Em São Paulo, a umidade
relativa do ar chegou a ficar em torno de 48% esta semana, o que é preocupante,
já que a OMS considera valores abaixo de 60% inadequados para a saúde. Segundo
cardiologista do HCor este cenário demanda cuidados também com o coração.
Afinal, o ar seco dificulta a dispersão de poluentes que, quando inalados,
causam, entre outros males, elevações significativas na pressão arterial
Esta semana, as medições meteorológicas
apontaram que a umidade relativa do ar, na cidade de São Paulo, chegou a ficar
em torno de 48%. O número é preocupante, já que a Organização Mundial de Saúde
(OMS) considera valores abaixo de 60% inadequados para a saúde. “Com a
diminuição das chuvas nos últimos anos, o ar na capital tem se tornado cada vez
mais seco. Isso dificulta ainda mais a dispersão dos poluentes produzidos pelo
crescente número de automóveis na cidade e pode comprometer a saúde da
população”, explica o cardiologista do HCor - Hospital do Coração, Dr. Abrão
Cury, autor de estudos sobre os malefícios da poluição.
Segundo o Dr. Abrão, a poluição atmosférica concentrada pelo tempo seco
contribui com o aumento da quantidade de substâncias como monóxido de carbono,
dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e também dos chamados particulados –
como partículas de chumbo e de diversos outros elementos prejudiciais à saúde –
que absorvemos durante a respiração por causa dos carros. ”Isso potencializa
não só a ocorrência de doenças respiratórias, mas também os riscos para o
coração”, diz o cardiologista do HCor.
Segundo o Dr. Cury, isso acontece
porque, quando inalamos todos esses poluentes, sofremos uma elevação
significativa na pressão arterial. Além de aumentar a propensão a derrames e
infartos do miocárdio, entre pessoas cardiopatas ou com tendência a
cardiopatias, esse tipo de problema ocasiona também o aumento de coágulos no
sangue, tromboses, aumento na propensão a arritmias cardíacas, vasoconstricção
aguda das artérias, reações inflamatórias em diferentes partes do corpo, além
do desenvolvimento de aterosclerose crônica. “Hipertensos e idosos são sempre
os mais afetados. Tanto que em períodos de maior concentração de poluentes no
ar, como no inverno, o atendimento a pacientes com hipertensão triplica”,
revela o Dr. Cury.
O cardiologista acrescenta que os
poluentes emitidos pelos automóveis também podem alterar o endotélio das artérias – que é a
camada de revestimento interno destes vasos –, o que afeta ainda mais a saúde
cardíaca. “Já é possível associar as substâncias liberadas pelo escapamento dos
automóveis com o aumento dos casos de hipertensão arterial registrados no
Brasil”, afirma o cardiologista do HCor. “Vale lembrar que a doença já afeta de
30% a 35% da população brasileira e é um dos principais fatores de risco para a
ocorrência de infartos e AVCs no país”, alerta.
Cuidados com o coração
Nestes dias de tempo de seco, confira
algumas dicas do Dr. Abrão Cury para cuidar da saúde do coração:
. Procure evitar locais e horários onde
se pode encontrar maior quantidade de poluentes no ar, como os engarrafamentos,
por exemplo.
. Evite correr, andar de bicicleta ou
caminhar perto de vias congestionadas ou com muito trânsito.
. Sempre que possível, visite locais
mais distantes das grandes cidades, onde o ar é menos poluído.
. Feche as janelas para proteger o
ambiente da poluição.
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