sexta-feira, 10 de março de 2017

Similaridades entre as Mulheres Nazistas e as Mulheres dos Dias Atuais




Deus criou a mulher e ela mesma se recriou. É inevitável não constatar as muitas faces e contornos que a mulher assumiu durante a História. É impressionante sua facilidade de adaptação.

De musa inspiradora a lutadora em causas sociais e políticas. 
Surpreendentemente, mulheres pertencentes ao mesmo universo são incrivelmente diferentes!

A minha atenção, voltou-se, principalmente, para as muitas mulheres "criadas" durante o período Nazista. Mulheres que para se tornarem parte ativa do processo político, sofreram profundas mutações. 

O que ficou claro, para mim, é que o hitlerismo, assim como qualquer condição política nociva é uma escolha perversa e não um destino imposto.  O processo de libertação está naquilo que a mulher acredita e deseja. O poder feminino é inimaginável. 

Quando escrevi "O Perfume das Tulipas", depois de nove anos de intensas pesquisas sobre este período, me transportei para esse mundo tão instigante. A descoberta maior, foi, que as mulheres do nazismo, tem muita semelhança as mulheres de hoje, dos dias atuais. O mesmo número de opções e algumas escolhas perturbadoras.

A ambição em ter uma vida profissional longe das tarefas domésticas, por exemplo, levou as mulheres arianas à uma libertação inédita até então.

Aquelas garotas da cidade ou do campo que se viam condenadas à atividades tradicionais, puderam desempenhar papéis importantes e serem reconhecidas.
Eram jovens hipnotizadas pelo glamour das fardas usadas pelos oficiais do Reich  e do frenezi dos desfiles e comícios, muito comuns na época.

Um verdadeiro delírio coletivo de fãs como as que vimos hoje em um show de rock.

As adolescentes que atiravam com rifle no treinamento paramilitar eram as mesmas mulheres que não questionavam salários inferiores aos dos homens nas repartições do Reich.  

A beleza feminina estava na dieta saudável e no corpo atlético. Questões bem atuais, não é mesmo?

É evidente o grau de fanatismo daquela época.

Tudo que emanava do poder supremo e da política nazista era assimilado e praticado, sem questionamentos.

Algo bem similar à conduta de muitas religiões e seus seguidores.

O passaporte para a liberdade era a filiação ao Partido. A partir de então, as jovens nazistas  colocavam-se à disposição. O que elas buscavam era prestígio e status, era o desejo ilimitado de serem admiradas a qualquer custo.

Exatamente como acontece hoje nas redes sociais.

As Escolas para Noivas eram mais uma das coisas absurdas, fúteis e sem sentido que existiam durante o Nazismo e as meninas tinham loucura para conseguir uma vaga nestas escolas. Convém mencionar que a atuação da mulher dentro do lar era considerada de extrema importância e grande valia.

As escolas tinham como objetivo formar moças para se tornarem esposas perfeitas para oficiais da SS.

As moças deveriam ter boa aparência física e mental, desempenharem funções ligadas ao bom funcionamento da casa (limpeza, organização, economia doméstica e culinária) e principalmente gerar muitos filhos arianos, o que lhes rendiam prêmios, congratulações e títulos.

As agressões domésticas eram devidamente camufladas e justificadas exatamente, como hoje. " Ele estava alcoolizado" "O trabalho o tem  deixado muito nervoso".

Nessa busca pela conquista da independência profissional, quatro grandes grupos de Mulheres se destacaram. O das Professoras, que tinha como missão doutrinar crianças à supremacia racial e ao reconhecimento de seres sub- humanos, principalmente os judeus.

Hoje ainda presenciamos cenas de bullying nas escolas.

O segundo grupo formado pelas secretárias, desempenhava um papel importante na parte burocrática dos escritórios do Reich. Elas participavam ativamente das operações sigilosas e comprometedoras de seus superiores através de documentos.

Tudo indica que esse grupo continua ativo na nossa realidade política brasileira.
O terceiro grupo é considerado o que atuou diretamente no genocídio e era formado pelas enfermeiras. Esse grupo foi responsável pelas injeções letais em deficientes, pela condução de milhões de prisioneiras às câmeras de gás e a participação em experiências médicas.

A semelhança dessas profissionais da época com o nosso atual sistema de saúde, é que a mortalidade é grande, consciente ou não!

O último grupo é o mais repulsivo. Eram os das Mulheres que tinham fascinação pela tortura e pela crueldade. Sua brutalidade era igual ou maior que a dos homens. Misteriosamente, muitas delas eram mães. Mães que exterminavam outras mães com seus filhos. Em doses excessivas de sadismo, essas mulheres agiam dentro de uma legitimidade insana.

A mesma legitimidade que grupos extremistas adotam para recrutarem mulheres. Pelo visto existe uma linha tênue entre o bom senso e a insanidade.
Vale a pena uma reflexão!







Maura Palumbo - Escritora, Pesquisadora e Palestrante sobre 2ª Guerra Mundial. Autora de O Perfume das Tulipas, Romance histórico ambientado na Alemanha nazista que conta a história de uma família judia e uma família ariana. Maura mescla fatos históricos com ficção, numa trama envolvente e cheia de reviravoltas.
Atualmente escreve a continuação de O Perfume das Tulipas e uma Biografia de um sobrevivente de Auschwitz.
Site e Blog: www.maurapalumbo.com


 

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