Acidentes acontecem, mas grande parte da
população não sabe o que fazer em caso de traumas mais graves; entenda algumas
diferenças e saiba como agir
Corte
superficial na mão, queimadura leve nos dedos, entre outros acidentes do tipo
podem ser classificados da mesma forma como os traumas causados por uma queda
de três andares de um prédio, acidentes de carro ou atropelamento? Certamente não,
segundo Dr. Renato Poggetti, cirurgião especialista em trauma e
coordenador do Centro de Trauma do Hospital 9 de Julho.
As
causas de traumas, porém, são as mais variadas e podem ir de acidentes de
trabalho até quedas em casa, algo muito comum em idosos. “No Centro de Trauma,
nem sempre podemos contar com o relato do paciente, já que muitas vezes ele
chega inconsciente no hospital”, explica o Dr. Poggetti.
Por
conta da necessidade de atender à um grande volume de casos direcionados ao
pronto-socorro, alguns hospitais contam com uma equipe especializada em
traumas. O H9J, por exemplo, foi o primeiro hospital particular a ter um Centro
de Trauma que atende à até 60 pacientes por mês com casos que variam
de traumas penetrantes (arma de fogo, arma branca, estiletes e lesões
abertas) até trauma contuso (acidentes de trânsito, trabalho, quedas,
queimaduras, agressões sem arma).
A
situação em que o trauma ocorreu sempre é um fator importante para apoiar o
diagnóstico e definir o tratamento. “A equipe de atendimento pré-hospitalar
costuma nos dar informações valiosas sobre como estava a situação quando
chegaram ao local da ocorrência” explica o Dr Poggetti.
O
atendimento inicial pode salvar vidas
Enquanto
que no atendimento da maioria das emergências os profissionais da saúde
utilizam a história, o exame físico e os exames complementares para definir o
tratamento do doente, o atendimento do traumatizado deve ser feito de maneira a
identificar e tratar imediatamente as lesões que colocam em risco a vida do
doente. Assim as prioridades são a abordagem das vias aéreas seguida do
controle da respiração, da circulação e por fim da disfunção neurológica. “No
trauma é assim, nós não podemos nos guiar só pelos sintomas, mas identificar e
tratar imediatamente as lesões de maior gravidade segundo as prioridades”,
ratifica Dr Poggetti.
A
maioria dos traumatizados são jovens com idade entre 12 e 55 anos. Pacientes
com idade inferior a 12 anos e superior a 55 anos merecem atenção com
atendimento que leve em conta as peculiaridades específicas dos extremos de
idade que são as crianças e os idosos. As crianças possuem parâmetros
fisiológicos específicas e os idosos possuem doenças crônicas e frequentemente
utilizam medicações que interferem muito na evolução do tratamento.
Caso
o trauma não seja tratado de forma adequada e no momento correto, as sequelas
podem ser maiores e irreversíveis como danos neurológicos, amputações etc. Por
isso, é de extrema importância procurar um atendimento especializado sempre que
for possível. “O mais importante do tratamento é o tempo. Buscar um hospital
com equipe de trauma rapidamente pode aumentar consideravelmente as chances de
sobrevivência com menos sequelas”, finaliza o Dr Renato Poggetti.
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