terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Como o aquecimento global está alterando a saúde otorrinolaringológica

Nariz, ouvido e garganta são os mais afetados

 

O aumento das temperaturas globais e as mudanças climáticas não impactam apenas o meio ambiente; elas também trazem sérias implicações para a saúde humana, especialmente na área otorrinolaringológica. Segundo o médico otorrinolaringologista Bruno Borges de Carvalho Barros da capital paulista , o aquecimento global está intensificando problemas relacionados à qualidade do ar, umidade e temperaturas extremas, afetando diretamente as vias aéreas e o sistema auditivo. 

“O aumento da poluição atmosférica, combinado com temperaturas mais altas, favorece a formação de poluentes como o ozônio e agrava condições como rinite alérgica, sinusite crônica e asma, devido ao estímulo inflamatório constante nas vias aéreas superiores", explica o Dr. Bruno. Além disso, o prolongamento das estações quentes e secas intensifica a presença de partículas no ar, como pólen e poeira, que podem desencadear crises alérgicas. 

Regiões que enfrentam longos períodos de seca apresentam um aumento significativo em casos de rinite. "A baixa umidade resseca as mucosas nasais e laríngeas, deixando-as mais vulneráveis a infecções e irritações", afirma o especialista. Por outro lado, em regiões com alta umidade devido às chuvas intensas, há um crescimento de fungos e ácaros, que também são potenciais gatilhos para doenças otorrinolaringológicas.

O médico ainda alerta que a estação de verão também pode afetar a saúde auditiva. Banhos de piscina e mar mais comuns neste período podem aumentar a incidência de infecções no ouvido, como otites externas, devido ao acúmulo de água nos canais auditivos. "O aumento das temperaturas também pode agravar sintomas de zumbido e tonturas em pacientes por desidratação", fala. 

Para minimizar os impactos do aquecimento global na saúde otorrinolaringológica, o especialista recomenda algumas medidas:

  • Hidratação constante para manter as mucosas saudáveis;
  • Uso de umidificadores de ar em períodos secos;
  • Evitar exposição a poluentes atmosféricos sempre que possível, especialmente em dias com baixa qualidade do ar;
  • Manutenção de ambientes limpos para reduzir ácaros e fungos;
  • Procurar um otorrinolaringologista ao primeiro sinal de sintomas persistentes.

"O aquecimento global é um problema que transcende as questões ambientais e afeta diretamente nossa saúde. Estar atento aos sinais do corpo e buscar cuidados precoces é essencial para mitigar os danos à saúde respiratória e auditiva", conclui Dr. Bruno.

 

Bruno Borges de Carvalho Barros - Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP Professor Medcel Pós-graduação pela UNIFESP. Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial. Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.



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