Especialista destaca como o planejamento visual e ferramentas de comunicação podem facilitar a transição para o ambiente escolar e reduzir a ansiedade
O retorno às aulas pode ser desafiador para as
crianças autistas, especialmente com nível 3 do Transtorno do Espectro Autista
(TEA), que demanda um suporte mais intensivo devido a dificuldades na
comunicação e independência. Segundo a Dra. Elisabeth Crepaldi de Almeida,
fonoaudióloga e fundadora do Grupo Interclínicas, estratégias práticas e
estrutura consistente são essenciais para tornar esse processo mais tranquilo
para alunos com TEA.
De
acordo com a especialista, Dra. Elizabeth Crepaldi de Almeida, a preparação
visual e a adaptação sensorial são fundamentais para garantir que a transição
para o ambiente escolar seja mais confortável e positiva. “Uma das estratégias mais eficazes é apresentar a
escola de forma visual. Mostrar fotos da fachada, sala de aula, pátio e outros
espaços-chave permite que a criança se familiarize com o ambiente antes mesmo
do primeiro dia. Além disso, visitas prévias à escola, com a possibilidade de
explorar os principais ambientes e conhecer os professores, ajudam na adaptação
aos cheiros, texturas e sons do local, reduzindo a ansiedade e possíveis
sobrecargas sensoriais”, explica.
Ainda de acordo a Dra. Elisabeth Crepaldi de Almeida,
um ponto importante é a utilização de ferramentas de comunicação adaptadas ao
contexto escolar. “Esses recursos podem incluir imagens atualizadas dos
professores, colegas, materiais pedagógicos e até mesmo representações de
emoções. Oferecer ferramentas que ajudem a expressar sentimentos como medo,
cansaço ou desinteresse é essencial para prevenir crises e tornar a experiência
escolar mais acolhedora”, destaca a especialista.
A
previsibilidade para crianças autistas é um fator essencial para reduzir o
estresse e facilitar a adaptação ao ambiente escolar. Segundo a especialista, a
transição para a rotina escolar deve começar em casa, com a introdução de
estratégias práticas e consistentes. “Uma transição tranquila exige que os pais
comecem a preparar a rotina gradualmente, ainda durante as férias. Uma boa
prática é criar um calendário visual, que mostre os dias de aula, horários e
atividades planejadas. O uso de imagens facilita a compreensão da criança sobre
o que esperar. Ajustar os horários de dormir e acordar no horário de aula pelo
menos uma semana antes do retorno às atividades escolares e incluir algumas
tarefas, como organizar a mochila e vestir o uniforme, para criar uma estrutura
que ofereça segurança e previsibilidade”, destaca a fonoaudióloga e fundadora
do Grupo Interclínicas.
Para
os pais, o momento do retorno para casa também exige atenção especial, reforçar
positivamente o esforço do aluno é uma maneira eficaz de consolidar uma
experiência escolar positiva. “Ao invés de fazer muitas perguntas sobre o dia,
parabenize a criança pelo tempo na escola e ofereça recompensas simbólicas,
como um lanche favorito ou um momento de lazer. Após lidar com desafios
sensoriais, sociais e cognitivos, é importante que a criança sinta que seu esforço
foi reconhecido”, orienta.
Embora a legislação brasileira, como a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garanta a educação inclusiva em escolas
regulares, a realidade ainda apresenta barreiras para os estudantes autistas.
Dra. Elisabeth Crepaldi de Almeida reforça a importância de escolas
capacitadas, alinhamento entre pais e profissionais e a promoção de um ambiente
realmente inclusivo. “A inclusão não é apenas física, mas também emocional e
pedagógica. Proporcionar essas condições é essencial para o sucesso acadêmico e
pessoal das crianças com TEA”.
Grupo Interclínicas
https://interclinicasautismo.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário