sábado, 6 de dezembro de 2025

Pimenta-do-reino: a especiaria de ouro do Brasil que conquista o mundo e a gastronomia

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Do Pará ao Espírito Santo, a produção do tempero movimenta milhões e consolida o país como potência global, enquanto marcas como a Temperatta fortalecem o mercado interno com qualidade e inovação

 

A pimenta-do-reino, grão modesto que já foi usado como moeda e motivo de grandes navegações, hoje é um dos produtos que coloca o Brasil no mapa global do agronegócio. O país se consolidou como o segundo maior produtor e exportador mundial da especiaria, atrás apenas do Vietnã. 

O país se consolidou como o segundo maior produtor e exportador mundial da especiaria, atrás apenas do Vietnã. Segundo dados do IBGE, a produção brasileira da especiaria atingiu a marca de mais 126 mil toneladas em 2023 e, em 2024, apresentou uma pequena redução, chegando a quase 125 mil toneladas. 

Com um valor de produção que superou R$ 3,6 milhões no ano passado, de acordo com o IBGE, as exportações de 62,6 mil toneladas de pimenta-do-reino geraram uma receita de US$ 285,9 milhões em 2024, conforme indicadores do sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura. Diante deste cenário, a pimenta-do-reino brasileira mostra que tem potencial para fortalecer e multiplicar as oportunidades de negócios brasileiros, dentro e fora do país. 

A liderança dessa produção concentra-se principalmente no Espírito Santo - responsável por cerca de 60% da safra nacional - e no Pará. Juntos, os dois estados respondem por mais de 91% de toda a pimenta-do-reino produzida no Brasil. No entanto, outros estados vêm ganhando espaço, como Minas Gerais que, em 2024, registrou uma área plantada de 341 hectares, com um valor de produção estimado em R$ 8,88 milhões, de acordo com dados do IBGE, divulgados pelo site Agro Sustentar. 

 

Mercado em expansão

Enquanto a maior parte da produção brasileira é exportada para mercados exigentes como Alemanha, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, o mercado doméstico apresenta um campo fértil e em crescimento para marcas nacionais. É nesse cenário que empresas como a Temperatta constroem sua trajetória de sucesso. "O Brasil domina a exportação, mas há um potencial enorme a ser explorado dentro do nosso próprio país. Hoje, fabricamos mais de 5 toneladas de produtos por mês, beneficiados com pimenta-do-reino, que são as misturas, os blends, os molhos, entre outros", afirma Fernando Hott, CEO da Temperatta. 

Com um mercado global de temperos e especiarias projetado para saltar de US$ 20,92 bilhões em 2025 para US$ 26,93 bilhões até 2030, segundo a consultoria Mordor Intelligence, o futuro é promissor. O Brasil, com sua produção robusta e competitiva, e empresas como a Temperatta, que apostam na qualidade e no mercado interno, estão bem posicionados para temperar não apenas pratos, mas toda uma economia. “O consumidor brasileiro está cada vez mais exigente e conhecedor das especiarias. Nossa missão é oferecer um produto de altíssima qualidade, acessível e que valorize a produção nacional", completa Fernando Hott.

 

Carro-chefe da Temperatta

A marca, que tem a pimenta-do-reino como seu carro-chefe, que é distribuída para redes varejistas e atacadistas em Minas Gerais e outros estados, consolidando a marca como uma referência regional no segmento. 

A origem da matéria-prima é um dos pilares da qualidade. "Nosso produto é selecionado de fornecedores certificados nacionais, provenientes principalmente do Pará e do Espírito Santo, regiões reconhecidas mundialmente pela excelência dos grãos. Todo o processo, do recebimento ao envase, passa por um rigoroso controle para garantir pureza, sabor e aroma", explica Jéssica Carvalho, responsável técnica da Temperatta. 

Além de ser comercializada pura, nas versões moída e em grãos, a especiaria é a alma de várias misturas da marca. Para esses blends, utilizamos cerca de 20 toneladas anuais da especiaria. "A pimenta-do-reino está presente em blends como nosso Lemon Pepper, Sal de Parrilha para Churrasco, Chimichurri Especial e molhos. Ela é uma base essencial para realçar o sabor e o aroma característico das nossas formulações", complementa Jéssica.

 

Curiosidades: da História ao sabor e à saúde

Mas, afinal, por que pimenta-do-reino? A expressão remonta ao período colonial, quando a especiaria, originária da Índia, era uma mercadoria tão valiosa que sua comercialização era controlada e monopolizada pela Coroa Portuguesa, sendo, portanto, a "pimenta do reino". 

Na gastronomia, sua versatilidade é incomparável. É um tempero onipresente, que combina com praticamente tudo: de carnes, sopas e saladas a ovos. Surpreendentemente, também é uma excelente companheira para doces, como chocolate, mamão e manga, onde adiciona uma complexidade aromática única. 

Além do sabor, a pimenta-do-reino traz uma série de benefícios à saúde. A substância piperina, responsável pelo seu sabor picante, é a grande estrela. Ela auxilia na digestão, tem ação anti-inflamatória e antioxidante, e seu grande trunfo: melhora a absorção de nutrientes como selênio e vitaminas do complexo B. É um termogênico natural que pode contribuir para a aceleração do metabolismo.


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