sábado, 26 de agosto de 2017

Nicotina chega ao cérebro mais rápido que a cocaína



Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta sobre os riscos do tabagismo
 
Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data, instituída em 1986, foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população sobre os riscos decorrentes do uso do cigarro. “Diariamente, no mundo, cerca de 16 mil pessoas morrem devido ao tabagismo. E mais 8 milhões de indivíduos irão a óbito até 2018 se o número de fumantes continuar o mesmo”, alerta o médico Marcos Chesi, cirurgião torácico do Hospital VITA.

O cigarro é responsável por uma série de problemas de saúde e é fator determinante das duas maiores causas de morte por doença em todo o mundo: problemas cardiovasculares e câncer. Estudos apontam que existem 56 doenças relacionadas ao tabagismo. Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão, 30% dos demais tipos de câncer, 85% das doenças pulmonares obstrutivas crônicas, 45% das doenças coronarianas e 25% das doenças cérebros-vasculares são atribuídas ao hábito.

O tabagismo é uma doença e segundo a OMS é classificada como dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco: cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé. A substância provoca dependência e chega ao cérebro mais rápido que a cocaína, entre 7 e 19 segundos, liberando substâncias químicas para a corrente sanguínea que levam a uma sensação de prazer e bem-estar. “Essa sensação faz com que os fumantes usem o cigarro várias vezes ao dia. Por sentir prazer, a pessoa busca o cigarro em situações de estresse para relaxar”, explica o médico.

Em cada tragada são inaladas 4.700 substâncias tóxicas, dentre elas, além da nicotina, destacam-se o monóxido de carbono e o alcatrão. O monóxido de carbono (CO) - o mesmo que sai do cano de escapamento dos carros - associado à hemoglobina do sangue (responsável pelo transporte de oxigênio) acaba reduzindo a oxigenação sanguínea no corpo. “É por causa da ação do CO que alguns fumantes ficam com dores de cabeça após passar várias horas longe do cigarro”, destaca Chesi. O médico explica que nesse período de abstinência o nível de oxigênio circulando pelo corpo volta ao normal e o organismo da pessoa, que não está mais acostumado a esse “excesso”, reage por meio das dores de cabeça. Já o alcatrão reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.

Curitiba - É a capital com maior índice de adultos fumantes no Brasil. O dado foi divulgado em pesquisa realizada pelo Vigitel, sistema de vigilância por inquérito telefônico do Ministério da Saúde que investiga hábitos de vida e fatores de risco de doenças crônicas. De acordo com o levantamento, 14% da população que vive na cidade (cerca de 265.160 pessoas) tem o hábito do tabagismo. Na análise anterior, feita em 2015, a capital paranaense ocupava a quarta colocação no ranking nacional. Agora está a frente de Porto Alegre (13,6%) e São Paulo (13,2%).

Tratamento - Atualmente há métodos específicos e eficazes para tratar o tabagismo, como medicamentos, adesivos e chicletes que contêm nicotina. O tratamento medicamentoso consiste na diminuição dos sintomas de abstinência, os adesivos fazem a liberação lenta de nicotina e concomitantemente o paciente pode mascar e absorver a nicotina liberada.




Cristina Sório
Fonte: Smartcom



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