quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Janeiro Branco: escolas são aliadas para identificar e combater problemas de saúde mental

 



Campanha global alerta para a conscientização e importância do bem-estar


A saúde mental é uma questão que afeta profundamente crianças e adolescentes, impactando diretamente o desempenho acadêmico, relações interpessoais e bem-estar geral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 20% dos adolescentes em todo o mundo enfrentam algum tipo de transtorno psicológico, como ansiedade, depressão e distúrbios de comportamento. Sem o tratamento adequado, tais transtornos impactam diretamente a vida adulta do indivíduo: a OMS estima em cerca de 1 bilhão o total de pessoas que vivem com algum tipo de transtorno mental no planeta. 

O assunto é tão sério que no ano passado foi sancionada a Lei Federal 14.819/24, que instituiu a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. A lei reforça a responsabilidade das instituições de ensino em promover ambientes que priorizem a saúde mental. Além de estabelecer medidas para informar a sociedade sobre o tema, a lei propõe a criação de planos de trabalho e estratégias que garantam a atenção psicossocial de alunos, educadores e colaboradores. 

O tema ganhou também um mês dedicado a lembrar a importância e urgência do tema. O “Janeiro Branco”, celebrado no primeiro mês do ano novo, é um chamado à reflexão para cuidar da saúde mental e emocional. O movimento busca conscientizar a sociedade sobre a necessidade de prevenção e tratamento de transtornos mentais, encorajando indivíduos a reescreverem suas histórias de vida com mais equilíbrio e saúde. 

Neste contexto, o ambiente escolar ganha ainda mais relevância, uma vez que a escola é um espaço privilegiado para identificar problemas e implementar ações preventivas, graças à proximidade com alunos, famílias e comunidade. Ao promoverem a saúde mental, as instituições de ensino não apenas ajudam seus alunos a lidar com desafios cotidianos, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais empática e resiliente.
 

PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DE CASOS 

No Brazilian International School - BIS, de São Paulo, a saúde mental é tratada como uma prioridade. O colégio investe em programas de educação emocional que ensinam os alunos a reconhecer e gerenciar suas emoções. Uma equipe de orientadores educacionais oferece suporte emocional tanto a alunos quanto a colaboradores, encaminhando casos específicos para psicólogos e psiquiatras parceiros. "Criamos um ambiente seguro e acolhedor, onde todos são convidados e incentivados a expressar suas preocupações", explica Maria Teresa Casamassima, orientadora educacional dos anos iniciais do Ensino Fundamental no BIS. 

Na prática, ao identificar um aluno em sofrimento, a escola segue um protocolo que inclui comunicação com a família, orientação personalizada e indicação de profissionais especializados. Há também a preocupação em programas de educação emocional, que são importantes para que os alunos aprendam a reconhecer e gerenciar suas emoções. Além disso, a capacitação dos educadores é sempre pensada para que possam identificar sinais de problemas de saúde mental e em como agir de forma apropriada. 

“Esse trabalho integrado entre família, escola e profissionais de saúde tem feito uma diferença significativa na promoção do bem-estar de nossa comunidade escolar", complementa Maria Teresa.
 

PROJETO DE CONVIVÊNCIA ÉTICA 

A Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, promove ações voltadas para a convivência ética e o bem-estar. Por meio do Núcleo de Convivência Ética, Ciência do Bem-Estar e Auto Realização, a instituição desenvolve programas que abrangem desde formações específicas para toda a equipe até atividades que promovem o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. 

"Nossa cultura escolar é construída sobre valores que incentivam o respeito, a empatia e a convivência ética. Investimos em estratégias que incluem assembleias, discussões mediadas e projetos de resolução de conflitos, todas mediadas por professores tutores preparados e formados para essas habilidades", afirma a gestora da escola, Ana Cláudia Favano. 

O Programa de Convivência Ética está presente em todas as séries, oferecendo aulas que envolvem as mais diversas estratégias para desenvolver comportamentos, habilidades e atitudes respeitosas e éticas nos relacionamentos das crianças e jovens. Essas iniciativas ajudam a prevenir problemas como o bullying e fortalecem as redes de apoio dentro e fora da escola.
 

ABORDAGEM HUMANISTA 

Na Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo, a saúde mental é promovida por meio de uma abordagem humanista. A instituição oferece aos alunos dos anos finais do Ensino Fundamental e por todo o Ensino Médio o currículo de Cambridge Wellbeing, que incentiva os adolescentes a construírem relações saudáveis baseadas no autoconhecimento e no respeito à diversidade, expressas no valor da multiculturalidade que a escola promove. 

“Com projetos colaborativos, atividades que promovem a liderança e o engajamento dos estudantes em temáticas de relevância global, assembleias e mediação de conflitos, os alunos desenvolvem competências importantes para o autocuidado e um compromisso com o impacto positivo na comunidade escolar e nas demais esferas da vida”, explica a coordenadora de Global Education, Mariana Resende. 

Além disso, a escola pratica protocolos antibullying e práticas de safeguarding em busca do bem-estar de toda a comunidade, promovendo a formação contínua de todos os profissionais que atuam na escola e atendendo a códigos internacionais de segurança. 

O currículo da Aubrick promove o equilíbrio entre a excelência acadêmica e o desenvolvimento de habilidades de cidadania global, fomentando uma cultura de bem-estar referenciada por padrões internacionais. A escola é a única instituição de ensino brasileira Global Member de Round Square, uma organização que reúne mais de 200 escolas no mundo, que colaboram no desenvolvimento de habilidades socioemocionais relacionadas aos IDEALS (Internacionalismo, Democracia, Sustentabilidade, Aventura, Liderança e Voluntariado).


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