Especialista informa que transparência sobre dificuldade, guias capacitados e planejamento de segurança são fundamentais para evitar riscos
Após a tragédia da Juliana Marins, brasileira que
faleceu após trilha na Indonésia, o cuidado diante dessas atividades precisa
ser redobrado. Muitos dos acidentes em trilhas na natureza poderiam ser
evitados com uma combinação de informação clara, orientação profissional e
preparação adequada para cada tipo de desafio. Com o avanço do ecoturismo e a
crescente busca por experiências ao ar livre, a atenção à segurança tornou-se
ainda mais essencial para quem se aventura por montanhas, florestas e regiões
de difícil acesso. Em 2024, os parques nacionais brasileiros registraram um
recorde de visitação, com mais de 12,5 milhões de entradas, segundo dados do
governo federal. Esse crescimento reforça a importância de orientar melhor os
visitantes e garantir operações mais seguras em ambientes naturais.
Um dos principais fatores de risco é a escolha de
percursos incompatíveis com o preparo físico ou a experiência dos viajantes. “É
fundamental que as trilhas sejam classificadas corretamente quanto ao nível de
dificuldade e que essa informação esteja clara no momento da reserva. Não se
trata apenas de distância, mas também de desnível, tipo de terreno e tempo
total de caminhada”, explica Lucas Ribeiro, fundador do PlanetaEXO, plataforma de ecoturismo e agência de viagens focada em experiências
sustentáveis nas principais regiões naturais do Brasil.
1. Classificação de dificuldade: informação clara
antes da escolha
Escolher uma trilha sem conhecer o nível real de
exigência é um dos erros mais comuns. "Empresas responsáveis devem
fornecer informações detalhadas sobre a dificuldade de cada percurso, incluindo
quilometragem, tempo estimado, ganho de altitude, inclinações, tipo de relevo e
outras características do terreno. Assim, o viajante pode tomar uma decisão
consciente e evitar surpresas desagradáveis ao longo do
caminho", reforça o especialista.
2. Guias preparados
A presença de um guia local experiente vai muito
além do conforto, é uma questão de segurança. Optar por profissionais treinados
faz toda a diferença na condução de grupos em áreas remotas e de difícil
acesso. Além de conhecer o terreno, o clima e as particularidades da região,
esses guias estão preparados para prestar o suporte necessário ao longo da
trilha, acompanhar o ritmo dos participantes e tomar decisões rápidas em caso
de cansaço, desistência ou mudanças inesperadas nas condições do percurso.
3. Equipamentos adequados: responsabilidade
compartilhada
O equipamento adequado é essencial para garantir
segurança e conforto durante a trilha. Mais do que seguir uma lista padrão, os
guias devem validar com os participantes o que é necessário para cada percurso,
considerando terreno, clima e esforço físico. Quando os itens fazem parte do
pacote, a agência deve fornecê-los. Caso contrário, o guia orienta o viajante
sobre o que levar, incluindo roupas confortáveis, blusas térmicas para o frio,
tênis ou botas de trilha com boa aderência, bastões de apoio e alimentos leves
como barrinhas energéticas. "Uma dica importante é checar com o guia se o
equipamento que você pretende levar é adequado para as condições da trilha. A
escolha certa faz diferença no desempenho e na segurança durante o
trajeto", comenta Lucas Ribeiro, do PlanetaEXO.
4. Planos de saída para casos de cansaço ou
desistência
Nem todo viajante consegue completar o percurso
inicialmente previsto, seja por cansaço, questões de saúde ou mudanças
climáticas. Em trilhas com rotas alternativas, é fundamental que haja um plano
claro de saída. Quando isso não é possível, cabe à equipe de guias oferecer
todo o suporte necessário para garantir que o participante consiga retornar ou
aguardar em segurança até que uma solução viável seja encontrada. O objetivo é
minimizar riscos e evitar que a situação afete a segurança do restante do grupo
ou da equipe de apoio.
5. Comunicação e sinalização: sempre deixe alguém
informado
Em trilhas localizadas em áreas remotas, onde o
sinal de celular pode ser inexistente, uma medida simples, mas muitas vezes
negligenciada, é informar previamente amigos, familiares ou a própria agência
de turismo sobre a rota planejada, horários estimados e possíveis pontos de
contato ao longo do trajeto. Além disso, os guias devem trabalhar com
estratégias de comunicação interna no grupo, como estabelecer pontos de parada
e intervalos para checagem geral.
6. Aventura, mas com responsabilidade
“Trilhas e expedições em ambientes naturais
oferecem experiências transformadoras, mas precisam ser encaradas com a
seriedade que a atividade exige”, complementa o fundador do PlanetaEXO
.“Informação transparente, acompanhamento de guias locais experientes,
equipamentos adequados e um plano de segurança bem definido são cuidados que
fazem toda a diferença para garantir que a aventura seja a melhor e mais segura
possível para todos".
www.planetaexo.com

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