A sala de aula do século XXI já não comporta mais o modelo de
ensino que marcou a formação de gerações anteriores. A Geração Alpha, composta
por crianças nascidas a partir de 2010 e imersa em um mundo digital e
hiperconectado, chega às escolas com demandas inéditas e que colocam em xeque a
estrutura tradicional.
Segundo a consultoria McCrindle, que cunhou o termo, trata-se da
geração mais educada e tecnologicamente habilidosa da história, o que exige das
instituições uma revisão profunda de suas práticas.
Os gestores escolares, portanto, enfrentam o desafio de manter o
engajamento desses alunos, que não correspondem mais apenas com aulas
expositivas ou metodologias centradas no professor. Estudos apontam que 65% das
crianças que hoje estão no ensino fundamental trabalharão em profissões que
ainda não existem.
“O modelo de escola baseado apenas na transmissão de conteúdos já
não responde às expectativas dessa nova geração. A Geração Alpha busca sentido,
participação e experiências que dialoguem com sua realidade, marcada pela
tecnologia e pela velocidade da informação”, explica Maria Cláudia Amaro,
fundadora da Rhyzos Educação, instituição destinada a criar, desenvolver,
apoiar e investir em negócios e iniciativas em educação básica no Brasil.
Contudo, Maria Cláudia ressalta que não se trata apenas de
oferecer tablets para as crianças, mas de repensar currículos, estratégias e a
própria função do professor, que passa a ser mediador e orientador de percursos
individuais de aprendizagem.
Ainda segundo a especialista, o impacto esperado é amplo: formar
alunos mais preparados para lidar com desafios complexos, capazes de inovar e
de atuar em um mercado de trabalho que valoriza habilidades socioemocionais e digitais.
“Para os gestores, significa sair da zona de conforto e assumir o protagonismo de liderar mudanças reais, que aproximem escola e aluno em torno de um propósito comum. Nunca tivemos uma geração tão preparada para aprender de forma colaborativa e autônoma. Cabe às escolas decidir se vão acompanhá-los nessa jornada ou se continuarão a perder relevância diante de um mundo em constante transformação”, conclui Maria Cláudia Amaro.

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