
Segundo a OMS, um terço das pessoas acima de 65
anos e metade dos que possuem acima de 75 anos possuem deficiência auditiva. A
Direito de Ouvir, rede de clinicas especializada em reabilitação auditiva,
mostra alguns passos para chegar à velhice ouvindo bem
Atualmente o Brasil contabiliza quase 3,5 milhões
de pessoas com mais de 80 anos e, de acordo com o IBGE, o número de idosos com
80 anos ou mais pode ultrapassar mais de 19 milhões em 2060. Uma realidade
nesta fase da vida é que as funções motoras, cognitivas, a visão e a audição
não são mais as mesmas, por isso é muito comum idosos serem acometidos por
perda de auditiva, conhecida como presbiacusia.
Apesar de a perda auditiva ser uma consequência
natural do envelhecimento, quem sofre com a doença pode desenvolver a depressão
e o isolamento social. A professora de canto e piano, Marilene Machado, 79
anos, perdeu parte da audição depois de uma pneumonia. “Não conseguia ouvir os
CDs de música clássica e era difícil saber, por exemplo, se o aluno estava
afinado”, conta. Com o problema, Marilene foi pega pelo desânimo e deixou de
sair de casa.
Depois de anos, ela buscou tratamento e hoje usa um
aparelho auditivo com recursos para adaptar a audição. “ Agora ganhei de volta
o prazer de tocar e de retomar o convívio com meus amigos. Vou à festas, saraus
e não me isolo mais”, finaliza.
Já o aposentado Jobson Costa, 81 anos, demorou para
admitir que tinha problemas de audição. “ Passei muito tempo deixando de lado o
problema por preconceito mesmo. Cheguei até a ir ao teatro, via as pessoas
dando risada e tinha que pedir pra alguém explicar a piada porque não tinha
escutado nada. Buzina de carro então....não ouvia de jeito nenhum”, relata.
Atualmente Jobson usa um aparelho auditivo e diz
estar preparado pra viver pelo menos mais dez anos com ele. “ Isso mudou a
minha vida, ouvir bem não tem preço”.
Para toda vida
Assim como todo ano é necessário fazer o check-up
do coração ou ir ao ginecologista, a fonoaudióloga Andrea afirma que o mesmo
vale para o exame de audiometria, que avalia como está a audição. Este hábito
deve ser anual a partir dos 60 anos. “Se a pessoa já tiver casos de surdez na
família, esse controle deve ser feito a cada seis meses”, afirma.
De acordo com a especialista, fazer atividade
física e comer bem são hábitos importantes na manutenção da saúde auditiva ao
longo do tempo. “Estudos conduzidos em países
desenvolvidos mostram taxas de proteção contra perda auditiva em populações que
fazem uma maior ingestão de peixe, ácidos graxos de cadeia longa, ácido fólico,
betacaroteno e vitaminas A, E e C”, explica.
E os hábitos que fazem mal?
A perda auditiva é algo natural na velhice, mas
apostar em alguns hábitos saudáveis é importante para protelar o problema ou
mesmo evitá-lo:
Cutucar o ouvido – “ É muito
comum as pessoas cutucarem o ouvido com objetos pontiagudos, como grampos e
tampas de caneta para aliviar aquela coceirinha”, conta a fonoaudióloga.
Segundo ela, o ato pode causar danos ao conduto auditivo e até mesmo romper a
membrana timpânica.
Música alta - Segundo Andrea, o volume alto do
fone de ouvido ou até mesmo no carro ou em casa pode afetar as células
auditivas de maneira irreversível. A principal orientação é: Reduzir o volume!
Utilize apenas a metade do volume máximo e a cada hora de uso, faça pausas para
descansar a audição.
Direito
de Ouvir
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