Mistura de contas pessoais e empresariais, falhas na precificação e falta de controle do fluxo de caixa comprometem a lucratividade
Manter a saúde financeira de uma empresa é um desafio para muitos empresários, especialmente aqueles que estão começando. A falta de controle sobre o fluxo de caixa, a mistura entre contas pessoais e empresariais e a precificação incorreta de produtos e serviços são alguns dos principais fatores que levam os negócios a perderem dinheiro sem perceber. Sem um planejamento adequado, muitas empresas acabam comprometendo sua lucratividade e até mesmo sua sobrevivência no mercado.
O primeiro passo para evitar esses problemas é compreender a importância da gestão financeira eficiente. Implementar um fluxo de caixa organizado, separar as finanças pessoais das empresariais e estabelecer uma precificação baseada em custos reais são atitudes fundamentais para garantir a saúde do negócio. Segundo a contadora especialista em estratégia financeira, Karol Dapousa, muitos empresários negligenciam esses aspectos e acabam enfrentando dificuldades para manter o crescimento sustentável da empresa.
"Um dos maiores erros é misturar as contas de casa com as da empresa. A base da gestão é o controle de tudo que a empresa precisa. Como controlar se, junto com a empresa, estão as despesas de casa?" explica Karol. Segundo ela, essa prática compromete a visão real das finanças, dificultando o planejamento estratégico e a tomada de decisões assertivas.
Outro erro comum está na precificação dos produtos e serviços. "Para precificar um produto, por exemplo, precisamos de informações sobre os custos fixos e variáveis. Quando esses valores não são claros, a precificação também fica errada, impactando diretamente nos resultados", alerta a especialista. Um preço mal calculado pode gerar prejuízos e comprometer a competitividade da empresa.
Para aqueles que estão iniciando no mundo dos negócios, a separação entre finanças pessoais e empresariais pode parecer desafiadora, mas é essencial. "Um trabalho gradativo deve ser implantado, onde, mês após mês, o empresário se controla para retirar apenas o valor necessário para manter sua casa. É importante ressaltar que o empresário também é funcionário e deve receber um salário compatível com a função, não o salário que ele imagina ser o ideal", orienta Karol Dapousa.
Entre todas as práticas de gestão financeira, a implantação do fluxo de caixa é uma das mais importantes. "O fluxo de caixa vai mostrar onde o empresário está perdendo dinheiro e se está aplicando indevidamente. Por exemplo, se o empresário paga um boleto em atraso, no lançamento do caixa ele deve, obrigatoriamente, identificar o valor pago ao fornecedor e, separadamente, o valor pago de juros. Esse lançamento correto no fluxo de caixa é uma ação simples, mas que trará clareza sobre para onde o dinheiro está indo", afirma a especialista.
A boa análise desses números permite identificar onde exatamente
está o "ralo" de perda de dinheiro. "O fluxo de caixa é a
operação principal em qualquer empresa, pois é por meio dele que o empresário
conseguirá planejar todos os passos para o crescimento", conclui Karol
Dapousa. Investir no controle financeiro não é apenas uma questão de economia,
mas sim uma estratégia essencial para garantir a longevidade e o sucesso do
negócio.
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