No mês dedicado à conscientização sobre as doenças raras a ênfase é dada à prevenção e ao diagnóstico precoce dessas condições. Com o Dia Mundial das Doenças Raras sendo celebrado no dia 28, especialista destaca a importância dos testes genéticos como uma ferramenta essencial para identificar doenças hereditárias e proporcionar um tratamento adequado desde as fases iniciais
As doenças raras podem ser em 80% dos casos de
origem genética e 20% por causas infecciosas, virais ou degenerativas. Entre
elas estão tipos raros de câncer, doenças do sistema cardiovascular,
metabólicas, nervosas, infecciosas e autoimunes, causadas por mutações gênicas
ou cromossômicas. Quando uma doença rara é hereditária ou de origem
cromossômica, na maioria dos casos é possível realizar a prevenção através de
técnicas de reprodução assistida.
As doenças genéticas de origem cromossômica mais
comuns são a Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21), Síndrome de Turner
(um dos cromossomos X ausente), Síndrome de Klinefelter (homem nasce com
um cromossomo X extra), Síndrome de Edwards (trissomia 18) e Síndrome de Patau
(trissomia 13). Exemplos de doenças raras monogênicas (causadas pela alteração
de um único gene) são fibrose cística, anemia falciforme, distrofia muscular de
Duchenne, hipercolesterolemia familiar, hemocromatose, neurofibromatose tipo 1
(NF1) e hemofilia A e B.
“Lembrando, lá da época da escola, nós temos 46
cromossomos. A diferença está apenas nos sexuais, então homens e mulheres têm
22 cromossomos idênticos e os cromossomos sexuais são diferentes, ou seja, o
homem tem um cromossomo X e um Y e a mulher tem dois cromossomos X. As doenças
cromossômicas ocorrem quando há alterações no cariótipo, exame que analisa os
cromossomos de uma pessoa para identificar alterações a nível cromossômico”,
explica Susana Joya, geneticista e assessora científica para a América Latina
do Vitrolife Group.
Considera-se doença rara aquela que afeta até 65
pessoas em cada 100 mil indivíduos, ou seja, 1,3 pessoas para cada duas mil.
Por sua vez, 80% das doenças raras hereditárias de origem autossômica recessiva
surgem em famílias sem histórico. São situações em que a criança precisa herdar
duas cópias alteradas do mesmo gene dos seus progenitores para desenvolver a
doença. A maioria dos casos de doenças raras hereditárias causadas por uma
mutação em um único gene podem ser evitados se antes de engravidar os casais
identificarem o risco de hereditariedade, seja por casos anteriores ou pela
realização de um painel de portador CGT, para a avaliação da compatibilidade
genética entre o casal. O CGT identifica se os parceiros são portadores
saudáveis, ou seja, se possuem um alelo do gene alterado, mas não manifestam a
doença por terem uma outra cópia saudável do gene. Quando o CGT indica que
ambos os parceiros são portadores saudáveis de variante genética no mesmo gene,
normalmente há 25% de risco de terem um bebê com uma condição genética. Diante
de um risco aumentado, existem opções de prevenção para o nascimento de um bebê
saudável através da reprodução assistida com o estudo genético de embriões.
“A realização de testes genéticos surge como uma
das ferramentas mais importantes no diagnóstico, prevenção e tratamento das
doenças raras. Esses testes são capazes de identificar mutações ou variantes
genéticas específicas que podem levar ao desenvolvimento dessas condições.
Quando feitos antes da manifestação clínica, os testes genéticos permitem que
as doenças sejam diagnosticadas no início, quando as opções de tratamento são
mais eficazes ou até mesmo evitadas antes da gravidez com a seleção embrionária
em reprodução assistida”, explica Susana.
Esses exames permitem que médicos detectem
condições que de outra forma poderiam passar despercebidas, já que muitas
doenças raras têm sintomas iniciais que podem ser confundidos com outras
doenças mais comuns. Os testes genéticos ajudam a identificar quais tratamentos
são mais eficazes para o perfil genético específico de cada paciente. “Isso
também é essencial para o aconselhamento genético das famílias, pois o
conhecimento do histórico genético é importante para a prevenção ou gestão de
risco de doenças hereditárias nas gerações futuras, permitindo a criação de um
plano de cuidados individualizado, a implementação de intervenções precoces e
planejamento familiar, que podem evitar a progressão e recorrência de muitas
doenças”, comenta a geneticista.
No Brasil, cerca de 75% das doenças raras afetam
crianças e estima-se que 30% dos pacientes morrem antes dos 5 anos de idade. O
diagnóstico precoce, por meio de testes genéticos, é importante para mudar esse
cenário. Além de permitir um controle mais eficaz dos sintomas, a intervenção
inicial pode evitar o agravamento da condição, proporcionando uma melhor
qualidade de vida aos pacientes e suas famílias.
Vitrolife
Group –fornecedor global líder mundial de dispositivos médicos e serviços de
testes genéticos. Atua no mercado de saúde reprodutiva desde 1994, e em 2021,
adquiriu o Igenomix, com o objetivo de apoiar clientes e pacientes em todo o
mundo para melhorar os resultados reprodutivos.
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