49% dos fumantes brasileiros planejam deixar de fumar nos
próximos 6 meses, maior índice entre todos os países pesquisados
Os fumantes
brasileiros estão altamente motivados para deixarem de fumar e apoiam
fortemente novas ações governamentais para a cessação do tabagismo, de acordo
com o Projeto ITC Brasil, pesquisa que mede o impacto psicossocial e
comportamental de políticas para o controle do tabaco. Os resultados do estudo
foram divulgados no Congresso INCA 80 Anos.
O Brasil tem a
maior porcentagem (49%) de fumantes que planejam deixar de fumar nos próximos 6
meses nos 25 países pesquisados (em três países esta pergunta não foi feita). O
índice é bastante elevado, principalmente se comparado a de países
desenvolvidos com programas estruturados de controle do tabaco, como EUA
(índice de 37%), França (34%), Inglaterra (33%) e Alemanha (apenas 10%).
A pesquisa
indica que os fumantes e não fumantes apoiam a criação de novas ações
governamentais para a cessação do tabagismo. Existe um forte apoio até mesmo
para uma proibição total da comercialização dos produtos de tabaco – algo que
não está em pauta, mas demonstra a aprovação da atuação do Estado no controle
do tabagismo. O Projeto ITC perguntou a todos os entrevistados se eles apoiam
ou se opõem a uma proibição total de produtos de tabaco nos próximos 10 anos,
dado que o governo forneceria tratamento para ajudar fumantes a deixarem de
fumar. Os resultados mostram que 68% dos fumantes e 77% dos não fumantes
pesquisados "apoiam" ou "apoiam fortemente" essa proibição.
Fumantes e não
fumantes apoiam fortemente duas políticas-chave para reduzir publicidade e
promoção de produtos de tabaco: a proibição de exibição de produtos de tabaco
nos pontos de venda e a padronização de todas as embalagens de cigarros.
Aproximadamente três quartos dos fumantes (72%) apoiam a proibição de displays
de cigarros dentro de lojas e quase metade (49%) apoiam embalagens
padronizadas. O apoio é ainda maior entre os não fumantes: 86% apoiam a
proibição de displays de cigarros dentro de lojas e 56% apoiam embalagens
padronizadas.
“Houve uma
mudança na aceitação social do ato de fumar, que era bem-visto e amplamente
estimulado no Brasil entre as décadas de 70 a 90. Essa mudança é fruto de um
longo trabalho desenvolvido pelo INCA e Ministério da Saúde, em parceria com
secretarias de Saúde e sociedade civil,” analisa Tânia Cavalcante,
secretária-executiva da Conicq/INCA. “Nosso desafio é o de ampliar o acesso
desses fumantes ao tratamento para deixar de fumar, que é uma das intervenções
médicas mais custo efetivas.”
A pesquisa
perguntou aos fumantes e ex-fumantes quais as razões que os levaram a pensar em
deixar de fumar nos últimos 6 meses ou os levaram a parar. As razões mais
comuns para pensar em deixar de fumar "muito" entre fumantes e
ex-fumantes eram preocupações com a própria saúde (68% dos fumantes, 89% dos
ex-fumantes); dar exemplo para crianças (66% dos fumantes, 63% dos
ex-fumantes); e preocupações sobre os danos causados pelo tabagismo passivo em
não fumantes (51% dos fumantes e 60% dos ex-fumantes). O preço dos cigarros foi
o motivo na metade dos entrevistados (50% dos fumantes e ex-fumantes).
Sobre o ITC
O Projeto
Internacional de Avaliação das Políticas de Controle do Tabaco (Projeto ITC)
foi desenhado para medir o impacto das políticas da Convenção Quadro para o
Controle do Tabaco da OMS (CQCT), o grande tratado público mundial em resposta
à epidemia do tabaco, ratificado pelo Brasil em 2005. Esta é a terceira edição
do Projeto ITC no Brasil – a primeira foi em 2009 e a segunda em 2013. Além do
Brasil, a edição 2017 englobou outros 27 países, onde residem dois terços dos
fumantes no mundo. No Brasil, a pesquisa ouviu 1.358 fumantes e 470 não
fumantes.
O projeto ITC
do Brasil é coordenado pelo INCA em associação com a Universidade de Waterloo,
do Canadá, e em parceria com a Fundação do Câncer, CETAB/Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), Aliança de Controle do Tabaco (ACTbr) e Secretaria Nacional da
Política sobre Drogas (SENAD).
Congresso
INCA 80 Anos
O INCA apresentou
as informações inéditas do ITC Brasil durante o Congresso INCA 80 Anos,
encontro médico e científico que marca o aniversário de fundação do Instituto.
O Congresso, realizado nesta sexta-feira e sábado (29 e 30 de setembro) no Rio Othon Palace, em Copacabana, conta com a
participação de cerca de 700 pessoas por dia, 300 palestrantes, 30 convidados
internacionais, 157 palestras e 32 mesas-redondas.
INCA
precisa de doações de sangue
O Banco de
Sangue do INCA precisa de doações para suprimir a demanda gerada pelo grande
número de cirurgias realizadas na instituição.
“É muito
importante ter estoque de sangue e plaquetas para que o tratamento dos
pacientes prossiga e que a possibilidade de uma transfusão seja assegurada”,
afirma Iara Motta, chefe do Serviço de Hemoterapia do INCA.
Doar sangue é
seguro. Qualquer pessoa em boas condições de saúde, entre 16 e 69 anos e
pesando mais de 50kg pode doar sangue. Não é necessário estar em jejum, mas é
importante evitar alimentos gordurosos três horas antes da doação. Pessoas com
febre, gripe ou resfriado não podem doar temporariamente, assim como as
grávidas e as mulheres no pós-parto. Os doadores devem apresentar documento
oficial com foto e os menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal
dos responsáveis.
O Banco de
sangue do INCA está localizado na Praça Cruz Vermelha, 23, Centro do Rio e
funciona de segunda a sexta-feira: das 7h30 às 14h30. Aos sábados o horário de
atendimento vai das 8h às 12h.
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