Saiba como identificar e tratar a doença
A tuberculose continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Apesar das campanhas de conscientização, da vacina BCG - que protege contra as formas graves da doença - e dos tratamentos oferecidos, a doença ainda figura entre as principais causas de morte por agente infeccioso no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis,
também conhecida como bacilo de Koch, a tuberculose é uma doença
infectocontagiosa e transmissível. A forma mais comum de apresentação é a
tuberculose pulmonar, já que a doença afeta prioritariamente os pulmões. No
entanto, o bacilo também pode atingir outros órgãos e sistemas, como o sistema
nervoso central, os gânglios linfáticos, o pericárdio, os ossos e a laringe.
Sintomas e diagnóstico
De acordo com o diretor clínico do Hospital
Evangélico de Sorocaba (HES), Marcos Pimentel, os sintomas da tuberculose podem
ser confundidos com os de outras doenças respiratórias, o que pode atrasar o
diagnóstico e o início do tratamento.
A tuberculose pulmonar se manifesta principalmente por tosse persistente por mais de três semanas, febre, sudorese noturna e perda de peso. “Pode haver tosse com sangue, além de outros sinais inespecíficos. No início, é mais difícil diferenciar a doença de uma gripe ou pneumonia, especialmente se o paciente não apresentar emagrecimento ou não fizer parte dos grupos de risco, como imunossuprimidos e imunodeprimidos”, explica Pimentel.
O diagnóstico é feito por meio da análise de amostras
de escarro, coletadas em três dias consecutivos, e de exames de imagem, como o
raio-X de tórax, para avaliar o grau de comprometimento dos pulmões.
Transmissão e prevenção
A tuberculose é transmitida pelo ar, por meio de
gotículas de saliva expelidas ao falar, tossir ou espirrar. A principal forma
de prevenção é o uso de máscara e o isolamento do paciente infectado até que
ele não apresente mais risco de transmissão. “O paciente deve permanecer
isolado até a liberação médica. Depois que inicia o uso das medicações, há um
período necessário até que ele possa retomar a rotina”, destaca o diretor
clínico do Evangélico.
Além disso, a vacina BCG, aplicada ainda na infância, ajuda a
proteger contra as formas graves da doença, reduzindo complicações.
Desafios do tratamento
O tratamento da tuberculose é baseado no uso contínuo de antibióticos por um período que varia de seis meses a um ano. No entanto, muitos pacientes abandonam o tratamento ao perceberem melhora nos sintomas, o que representa um risco grave. “O abandono do tratamento causa a resistência da bactéria, que fica cada vez mais forte e mais difícil de combater”, alerta Pimentel.
Segundo a OMS, sem o tratamento adequado, a
tuberculose pode ter uma letalidade de até 50% dos casos. Por outro lado,
quando tratada corretamente, a taxa de cura pode chegar a 85%.
Importância da conscientização
Diante da gravidade da tuberculose e dos desafios no controle da
doença, a conscientização da população é fundamental. O diagnóstico precoce e o
tratamento correto são essenciais para a recuperação do paciente e para evitar
a disseminação da bactéria.
Ao apresentar sintomas persistentes, é importante procurar
atendimento médico imediatamente. Além disso, o compromisso com o tratamento
completo é indispensável para garantir a cura e prevenir complicações.
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