Instituição desenvolve projeto com foco na prevenção a violências contra meninas e mulheres
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
(SSP), mesmo sem a contabilização dos dados de junho, a capital paulista já
registra o 1º semestre mais violento de sua história quando o assunto é
feminicídios. Ao todo, a cidade teve 29 casos registrados entre janeiro e
maio de 2025, o maior número já registrado desde o início da série histórica em
2015.
De acordo com a lei federal nº 13.104/2015, um assassinato é
considerado feminicídio quando cometido contra a mulher por razões da condição
de sexo feminino, ou seja, quando há violência doméstica ou familiar ou quando
há menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Apesar do aumento, São
Paulo ainda apresenta uma das menores taxas de feminicídio quando comparado a
outros estados do Brasil, como a Paraíba e o Amazonas, por exemplo. No ano
passado, a média registrada foi de 1,8 caso a cada 100 mil mulheres, entre
feminicídios consumados e tentados, segundo os dados Monitor de Feminicídios do
Brasil (MFB) do Laboratório de Estudos e Feminicídios (Lesfem).
O estudo também mostra que o feminicídio é um crime que ocorre, na
maior parte das vezes, no ambiente doméstico, uma vez que o agressor costuma
ser o companheiro ou ex-companheiro da vítima. Esse aspecto também faz com que
domingos e feriados sejam os dias de maior registro de violência contra a
mulher.
É a partir desse cenário que a Plan International Brasil,
organização não governamental e sem fins lucrativos, há mais de 25 anos no
país, atua para romper com ciclos de violências contra meninas e mulheres com
diversos projetos pelo Brasil.
Jovens Líderes pelo Fim da Violência de Gênero
Com foco no combate às diversas formas de violências contra
meninas e jovens mulheres, em parceria com o Ministério das Mulheres, a Plan
Brasil desenvolve o projeto “Jovens Líderes pelo Fim da Violência de Gênero”.
Com duração de um ano, a iniciativa impacta diretamente cerca de
700 meninas e jovens mulheres de 18 a 24 anos. Segundo a Plan Brasil, 100
participantes foram selecionadas para uma formação em plataforma online nas
temáticas de empoderamento e liderança e prevenção de violência baseada em
gênero e canais de denúncia. Após a formação, essas jovens apresentam seus
planos de ação para compartilharem os conhecimentos aprendidos para outras
meninas e jovens em suas comunidades e dessas, 40 são selecionadas para
receberem uma bolsa de incentivo financeiro para disseminar os conhecimentos
adquiridos na formação em suas comunidades e territórios, atuando como
multiplicadoras de informações sobre direitos e redes de proteção contra a
violência de gênero. O objetivo é alcançar um público direto com idades entre
14 e 24 anos, e atingir de forma indireta, por meio das ações e campanhas,
15.300 pessoas.
De acordo com a organização, o público-alvo do projeto foi
definido por fazerem parte de grupos minorizados de todo o Brasil. “Ademais, a
iniciativa busca incidir com meninas e jovens dessa faixa etária, pois é o
momento e que ocorrem os maiores índices de gravidez não intencional, abusos e
violências de gênero”, afirma a especialista em Gênero e Inclusão da Plan
Brasil Ana Nery.
Ainda segundo a especialista, “a iniciativa está baseada na
metodologia Escola de Liderança para Meninas da Plan International Brasil,
implementada há mais de 8 anos principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e
Norte do país e no modelo de implementação Rede Meninas Líderes, que entre 2020
e 2023, alcançou diretamente cerca de 3 mil jovens mulheres e meninas em todo
país, e 10 mil pessoas indiretamente”, diz ela.
Já com relação ao funcionamento do programa, a instituição explica
que se baseia em práticas de educação popular, interativas e participativas,
centradas em realidades e trajetórias das próprias participantes, oferecendo
suporte para que elas desenvolvam e aprimorem seus conhecimentos, atitudes e
práticas no que se refere a questões de liderança, igualdade de gênero e
prevenção de violências e direito das meninas. “A violência contra meninas e
mulheres é um problema estrutural que exige respostas urgentes e efetivas.
Nosso objetivo é proporcionar espaços de empoderamento e liderança, além de
promover um diálogo aberto com a sociedade e as autoridades locais,
compartilhando estratégias de prevenção e apoio para construir um futuro mais
seguro e igualitário para todas as pessoas", finaliza Ana Nery.
Sobre a Plan International Brasil
Com mais de 25 anos de atuação no país e presente em mais de 80 países ao redor do mundo, a Plan International Brasil está comprometida em romper os ciclos de violências que afetam meninas, criando um futuro justo, seguro e equitativo para todas as pessoas. Com projetos implementados no Maranhão, no Piauí, na Bahia e em São Paulo, e atuando em rede com o terceiro setor e movimentos sociais, a organização alcança todo o território nacional, inspirando e mobilizando a sociedade para transformar realidades, promovendo o protagonismo das meninas e fortalecendo suas vozes para que possam mudar a realidade ao seu redor.
Considerada uma das organizações mais confiáveis do país, a Plan International Brasil está entre as 100 Melhores ONGs do Brasil e tem a certificação A+ no Selo Doar de Gestão e Transparência. Em 2024, foi reconhecida pela sexta vez como uma das Melhores ONGs do país, e pelo segundo ano consecutivo como a Melhor ONG do Maranhão. Em 2023, também recebeu pela primeira vez o prêmio de Melhor ONG de Defesa de Direitos.
www.plan.org.br.
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