Lafepe é o único laboratório no Brasil que fabrica o medicamento benznidazol, para o tratamento da doença, disponibilizando para o SUS e outros países
No Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, lembrado em 30 de janeiro, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) destaca sua atuação essencial no enfrentamento à Doença de Chagas, por meio da produção do medicamento benznidazol, utilizado no tratamento da doença. Reconhecido como o único laboratório no Brasil responsável por fabricar o fármaco, o Lafepe reforça seu compromisso com a saúde pública nacional e global.
O benznidazol é o principal medicamento utilizado no tratamento da Doença de Chagas, causada pelo parasita Trypanosoma cruzi.
“Estamos na linha de frente para garantir que pacientes em todo o Brasil tenham acesso a um tratamento seguro e eficaz. Produzir o benznidazol não é apenas fabricar comprimidos, é oferecer esperança e melhorar a qualidade de vida de pacientes que convivem com essa doença negligenciada”, destaca Djalma Dantas, diretor comercial do Lafepe.
A
fabricação do benznidazol pelo Lafepe é estratégica para o Sistema Único de
Saúde (SUS). Além de atender ao mercado interno, o Lafepe é um dos principais
fornecedores globais do medicamento, sendo peça-chave no combate a essa
enfermidade que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, já tendo exportado o
medicamento para países que também enfrentam a doença, como Argentina,
Colômbia, Venezuela e Bolívia.
Sobre o Benznidazol
O
medicamento atua interferindo na síntese de proteínas do Trypanosoma cruzi,
levando à morte do parasita e reduzindo a carga parasitária no organismo. Ele é
fabricado no Lafepe em comprimidos de 100 mg e 12,5 mg, garantindo
flexibilidade na dosagem, especialmente para crianças e pacientes que
necessitam de ajustes individuais.
Doença de Chagas no Brasil
A Doença de Chagas afeta mais de 1,2 milhão de brasileiros, dos quais 70% desconhecem a condição. No cenário global, o número de infectados chega a 6 milhões, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que utilizou indicadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e fontes internacionais para a análise.
Apesar
de ser amplamente conhecida, a enfermidade permanece na lista de doenças
negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sem acompanhamento
médico, os infectados correm maior risco de desenvolver problemas cardíacos
severos, como arritmias e insuficiência cardíaca, além de uma alta
probabilidade de morte súbita. A doença também afeta outros órgãos, incluindo o
esôfago e o intestino, comprometendo a qualidade de vida.
Causas e sintomas
A Doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido ao ser humano por meio do contato com fezes infectadas de insetos triatomíneos, conhecidos popularmente como "barbeiros". A transmissão ocorre, geralmente, quando o inseto defeca próximo à pele lesionada ou às mucosas (olhos e boca) durante sua alimentação.
Os sintomas da Doença de Chagas variam de acordo com a fase da doença. Na fase aguda, que ocorre nos primeiros dois meses após a infecção, os sintomas incluem febre prolongada, inchaço no local da picada, fadiga, dor de cabeça, inchaço de linfonodos, dores musculares e aumento do fígado e baço. Já na fase crônica - registrados anos após a infecção, em pacientes não tratados - os principais sintomas são complicações cardíacas (arritmias, insuficiência cardíaca, aumento do coração, morte súbita) e complicações digestivas (aumento do esôfago, causando dificuldade para engolir, e aumento do intestino grosso, levando a constipação severa).
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