Condição silenciosa, a perda de massa muscular em pessoas com diabetes tipo 2 exige atenção. Médico explica a relação entre os quadros e como prevenir complicações
A diabetes tipo 2 é uma condição amplamente conhecida por seus
impactos na glicemia e na saúde cardiovascular. Sua prevalência cresceu no
Brasil entre 2006 e 2019, passando de 5,5% para 7,4%, segundo o Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Dados mais recentes da pesquisa
Vigitel Brasil 2023 indicam que mais de 10% dos brasileiros vivem com diabetes,
um aumento em relação a 2021
No entanto, um aspecto menos falado, mas igualmente preocupante, é
a sarcopenia, condição caracterizada pela perda progressiva de massa e força
muscular, que pode afetar significativamente a qualidade de vida de quem
convive com o diagnóstico. O alerta é do Dr. Carlos Alberto Reyes Medina,
Diretor Médico da Carnot Laboratórios.
“Pessoas com diabetes tipo 2 apresentam maior risco de desenvolver
sarcopenia, especialmente à medida que envelhecem. É uma combinação perigosa
que pode comprometer a mobilidade, aumentar o risco de quedas e tornar o
tratamento da própria diabetes mais desafiador”, afirma o especialista.
Segundo o médico, a sarcopenia em pacientes diabéticos é favorecida
por uma série de fatores: resistência à insulina, inflamação crônica de baixo
grau, alterações hormonais e sedentarismo. Com o tempo, essa perda de massa
muscular também dificulta o controle da glicose, já que o músculo é um dos
principais tecidos responsáveis pela captação de glicose no organismo.
“A redução da massa muscular gera um círculo vicioso. Quanto menos
músculo, menor a capacidade de metabolizar a glicose de forma eficiente. Isso
pode agravar o quadro da diabetes, levando a uma piora no controle glicêmico e
aumentando o risco de complicações”, explica.
Por isso, o acompanhamento médico deve ir além da glicemia. É
preciso avaliar periodicamente a composição corporal, principalmente em
pacientes acima dos 50 anos. “A sarcopenia muitas vezes é negligenciada. Por
ser silenciosa, só se torna evidente quando o paciente já apresenta dificuldade
de subir escadas, carregar sacolas ou levantar-se da cadeira. Esses sinais
devem ser levados a sério”, alerta Dr. Carlos.
Para prevenir a sarcopenia em pessoas com diabetes tipo 2, a
recomendação é uma abordagem multifatorial, que inclui alimentação rica em
proteínas de boa qualidade, atividade física regular, especialmente musculação
ou exercícios de resistência, e, em alguns casos, suplementação nutricional específica.
“A escolha do tratamento deve ser personalizada. Suplementos com
aminoácidos essenciais, como leucina, ou combinações que envolvam proteínas,
vitaminas do complexo B e vitamina D podem ser indicados em algumas situações,
sempre com orientação médica”, ressalta.
Dr. Carlos também destaca a importância do engajamento do paciente
em seu próprio plano de cuidado. “A sarcopenia é reversível em muitos casos,
principalmente quando diagnosticada precocemente. Mas é preciso
conscientização. Não basta controlar a glicemia, precisamos olhar para o corpo
como um todo.”
O alerta é claro: o cuidado com a musculatura não deve ser visto
como um luxo ou algo estético, mas como uma necessidade clínica, especialmente
em grupos mais vulneráveis. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e
conduta adequada, é possível preservar a força, a autonomia e a qualidade de
vida.
Carnot® Laboratórios

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