A endometriose atinge cerca de 10% das mulheres em
idade reprodutiva, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e pode levar
anos para ser diagnosticada. Isso acontece porque seus sintomas muitas vezes
são confundidos com desconfortos menstruais comuns. Mas o problema vai muito
além das cólicas. A endometriose pode comprometer a fertilidade, afetar a
qualidade de vida e causar dores incapacitantes.
"Sentir cólica não
deveria ser algo incapacitante. Muitas mulheres convivem com dores intensas sem
imaginar que há um problema por trás. A endometriose não se resume apenas ao
período menstrual, ela pode comprometer a fertilidade e o bem-estar geral", explica a nutróloga Fernanda Vasconcelos, fundadora do Instituto
Qualitté.
Como identificar os sinais de
alerta?
- Cólicas menstruais intensas: se a dor impede atividades
do dia a dia e não melhora com analgésicos, merece atenção.
- Dificuldade para engravidar: A endometriose pode afetar
a fertilidade ao dificultar a implantação do embrião no útero.
- Dor durante ou após relações sexuais: pode indicar que a
endometriose está comprometendo estruturas próximas ao útero.
- Alterações intestinais e urinárias: episódios de diarreia,
constipação e dor ao evacuar ou urinar, principalmente no período
menstrual, são comuns em quem tem a doença.
- Cansaço frequente: o processo inflamatório
crônico da endometriose pode causar fadiga intensa.
Quais são as opções de
tratamento para endometriose?
O tratamento depende de cada caso e pode incluir
medicamentos, ajustes na alimentação e, quando necessário, cirurgia.
- Terapia hormonal: uso de
anticoncepcionais, implantes hormonais ou outros medicamentos para
controlar a progressão e os sintomas da doença.
- Cirurgia minimamente invasiva: procedimentos como a
videolaparoscopia auxiliam na remoção dos focos da endometriose, no alívio
dos sintomas e aumentam as chances de engravidar.
- Acompanhamento nutricional e metabólico: alimentação
anti-inflamatória e ajustes metabólicos contribuem para redução da
inflamação sistêmica, o controle da dor e para a qualidade de vida.
- Modulação intestinal: alguns exames específicos
como check-up intestinal ou análise de microbiota tratam a disbiose
especificamente de cada indivíduo, e melhora a saúde como um todo.
"A endometriose não tem
cura, mas há formas eficazes de controle dos sintomas. O ideal é que o
tratamento seja individualizado, considerando as necessidades e o histórico de
cada mulher", reforça Dra. Fernanda.
Como a alimentação pode ajudar
no controle da endometriose?
A endometriose é uma doença inflamatória e, segundo
a Dra. Fernanda, a alimentação tem um papel importante no controle dos
sintomas.
Alimentos que ajudam no controle da inflamação:
- Peixes, linhaça e chia – Fontes de ômega-3, com ação
anti-inflamatória.
- Vegetais verde-escuros – Ricos em magnésio, auxiliam
no relaxamento muscular.
- Azeite de oliva e abacate – Contribuem para o
equilíbrio hormonal.
- Cúrcuma, frutas vermelhas, gengibre e cacau – Tem propriedades
anti-inflamatórias e aliviam as dores.
Alimentos que podem piorar os
sintomas:
- Ultraprocessados, industrializados (gordura
trans) e açúcares – Podem aumentar a inflamação no corpo.
- Laticínios – Além do potencial
inflamatório e pró cancerígeno, muitas mulheres têm sensibilidade ou
intolerância ao leite e seus derivados. Isso pode piorar os sintomas e
dificultar o diagnóstico correto.
- Cafeína, cigarro e álcool – O consumo pode intensificar
a inflamação e as dores.
"Não existe uma dieta
única para endometriose, mas ajustar a alimentação pode ser um grande aliado no
controle da inflamação e no alívio dos sintomas. O acompanhamento nutricional
adequado pode melhorar muito a qualidade de vida", finaliza.
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