Quem nunca teve problemas na infância? Quem nunca
sofreu na adolescência? O nosso cérebro está preparado para prestar atenção em
cada detalhe onde estamos inseridos, nos nossos primeiros anos de vida, e se
ajustar ao meio que nos cerca a fim de suportarmos o peso emocional que
encontramos até chegar à idade adulta.
Mesmo se você não teve uma infância difícil, a vida
ainda assim apresentou desafios pelos quais os seus sabotadores foram
inicialmente desenvolvidos. Por exemplo, teve pais amorosos, mas tinha medo da
sua mãe ficar doente e não saber se ela iria voltar do hospital. Ou teve um
irmão que parecia ser o preferido dos seus pais. Podem ter havido momentos que
fracassou publicamente, foi rejeitada ou traída.
“Com esses acontecimentos prometeu a si mesma - talvez
até de maneira inconsciente - que se protegeria melhor para que essas coisas
não acontecessem novamente. Seus sabotadores eram então amigos que te ajudavam
a manter a sua promessa interior. Os sabotadores são um fenômeno universal. O
fato de não estar ciente deles não significa que eles não existam. Se acha que
não tem nenhum sabotador está correndo um risco muito maior, pois os seus
sabotadores estão se escondendo bem”, explica a coach Cintia Souza.
Formação do sabotador
A formação do sabotador é um processo normal e é o
primeiro estágio em nosso desenvolvimento mental quando formulamos estratégias
de sobrevivência. Nem os melhores pais e nem a melhor criação pode nos salvar
desse drama mental. Segundo a coach, a formação dos sabotadores basicamente
começa a fazer sentido depois que a pessoa entende e percebe o objetivo
principal dos primeiros 20 anos de vida: sobreviver emocionalmente nas
transições entre infância, adolescência e o período adulto.
Os sabotadores aparecem na infância. O problema é
chegar na adolescência com os mesmos problemas anteriores. Caso tenha
desenvolvido um perfil controlador e essa característica ajudava a ser uma
criança que sempre guiava as brincadeiras e na adolescência determinava como
seriam os trabalhos de grupo no colégio, na fase adulta esse agente sabotador
vai permanecer. E isso vai ser traduzido da seguinte forma: uma pessoa
controladora. Tal fato, gera um ser humano impaciente, estressado ou até mesmo
uma pessoa solitária, por ninguém aguentar o modo autoritário.
Como enfraquecer os sabotadores?
O ponto principal é não lutar contra os sabotadores. A
estratégia mais eficaz para enfraquecê-los é ter clareza e consciência que existem,
e para conhecê-los é necessário um processo interno de autoconhecimento com
profissional especializado – terapeuta, psicólogo, coach e practitioner PNL.
“Se estiver em uma reunião de negócios e perceber que seu sabotador controlador
irá entrar em ação, tome consciência, observe e pense. A Dona Sargenta está
insistindo em afirmar que só vai dar certo se fizer do jeito dela. Fazendo isso
mentalmente quase não vai gastar tempo e esforço”, revela a coach.
Outra estratégia é fortalecer o seu lado sábio, também
com profissional especializado – psicólogo, coach e practitioner PNL - em
processo de autoconhecimento. Explorar esse lado envolve aceitar o fato ao
invés de negar, rejeitar ou se ressentir. O lado sábio aceita todos os
resultados e circunstâncias como oportunidades.
“Imagine se colocasse um gesso no seu braço quebrado
aos quatro anos para protegê-lo de outros ferimentos e depois nunca mais
tirasse? Por mais estranho e bizarro que isso possa parecer não é muito
distante do que realmente acontece a nós mental e emocionalmente com os
sabotadores. Os sabotadores eram os gessos iniciais que nos protegiam, mas se
não removê-los na idade adulta limita nossa liberdade mental e emocional”, salienta
Cintia Souza.
Ao chegarmos à fase adulta, deveríamos abandonar as
estratégias dos sabotadores da infância em favor de outros mais maduros que
fossem mais adequados e menos vulneráveis. No caso de seguir com o sabotador
crítico, ao cometer um erro no trabalho o seu crítico cai em cima e você fica
com um sentimento de culpa, raiva ou remorso. Terá pago alto preço emocional e
mais: o sofrimento intenso aumenta a probabilidade de cometer outros erros
enquanto se concentra em não repetir a falha anterior.
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