa foi
realizada por telefone com 52.395 pessoas maiores de 18 anos, entre fevereiro e
dezembro do ano passado.
No Dia Mundial da Hipertensão,
celebrado nesta sexta-feira (17), o Ministério da Saúde novamente reforça o
alerta: a prevenção contra essa doença, popularmente conhecida como “pressão
alta”, está diretamente relacionada a hábitos de vida saudável (ver quadro mais
abaixo); ou seja, grande parte dessas mortes é evitável. A redução do
consumo de sódio (principal componente do sal) é um fator preponderante para
ficar livre dessa doença, já que seu consumo excessivo aumenta o risco de risco
de hipertensão e outras doenças do coração.
A pesquisa Vigitel
2018 destaca ainda que as pessoas com menor escolaridade são as mais afetadas.
Do público com menos de oito anos de estudo, 42,5% disse sofrer com a doença;
dos com 9 a 11 de estudo, 19,4%; e 12 ou mais, 14,2%.
As capitais com
maior prevalência são Rio de Janeiro (31,2%), Maceió (27,1%); João Pessoa
(26,6%); e Vitória (25,2%). E as com menores índices: São Luís (15,9%); Porto
Velho (18,0%); Palmas e Boa Vista (18,6%).
Dados preliminares do
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, também
mostram que, em 2017, o Brasil registrou 141.878 mortes devido a hipertensão ou
a causas relacionadas a ela. Esse número revela uma realidade preocupante:
todos os dias 388,7 pessoas se tornam vítimas fatais da doença, o que significa
16,2 óbitos a cada hora. Grande parte dessas mortes é evitável e 37% dessas
mortes são precoces, ou seja, em pessoas com menos de 70 anos de idade.
A hipertensão
arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada pelos níveis
elevados da pressão sanguínea nas artérias. Acontece quando os valores máximo e
mínimo são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9), fazendo com que
o coração exerça um esforço maior do que o normal para fazer a distribuição do
sangue no corpo. A doença é um dos principais fatores de risco para a
ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte, aneurisma arterial e
insuficiência renal e cardíaca. A prevenção está ligada a uma dieta equilibrada
e a realização de atividades físicas.
Sal de cozinha e a hipertensão
Um dos principais
vilões da doença é sódio, principal componente do sal de cozinha. Presente em
alimentos industrializados e adicionado voluntariamente em pratos comuns no dia
a dia, ele potencializa as chances de um indivíduo sofrer com pressão alta. Por
isso, a recomendação é reduzir o consumo excessivo de sal, já que os
brasileiros ingerem atualmente 12 gramas de sódio por dia, mais que o dobro do
máximo sugerido (5g) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Conheça
o Guia Popular para a População Brasileira, publicação do Ministério da Saúde, traz
recomendações para promover a saúde e evitar enfermidades
Desde de 2011, o
Ministério da Saúde possui um acordo com a Associação Brasileira das Indústrias
da Alimentação (ABIA) para reduzir a quantidade de sódio nos alimentos
industrializados. Por meio dessa ação, até 2017, 17 mil toneladas de sódio
foram retiradas de 30 tipos de produtos alimentícios.
A maior redução foi
observada nos temperos, com queda de 16,35% seguida pela margarina com 7,12%.
Outras categoriais também registram queda: cereais matinais (5,2%), caldos e
cubos em pó (4,9%), temperos em pasta (1,77%), tempero para arroz (6,03%).
Caldos líquidos e em gel é a única categoria que teve aumento na concentração
de sódio (8,84%).
Atualmente, há um
outro acordo vigente com a ABIA que tem por meta, até 2020, retirar,
voluntariamente, 28,5 mil toneladas de sódio dos alimentos industrializados. A
primeira fase tem como foco pães, bisnaguinhas e massas instantâneas.
Ingrid Castilho
Agência Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário