segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Tráfico de mulheres: um desafio aos direitos humanos e à dignidade

 

FreePK

O Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, convida a sociedade a refletir sobre igualdade e justiça e liberdade. Esta data enfatiza a importância de garantir dignidade e liberdades fundamentais a todos, independentemente de raça, gênero ou condição social.

Quando decidi começar a escrever romances, tracei como missão de carreira levar entretenimento e reflexão ao leitor, pois livros são instrumentos eficazes na disseminação da informação. Vivemos em um país com alto índice de todos os tipos de violência, por isso, ao escrever essas histórias, busco despertar o interesse por questões sociais e denunciar violações de direitos humanos, especialmente das mulheres. Com 74 livros publicados, utilizo a literatura para abordar e alertar leitoras sobre temas como violência, tráfico de pessoas e exploração sexual.

O Brasil lidera rankings de tráfico de mulheres na América do Sul, com 110 rotas nacionais e 131 internacionais, segundo a PESTRAF. Muitas vítimas são enganadas por promessas de casamento, emprego ou carreira, caindo em redes criminosas que exploram sua vulnerabilidade. Dados da ONU mostram que 83% das mulheres traficadas sofrem exploração sexual, enquanto 13% são submetidas a trabalho forçado. Entre homens, 82% são explorados em trabalhos forçados e 10% para fins sexuais.

Afinal, a proximidade dos aliciadores com as vítimas é alarmante. Amigos, familiares ou conhecidos possuem poder de persuasão e operam por meio de negócios de fachada, como agências de modelo ou casas de show. Obras como a novela Salve Jorge ajudaram a expor a realidade do tráfico de mulheres, mas na vida real, os finais raramente são felizes.

Como escritora e assistente social, busco alertar e informar sobre esse crime. A prevenção é essencial. Desconfie de propostas fáceis, consulte advogados antes de assinar contratos e mantenha familiares informados sobre deslocamentos. Em viagens, registre contatos de consulados e autoridades locais.

Denuncie qualquer suspeita pelo Disque 100 ou 181, serviços gratuitos e anônimos. O silêncio e a omissão alimentam o ciclo de violência. A informação é a principal arma contra o tráfico de pessoas, um crime que atenta contra a dignidade e os Direitos Humanos. Que nossas ações ajudem a construir um país mais seguro e justo para todos.

 

Cláudia Castro - autora best-seller do livro “Nos braços do meu protetor”, assistente social e especialista em políticas públicas para mulheres com mais de 20 anos de experiência no atendimento a vítimas de violência.

 

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