quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Viagem dos sonhos sem aperto: especialista dá dicas para o planejamento das férias

Saiba a melhor época para compra de passagens e como aproveitar as milhas, além de conhecer os destinos mais econômicos.

 

Não existe mais um "número mágico" para comprar aéreo, mas o planejamento se tornou o fator crucial para economizar. É o que aponta o professor Rodrigo Borsatto Sommer da Silva, coordenador do curso de Gestão em Turismo, da UNIASSELVI, que desmistificou o processo de compra de passagens, comenta sobre os destinos de baixa temporada que rendem economia, como aproveitar as milhas e quais os pontos de atenção em relação ao orçamento para quem optar por um destino fora do país.


A “janela de ouro” para comprar passagens

Com base em estudos de grandes plataformas de viagem, Borsatto afirma que a tendência atual não é mais sobre o dia da semana, mas sim sobre uma "janela de ouro" de antecedência.

No caso dos voos domésticos, "a recomendação prática, para o brasileiro médio, é tentar não deixar para menos de 30 dias. O ideal é buscar algo entre 30 e 60 dias de antecedência," explica o especialista, alinhando-se a relatórios que apontam um "ponto ótimo" em torno de 42 a 45 dias. Em alta temporada, a antecipação pode chegar a 60 dias.

Já para os voos internacionais, o docente aponta que a janela é maior. “O ideal é monitorar preços com 6 a 8 meses, mas comprar na faixa de 2 a 5 meses antes da viagem”. Segundo o especialista, o período entre 60 e 150 dias é onde surgem as oportunidades mais interessantes, devendo ser antecipado em épocas de altíssima temporada, como Réveillon e o mês de julho.


Economia na baixa temporada

A baixa temporada, caracterizada pela menor demanda turística, oferece a combinação ideal de preços mais baixos, menos filas e melhor qualidade de experiência. Os períodos mais favoráveis são de março a junho e de agosto a novembro.

O professor cita que, no Brasil, capitais do nordeste, como João Pessoa, Maceió e Salvador, além de Foz do Iguaçu, no sul, e cidades históricas de Minas e regiões serranas (Gramado/Canela) são excelentes opções fora dos picos.

“No exterior, a Europa é o caso clássico”, segundo Borsatto. Por isso, meses de novembro a março, com exceção de feriados, e as meias estações podem gerar economia de até 40% em comparação ao verão. De acordo com o docente, “cidades como Lisboa, Madri e Roma mantêm a estrutura turística, mas com preços mais amigáveis. Na América do Sul, Buenos Aires e Santiago oferecem ótimo custo-benefício na primavera e outono”.


Saiba como acumular e aproveitar as milhas

Para aproveitar os programas de fidelidade, a palavra-chave é disciplina. O professor Rodrigo Borsatto, lista as estratégias mais eficientes. “O primeiro ponto é concentrar gastos em um único cartão e em poucos programas, em vez de pulverizar. Quanto mais centralizado, mais rápido o acúmulo de pontos, sempre pagando a fatura integral e em dia, porque quaisquer juros anula o benefício das milhas”, explica.

O segundo é ficar atento às promoções de transferência bonificada. “Bancos e parceiros oferecem bônus de 40%, 60% ou até mais para transferir pontos do cartão para programas de milhagem de companhias aéreas. A estratégia mais eficiente é manter os pontos no banco (onde, em geral, eles têm validade maior) e só transferir quando houver uma promoção de bônus e você já tiver uma ideia de rota ou período em mente”, destaca o especialista.

Borsatto alerta sobre um erro comum: transferir pontos sem planejamento e deixá-los parados até vencer. “Para evitar isso, é importante acompanhar a data de expiração e, se perceber que a validade está se aproximando, avaliar um resgate útil (passagens, upgrades ou até produtos) em vez de perder tudo”.

Ele lembra que milhas são um “ativo que se desvaloriza”. Segundo o professor, “tabelas mudam, promoções variam, e a inflação de pontos é real. Acumular é bom, mas acumular eternamente não é uma boa estratégia”.


Dicas para blindar orçamento

Pensando em viagens futuras com câmbio instável, caso do dólar e euro, o especialista recomenda trabalhar com cenários e margem de segurança para imprevistos.

Para viagens internacionais, “simule o orçamento usando um câmbio 10% a 15% acima da cotação atual”. Além disso, ele sugere uma reserva de segurança de 20% a 30% sobre o total da viagem é prudente para absorver volatilidade cambial e imprevistos. Para viagens nacionais, 10% a 20% é suficiente.

Borsatto também alerta alerta para os custos frequentemente subestimados, como vistos e taxas consulares, renovação de passaporte, vacinas/certificados, seguro-viagem obrigatório, taxas de bagagem despachada, sobretaxas de resort/turismo, e custos de conectividade (roaming, eSIMs). "Se o viajante colocar todos esses itens na planilha desde o início, a chance de o orçamento ‘dobrar’ no susto diminui muito", finaliza.

 

UNIASSELVI

 

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