O que significa ser mulher no século XXI? Mais do
que nunca, as novas gerações não apenas ocupam espaços antes negados, mas
reconfiguram a própria estrutura da sociedade. No Dia Internacional da Mulher,
celebrado em 8 de março, é essencial refletir sobre a trajetória que trouxe as
mulheres até aqui e, sobretudo, para onde estão indo. As gerações Z e Alfa
carregam consigo novos valores e formas de se expressar. Mas e a geração Beta,
que ainda está por vir? Que mundo elas encontrarão e que legado carregarão?
Geração Z e Alfa: mulheres que
desafiam padrões
A geração Z (nascidos entre 1998/1999 a 2011/2012)
cresceu conectada à internet e às redes sociais, desenvolvendo uma consciência
crítica aguçada. As mulheres dessa geração não apenas exigem seus direitos, mas
também moldam os espaços ao seu redor com autenticidade e coragem. Elas não
querem apenas igualdade, querem redefinir o conceito de liderança, de sucesso e
até mesmo de felicidade. Elas vivem o elo da tecnologia e humanização,
equilibrando individualidade e coletividade.
"As mulheres da geração Z cresceram em um
mundo onde a conexão é instantânea e as possibilidades são múltiplas. Isso as
tornou mais questionadoras e atentas às desigualdades. Elas não aceitam padrões
impostos e buscam um protagonismo real, não simbólico." Aponta o
especialista Dado Schneider.
Nos últimos anos, a participação feminina no
mercado de trabalho brasileiro apresentou avanços significativos. A taxa de participação
das mulheres aumentou de 34,8% em 1990 para 52,2% em 2023, demonstrando um
crescimento contínuo e expressivo.
Já a geração Alfa (nascidos a partir de 2010) nasce
com referências mais plurais e vê a equidade de gênero como algo natural. Elas
são a resposta a um mundo que já começou a mudar, mas que ainda carrega
resquícios do passado. Criadas em um ambiente digital e hiperconectado, essas
mulheres já nascem preparadas para um cenário em que inovação e propósito
caminham juntos. Mas será que encontrarão uma sociedade verdadeiramente
preparada para recebê-las?
"A geração Alfa já nasce com um olhar mais
diverso e igualitário, pois cresce vendo mulheres ocupando espaços de poder. No
entanto, ainda precisarão enfrentar desafios estruturais que levam tempo para
serem transformados." Afirma o autor do livro “O Mundo Mudou... bem na
Minha Vez!”.
O que esperar da geração Beta?
A geração Beta, que começará a nascer por volta de
2025, crescerá em um mundo em que inteligência artificial e automação já não
serão novidade, mas sim componentes orgânicos da vida cotidiana. Elas terão
acesso sem precedentes ao conhecimento, às oportunidades e à reinvenção
constante. Mas a grande questão não será apenas o quanto a tecnologia evoluirá,
e sim se a mentalidade humana avançará na mesma proporção.
"A geração Beta pode ser a primeira a viver em
um mundo onde a equidade de gênero seja um fato, não uma luta. Mas isso
dependerá das mudanças que estamos promovendo agora. Elas nascerão preparadas
para um mundo novo, resta saber se o mundo estará pronto para elas."
Conclui Dado Schneider.
A história do empoderamento feminino não se escreve apenas com conquistas, mas com as perguntas que permanecem: as barreiras invisíveis realmente desaparecerão? O conceito de equidade será um fato ou continuará sendo uma meta a ser alcançada? Cada geração carrega a responsabilidade de construir um caminho mais justo para a próxima. A geração Beta não será diferente. Resta saber se elas precisarão continuar lutando ou se finalmente poderão apenas ser.
Dado Schneider - Palestrante, Doutor em Comunicação pela PUC/RS, pesquisador e especialista nas Gerações Z e Alfa, em Cooperação Intergeracional e Futuro do Trabalho. Autor dos livros "O Mundo Mudou... bem na Minha Vez!" (2013) e o recém-lançado "Desacomodado: Choque de Gerações, Adaptação a Mudanças e Futuro do Trabalho", Dado Schneider é conhecido por ser o criador da marca Claro, além de “Evangelizador Digital” do Magazine Luiza em sua reestruturação de 2015.
www.instagram.com/dado_schneider
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